quinta-feira, 31 de maio de 2007

Prova à Quinta - O sétimo


Pera-Manca branco 2003; Periquita 2004

Para este desafio lançado em tempo oportuno pelo Vinho da Casa, para encontrar vinhos produzidos por casas com mais de 20 anos, resolvemos seleccionar dois vinhos, a exemplo do que já fizemos nos dois desafios anteriores, em que apresentámos 4 na prova de Cabernet Sauvignon e 2 na prova de brancos varietais. Escolhemos um branco e um tinto com tradição secular: o Pera-Manca e o Periquita.

No caso do Pera-Manca, estamos perante um dos vinhos brancos mais famosos (e caros) do país. Já existe desde o século XV e obteve medalhas de ouro em Bordéus nos já longínquos anos de 1897 e 1898. Contudo, andei anos (não desde o século XV...) para me decidir a comprá-lo por duvidar que valesse o elevado preço que custa, até pela minha desconfiança em relação aos brancos alentejanos, que já tive oportunidade de referir em mais que uma ocasião. Mas como a vida também é feita de alguns mitos, por vezes é preciso ir ao seu encontro para sabermos da razão ou não da sua existência. No caso dos vinhos trata-se, tão-somente e na maior parte dos casos, de abrir os cordões à bolsa.
Este foi comprado numa feira de vinhos em 2004 e ficou à espera de uma oportunidade que justificasse abri-lo. Foi num almoço de família à volta dum pargo assado no forno, tendo havido o cuidado de o refrescar de véspera, para garantir que à hora de bebê-lo não íamos encontrar um vinho meio morno.
Perante tão grande expectativa, o mínimo que posso dizer é que o vinho não defraudou. De facto, apresenta alguma elegância que é raro encontrar nos brancos alentejanos, sem deixar de fazer prevalecer um corpo com alguma pujança, um aroma frutado e complexo em equilíbrio com uma boa acidez, que resultam num fim de boca fresco e prolongado. Sem dúvida um vinho adequado para pratos de peixe elaborados, como o pargo ou o bacalhau no forno. Feito com 85% de Antão Vaz e 15% de Arinto, a sua boa estrutura e acidez permitem uma boa ligação com os sabores intensos e a gordura destes pratos. Como ainda não o tinha provado, não sei se mudou o perfil ou não, mas não é, seguramente, um vinho da moda.
Continuo, contudo, a ser mais fã de outro tipo de brancos, mas não rejeito a hipótese de voltar a este Pera-Manca, porque estes brancos também fazem falta. E também podemos deliciar-nos com a arte do rótulo, que é uma coisa rara. Como entretanto mudaram o rótulo, esta garrafa ficou como recordação.

No caso do Periquita, é apenas a marca de vinho mais antiga comercializada em Portugal, desde 1850, daí a razão da nossa escolha. Segundo a José Maria da Fonseca, é também o vinho tinto português mais vendido no estrangeiro. Também há algum tempo que não o consumia, mas o vinho modernizou-se um pouco, seguindo agora o perfil dos vinhos com muito álcool (embora sem exagero, apesar de tudo), com algum frutado. Na boca é medianamente encorpado com taninos suaves e bem integrados com um toque discreto de madeira e apresenta um fim prolongado, com bastante especiaria. É um vinho que pede pratos grelhados ou assados com algum condimento, embora sem exageros.
A garrafa também se modernizou, passando da tradicional borgonhesa que durante décadas marcou a imagem do vinho para a bordalesa que ostenta agora. Sendo agora um vinho mais moderno, não sei, contudo, se é melhor do que era. Se calhar tornou-se igual a muitos outros.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Pera-Manca 2003 (B)
Região: Alentejo (Évora)
Produtor: Fundação Eugénio de Almeida - Adega da Cartuxa
Grau alcoólico: 14%
Castas: Antão Vaz, Arinto
Preço em feira de vinhos: 12,89 €
Nota (0 a 10): 8

Vinho: Periquita 2004 (T)
Região: Terras do Sado
Produtor: José Maria da Fonseca
Grau alcoólico: 13%
Castas: Castelão, Aragonês, Trincadeira
Preço em feira de vinhos: 3,29 €
Nota (0 a 10): 6

segunda-feira, 28 de maio de 2007

No meu copo 116 - Escolha António Saramago 2001

Abrimos este vinho num jantar futeboleiro de Sábado, em conjunto com um Quatro Castas do ano anterior. Acabámos por fazer uma prova cruzada ao longo do jantar, ora provando um, ora provando outro.
Apesar de ser um bom vinho, decepcionou-nos um pouco. A cor, se bem que retinta, já resvalava para um vermelho cansado. Mostrou corpo e veludez, como quase todos os vinhos alentejanos, e foi na boca que se mostrou mais envelhecido, com sabores terciários que não esperávamos encontrar. Melhorou com a permanência no copo mas não se alcandorou ao nível que esperávamos, perdendo mesmo para o Quatro Castas mais velhito.
Em suma, um bom tinto alentejano mas não excepcional, e que não convém ter tanto tempo em garrafa como nos querem fazer crer, visto que esta colheita nos surgiu nas feiras de vinhos do ano transacto. Se o encontrarem a tempo, bebam-no com um máximo de 4 anos de vida - presumo que vos dará maior prazer.

tuguinho, enófilo esforçado

Vinho: Escolha António Saramago 2001 (T)
Região: Alentejo
Produtor: António Saramago
Grau alcoólico: 14º
Preço em feira de vinhos: 8,97 €
Nota (0 a 10): 7

sexta-feira, 25 de maio de 2007

No meu copo 115 - Aragonês de São Miguel dos Descobridores 2005

Comprei este vinho porque o vi recomendado no catálogo da feira de vinhos do Continente de 2006 pelo Prof. Virgílio Loureiro, enólogo, professor no Instituto Superior de Agronomia e especialista em análise sensorial, e ainda consultor do Continente para a área de vinhos e responsável pelo clube de vinhos do mesmo.

Dizia ele no catálogo:
«Um autêntico “bombom”.
Vale a pena partir à descoberta deste Aragonês. Foi concebido para encantar quem o cheira pela primeira vez, apresentando um aroma delicioso e intenso. As notas aromáticas evidenciam a fruta vermelha sobremadura, as plantas silvestres e um abaunilhado cativante. Na boca, confirma tudo o que o aroma promete: é amplo, encorpado, muito aveludado, com uma acidez harmoniosa e um final aromático e ligeiramente adocicado, que convida a beber um pouco mais. Um autêntico “bombom”, que não precisa de comida por perto para animar uma conversa entre amigos. Muito bem feito!»


Depois de tão eloquente descrição, quem sou eu para acrescentar seja o que for? De facto, na primeira prova nota-se uma grande frescura, muito aroma e muita juventude, com a particularidade curiosa de apresentar uma espuma rosada escura ao ser servido no copo, por cima de uma cor retinta muito concentrada. Vai bem com pratos de carne bem temperados, pois com os mais leves pode sobrepor-se aos sabores da comida. Sem dúvida um produto a merecer uma nova prova.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Aragonês de São Miguel dos Descobridores 2005 (T)
Região: Alentejo (Redondo)
Produtor: Casa Agrícola Alexandre Relvas - Herdade de São Miguel
Grau alcoólico: 13,5%
Casta: Aragonês

Preço em feira de vinhos: 5,85 €
Nota (0 a 10): 7,5

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Nova ligação na nossa lista



Acrescentámos uma ligação ao blog QVinho - Vinhos e Gastronomia, um blog de vinhos do lado de lá do charco chamado Atlântico, e que iniciou agora a sua actividade.
Boa sorte e bem vindos, ao Jomar e resto dos blogueiros do QVinho!

tuguinho e Kroniketas, enófilos e assim

terça-feira, 22 de maio de 2007

No meu copo 114 - Herdade do Pinheiro 2002

Iniciamos agora um pequeno périplo por alguns vinhos alentejanos que temos provado nos últimos tempos. Não existe um critério nem uma selecção ou ordem pré-determinada dos vinhos, apenas a ordem em que vamos escrevendo sobre alguns vinhos que nos passam pela mesa.
Começamos esta ronda por um Herdade do Pinheiro 2002. Foi a nossa primeira prova deste vinho, nascido no coração do Baixo Alentejo, em Ferreira do Alentejo, quase lá para a minha zona. Já tinha uma na garrafeira, mas num dos nossos repastos “dionisíacos”, de que qualquer dia daremos conta, o Politikos resolveu contribuir com esta.
Gostámos. É um vinho de cor rubi e aroma pronunciado a frutos vermelhos não muito maduros. Na boca mostra-se bastante cheio, com os taninos arredondados, um toque especiado e a dose certa de madeira, terminando com um fim de boca longo, daqueles que quase se mastigam. Acidez correcta e um grau alcoólico que permite apreciar os aromas sem os abafar. Parece ter estaleca para se bater com pratos de carne bem temperados. De notar que é feito com as duas castas mais emblemáticas do Alentejo, Aragonês e Trincadeira, bem secundadas pela Cabernet Sauvignon, aqui tão falada nos últimos dias, que também se dá muito bem na região. Sendo assim, tem tudo para dar certo desde que saibam tratar dele.
Em suma, para primeira abordagem agradou bastante, prometendo novas visitas. O preço de referência que temos é o da colheita de 2004, que o coloca num patamar médio-alto. Se as outras colheitas cumprirem o que esta prometeu, temos vinho para se impor. Parece-nos que não é apenas “mais um” no Alentejo, como tantos outros que temos encontrado.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Herdade do Pinheiro 2002 (T)
Região: Alentejo (Ferreira)
Produtor: Sociedade Agrícola Silvestre Ferreira
Grau alcoólico: 13%
Castas: Aragonês, Trincadeira, Cabernet Sauvignon

Preço em feira de vinhos: 7,29 €
Nota (0 a 10): 7,5

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Provas de Cabernet Sauvignon - O balanço


Fazendo o balanço das provas aqui colocadas pelos caríssimos comparsas eno-bloguistas e restantes enófilos, a conclusão é que... há gostos e gostos. Tal como na anterior Prova à Quinta vi tecer rasgados elogios a um vinho branco de que não gostei nada (Três Bagos, um Sauvignon Blanc feito pela Lavradores de Feitoria), agora vi provas de Cabernet Sauvignon que não agradaram nada e outras que agradaram bastante. Houve de tudo, o que só prova que não há conhecimento que resista ao paladar de cada um.
Parece que o grande pomo de discórdia em relação a esta casta prende-se com o aspecto vegetal que predomina em muitos vinhos, e nesses casos o veredicto é normalmente desfavorável. No entanto, também houve quem encontrasse bons motivos para elogiar os vinhos provados, precisamente aqueles em que a componente vegetal estava menos presente. O que se pode concluir daqui é que é necessário escolher o vinho certo, em qualquer casta ou em qualquer região, pois o que é elogiado por uns (que provaram o vinho certo) pode ser detestado por outros (que provaram o vinho errado).
Vejamos o que diz David Baverstock, enólogo da Herdade do Esporão, acerca do Cabernet Sauvignon no catálogo da Feira de Vinhos do Pingo Doce de 1998:

“A maior parte do vinho de qualidade produzido em todo o mundo é elaborado a partir de Cabernet Sauvignon. Esta casta francesa é bem sucedida em Bordéus e em quase todos os países vitícolas devido às suas características muito próprias. Possui pequenos bagos com uma película rica em fenóis, o que lhe permite apresentar uma boa relação de cor e taninos para a quantidade de mosto. Os vinhos, logo após a vinificação, apresentam-se de cor púrpura, fruta intensa e muito taninosos. (...) Os vinhos jovens são caracterizados por um aroma a pimentos verdes e fruta do tipo amoras e groselha preta, com uma boa estrutura de taninos. Possuem uma boa afinidade com o estágio em barricas novas de carvalho francês e, com algum tempo em garrafeira, podem ganhar aromas do tipo cedro e tabaco. Como é uma casta tardia, em climas menos quentes (como Bordéus, por exemplo) é necessário lotear Cabernet Sauvignon com Merlot para dar vinhos mais redondos e menos adstringentes. Em climas mais quentes (como no Alentejo, Austrália, Chile, Califórnia, etc.), o vinho tem ganho fama como monocasta, ou vinho varietal, dado que as uvas, por ficarem bem maduras, originam taninos mais ricos e mais álcool, o que ajuda a amaciar o paladar, sendo o fruto cheio e redondo com sabores a amoras, groselha preta e chocolate.”

Como se vê, é tudo uma questão de tratar bem o vinho para anular a predominância do vegetal. O que provámos do Esporão vem mais ao encontro das características descritas na parte final, e é este aspecto que mais nos agrada nesta casta. Mas eu também não me tenho dado bem com os Chardonnay portugueses, pelo que não me surpreende que haja quem se dê mal com o Cabernet.


Em resumo, tivemos as seguintes apreciações:
- Encosta do Sobral 2003 – 16 e 17
- Aliança Galeria 97 – 17
- Solar dos Loendros 2003 – 13,5
- Tapada da Falca 2001 – Bom
- Dom Hermano 2003 – Médio
- Quinta do Valdoeiro PN11 2001 – 13,5
- Alfaraz 2004 – 16,5
- Fiúza 2004 (também provado por nós) – Médio/fraco

Portanto, parece que o Cabernet ou se ama ou se detesta. Ou quase isso.

Kroniketas, enófilo esclarecido

PS: Novo desafio lançado no Vinho da Casa

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Prova à Quinta - O sexto


Cabernet Sauvignon portugueses

Para este desafio aqui lançado há duas semanas, as Krónikas Vinícolas foram às garrafeiras vasculhar o que havia de Cabernet Sauvignon, escolheram, escolheram, foram às várias regiões, reuniram e provaram não um, não dois, não três, mas quatro vinhos, a saber:

- Cabernet Sauvignon do Esporão 98, do Alentejo
- Quinta do Poço do Lobo 91, da Bairrada
- Fiúza Cabernet Sauvignon 2004, do Ribatejo
- Caves Velhas Cabernet Sauvignon 2000, da Estremadura

Estes vinhos representam as regiões onde têm sido feitos monovarietais de Cabernet com maior regularidade, faltando apenas os de Terras do Sado. Tivemos três vinhos já com alguma idade e um mais recente. De fora ficaram o Casa Cadaval de 99 e o Quinta de Pancas de 2001, por já terem sido feitas provas de exemplares desses vinhos, e para não ficarmos completamente embriagados no final...

Cabernet Sauvignon (Esporão) 1998
Começámos pelo Cabernet Sauvignon do Esporão. Apresentou-se macio, muito bem integrado e com aroma a frutos secos. A madeira estava bem casada no aroma e sem excessos, com um ligeiro fumado. Na boca mostrou um fundo de frutos muito maduros, ainda alguma adstringência e fim de boca prolongado e suave. Não se nota o álcool e a acidez está correcta. Um vinho com bom corpo, sendo já do ano de 1998.

Quinta do Poço do Lobo, Cabernet Sauvignon 1991
Este vinho foi comprado numa das feiras mais recentes, apesar da idade, e com o único intuito de ver como estaria um vinho desta casta com esta idade. Foi decantado cerca de uma hora antes da refeição e vertido para o copo com uns minutos de antecedência, para que pudesse abrir mais. Apesar de denotar a idade, mostrou estrutura e sabor ainda agradável, embora já não no seu auge. De cor granada escura, foi uma boa experiência, embora em circunstâncias normais já se devesse ter bebido.

Fiúza, Cabernet Sauvignon 2004
O Fiúza presenteou-nos com um aroma agressivo no bom sentido (pujante) e um fundo de erva fresca muito agradável. A boca estava no ponto, com alguns taninos e, se bem que curto, o fim de boca mostrou-se saboroso e com um ataque forte.
Ao fim de uma hora, como seria de esperar, estava muito mais macio, sem a tal agressividade inicial. Bom corpo. Bebeu-se o que restou no almoço do dia seguinte (esteve devidamente rolhado com rolha de vácuo) e mostrou-se algo decaído.

Caves Velhas, Cabernet Sauvignon 2000
Para o fim ficou o Caves Velhas de 2000, um dos melhores na prova. Aroma muito fumado, com fundo vegetal omnipresente mas sem subjugar os outros odores e uma cor rubi muito agradável.
Sabor a couro e vegetal, macio na boca mas persistente, com uma adstringência suave. Fim de boca longo com fundo de frutos secos. Mediano de corpo. Ao contrário do Fiúza, no dia seguinte mostrou-se ainda melhor.

Em conclusão, tivemos vinhos com algumas semelhanças devido à casta e até devido à idade algo avançada que lhes retirou alguma vivacidade, mas com perfis um pouco diferentes. Os mais equilibrados foram o do Esporão e o das Caves Velhas, com um bom balanço entre a acidez, o corpo e os aromas. O Poço do Lobo mostrou-se algo cansado e o Fiúza, embora vivo e mais exuberante que os outros, acabou por mostrar algum excesso de álcool, conquanto não chegasse a desequilibrar o vinho.

No conjunto, o do Esporão confirmou aquilo que se esperava dele, com um frutado ainda marcante e um belo corpo, sem dar sinais de exagero na componente vegetal, mais presente no Fiúza. De todo o modo, não se notou qualquer predominância dos famigerados pimentos verdes, que como diz o Copo de 3 parecem ensombrar os vinhos desta casta e parecem também tomar conta do imaginário dos enófilos. Como dissemos num comentário no post onde lançámos o desafio, um vinho bem feito não deve saber a pimentos verdes, senão algo está mal. Nesse aspecto, o Cabernet do Esporão, que entretanto deixou de ser feito, pede meças a qualquer outro, pois sempre teve uma predominância a frutos secos e vermelhos muito bem integrada com a madeira, com uma acidez correcta e um grau alcoólico moderado.

É pena que os caríssimos eno-bloguistas já não o possam provar (a não ser que ainda haja à venda nalgum sítio esquecido, ou na Herdade do Esporão), pois aqueles que não gostam desta casta talvez mudassem de ideia. Nós conhecemos este vinho desde o seu lançamento, com a colheita de 91, e acompanhámo-lo até ao fim, já em garrafas de meio-litro. As últimas sete, desta colheita de 98, foram compradas numa garrafeira da Praia da Rocha, em 2003, a 11 € cada uma. Ainda nos restam 2, para saborear os últimos prazeres.

Em conclusão, se esta casta é plantada em todo o mundo por alguma razão há-de ser. E para encontrar bons exemplares, mesmo portugueses, só há que procurá-los.

tuguinho e Kroniketas, enófilos esforçados e esclarecidos

Vinho: Cabernet Sauvignon (Esporão) 98 (T) (garrafa de ½ litro)
Região: Alentejo (Reguengos)
Produtor: Herdade do Esporão
Grau alcoólico: 13%
Preço: 11,37 €
Nota (0 a 10): 8

Vinho: Caves Velhas, Cabernet Sauvignon 2000 (T)
Região: Estremadura
Produtor: Caves Velhas
Grau alcoólico: 12,5%
Preço em feira de vinhos: 4,81 €
Nota (0 a 10): 7,5

Vinho: Fiúza, Cabernet Sauvignon 2004 (T)
Região: Ribatejo
Produtor: Fiúza & Bright
Grau alcoólico: 14,5%
Preço em feira de vinhos: 3,92 €
Nota (0 a 10): 7

Vinho: Quinta do Poço do Lobo, Cabernet Sauvignon 91 (T)
Região: Bairrada
Produtor: Caves São João
Grau alcoólico: 13%
Preço em feira de vinhos: 4,35 €
Nota (0 a 10): 6

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Desafio Prova à Quinta - 6ª ronda


Cabernet Sauvignon portugueses

Propomos aos caros enófilos um novo desafio: tintos portugueses monocasta, feitos com Cabernet Sauvignon. Esta casta, como sabem, é provavelmente a casta tinta mais famosa a nível mundial, sendo usada, salvo melhor informação, em todo o mundo, tendo actualmente uma clara predominância nos países produtores do novo mundo.

Há meia-dúzia de anos foi usada em vinhos varietais em quase todas as regiões do sul do país, tendo depois passado a moda. Já aqui o disse, tenho uma paixão por esta casta e tenho obtido alguns momentos de grande prazer com estes vinhos. Por isso, vamos lá desencantar o que ainda houver por aí feito exclusivamente com Cabernet Sauvignon, e vamos ver como é que, depois do grande boom de há alguns anos, esta casta está a ser usada actualmente em extreme.

As vossas opiniões deverão ser colocadas neste post até ao dia 17 de Maio. Boas provas.

Kroniketas, enófilo esclarecido

PS: Continuem a deixar aqui as vossas provas. Amanhã colocaremos a nossa com alguns comentários e um apanhado das vossas opiniões. Entretanto vão pensando na próxima. Alguém se chegue à frente, por favor.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

No meu copo 113 - Fiúza, Merlot 2000

Foi a primeira vez que apreciei este vinho extreme da casta Merlot da casa Fiúza. Portou-se bem apesar da idade, apresentando uma cor aberta e limpa e aroma moderado. Foi degustado com um prato leve, visto que a Merlot não é propriamente conhecida por fazer vinhos encorpados e que aguentem com pratos mais consistentes. É precisamente aí que penso que mora o calcanhar de Aquiles destes vinhos – têm pouco corpo! É óbvio que nem só de vinhos encorpados se faz o mundo dos vinhos, mas o corpo demasiado delgado deste Merlot fica-me sempre atravessado, como se lhe faltasse qualquer coisa, o golpe de asa para alcançar voos mais altos. E com o corpo delgado vem também um fim de boca demasiado breve...
Apesar destas considerações, não se pense que é um mau vinho. Aliás, já o referi no início, não se portou nada mal. Mas podia ser melhor.

tuguinho, enófilo esforçado

Vinho: Fiúza, Merlot 2000 (T)
Região: Ribatejo
Produtor: Fiúza & Bright
Grau alcoólico: 13º
Casta: Merlot

Preço em feira de vinhos: 7,95 €
Nota (0 a 10): 6,5

sexta-feira, 11 de maio de 2007

No meu copo, na minha mesa 112 - Dão Meia Encosta Garrafeira 73, Quinta de Cabriz Reserva 2003; Curral dos Caprinos



Este restaurante é um clássico. Um nome que é sempre de considerar para uma refeição bem preparada mesmo ao pé da serra de Sintra, a pedir um passeio após o repasto. Para além disso há uma enorme garrafeira onde se podem encontrar verdadeiras relíquias, com mais de 30 anos, em bom estado de conservação sem ser a preços obscenos. Rumando a Sintra, há que tomar a estrada em direcção a Colares e à Praia das Maçãs e pouco à frente sair no cruzamento em direcção a Cabriz e Várzea de Sintra.
Há dois pisos com salas, sendo o piso superior bem mais agradável que o térreo, pois é todo rodeado de janelas, ao contrário do outro que é completamente interior e mais acanhado em termos de espaço.
Uma das especialidades da casa é o cabrito no forno, que vem cortado em pequenos pedaços rodeados de batatinhas e regados com molho do assado. Não é o melhor cabrito que já comi mas cai bem. Existem, contudo, muitas outras opções em duas páginas repletas de especialidades e pratos do dia.
Antes de se escolher a refeição somos quase inundados por uma série de entradas quentes, como rissóis e croquetes, para além de outras frias como o queijo fresco e fatias de presunto. Difícil de resistir quando a fome aperta.
Nas sobremesas também há imensas escolhas, com a curiosidade de algumas terem nomes bem sugestivos como “pijama”, pijaminha” e “cuequinha”, que são pratos com misturas de doces, frutas e gelados, com variadas combinações. Pode-se sempre optar pelos mais tradicionais, como o pudim de gemas ou a mousse de chocolate.
Mas a grande atracção é a garrafeira. Para além de se poder pedir uma garrafa de bom vinho por 13 ou 14 euros, bem longe dos 30 ou 40 que se vêem por aí, ainda encontramos vinhos de Reserva e Garrafeira dos anos 70, 80 e 90 pelo mesmo preço. Não resisti à curiosidade de experimentar uma dessas relíquias e pedi um Dão Meia Encosta Garrafeira de 1973. Foi aberto com todos os cuidados (não sem que a rolha se partisse, mas sem cair na garrafa) e posteriormente decantado. Mostrou uma cor ainda a revelar saúde embora com o acastanhado típico de um vinho desta idade. Houve que deixá-lo respirar algum tempo para vê-lo evoluir, mas estava em plena forma, sem qualquer sinal de declínio nem de estar a ficar “passado”. Claro que um vinho destes não é apreciado por toda a gente, há que conhecer as suas características para poder usufruir de tão nobre envelhecimento. Já não vai melhorar, mas pareceu estar num patamar estável de conservação.
Para compensar a velhice deste Meia Encosta pediu-se um mais novo, um Quinta de Cabriz Reserva de 2003. Trinta anos mais novo e a mostrar bem essa juventude. Uma bela cor rubi ainda fechada, com um aroma pronunciado a frutos vermelhos e silvestres, a fazer lembrar amora e cereja, e uma grande frescura na boca, onde o frutado e a acidez se equilibram bem com um teor alcoólico elevado. O mais curioso é que estes vinhos custaram 14 e 13 €, respectivamente, o que deve ser caso único em Portugal.
À saída ainda houve a oportunidade de trazer a garrafa do Dão Meia Encosta e, no remate da conversa, adquiri outro Garrafeira de 1977 pelo preço módico de 10 euros! Disse-me o chefe que prefere vendê-las baratas, se os clientes as quiserem levar, do que tê-las guardadas a estragarem-se sem que ninguém lhes pegue. E acho que faz bem. Quando quiser outra, já sei onde ir buscá-la. Só espero que esta de 77 esteja com tão boa saúde como a de 73 que lá bebi.
Como nota menos positiva realce-se a demora do serviço, principalmente nos pratos pedidos. Parece que ao fim-de-semana dispensam parte do pessoal e ficam com 3 pessoas a atender uma sala para cerca de 130 clientes. Depois o serviço ressente-se...

Kroniketas, enófilo esclarecido

Restaurante: Curral dos Caprinos
Rua 28 de Setembro, 13
Cabriz - Várzea de Sintra
Telef: 21.923.31.13
Preço médio por refeição: 30 €
Nota (0 a 5): 4

Vinho: Dão Meia Encosta Garrafeira 73 (T)
Região: Dão
Produtor: Sociedade dos Vinhos Borges
Grau alcoólico: 12%
Preço no restaurante: 14 €
Nota (0 a 10): 9

Vinho: Quinta de Cabriz Reserva 2003 (T)
Região: Dão
Produtor: Dão Sul, Sociedade Vitivinícola - Quinta de Cabriz
Grau alcoólico: 13,5%
Castas: Alfrocheiro, Tinta Roriz, Touriga Nacional
Preço em feira de vinhos: 6,98 €
Nota (0 a 10): 7,5

terça-feira, 8 de maio de 2007

Na minha mesa 111 - Estrela do Mar (S. Pedro de Moel)


Um passeio pelo litoral levou-me uma dia até São Pedro de Moel, perto da Marinha Grande, e o guia de restaurantes da Visão levou-me ao restaurante Estrela do Mar, mesmo por cima da praia.
O espaço é amplo, com janelas viradas para o mar, e há um enorme mostruário de peixes à escolha. Na ementa a maior parte das opções giravam à volta disso. Como não sou grande apreciador de peixe grelhado, tentámos qualquer coisa um pouco mais elaborada e pedimos um arroz de marisco e uma açorda de marisco.
Uma desilusão. Nenhum estava nada de especial. Já comi dezenas de arrozes e de açordas de marisco melhores que aqueles. Parece que a grande especialidade serão os enormes peixes para grelhar, mas se é só isso é demasiado redutor para pratos de peixe. Esperava outro tipo de confecção muito mais cuidada, porque para grelhar peixe não é necessário fazer nada de especial.
Para acompanhar pediu-se um vinho verde, o Loureiro de Ponte de Lima, já referido na Prova à Quinta, e caiu muito bem como se esperava.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Restaurante: Estrela do Mar
Avenida Marginal
2430-505 S. Pedro de Moel
Telef: 244.599.245
Preço médio por refeição: 20 a 25 €
Nota (0 a 5): 2,5

domingo, 6 de maio de 2007

Krónikas duma viagem a Paris - 2















No último dia em Paris tive oportunidade de deslocar-me a um supermercado para ver os preços dos vinhos. Curiosamente, era de um grupo que também está em Portugal, o Auchan, proprietário dos hipermercados Jumbo.
Se em Portugal a oferta de marcas e regiões já é por muitos considerada excessiva, ao pé do que se vê em França não é nada. As denominações de origem, que aqui são fáceis de identificar, em França têm uma panóplia de variações com as sub-regiões e os tipos de vinho que deixam qualquer um menos informado completamente à nora.
Em Bordéus, por exemplo, podem aparecer vinhos do Médoc ou de Saint-Emilion, duas das sub-regiões. Depois há as várias classificações (como os Premier Cru, Grand Cru, etc), que definem a categoria do vinho, provavelmente como cá os Reserva e os Garrafeira, e que variam conforme a região. Isto só olhando de relance, porque as variantes são imensas. No meio de tantas designações por vezes não é fácil perceber de que região se trata a não ser pela indicação “Appellation Contrôlée”, onde normalmente consta o nome da região a que a denominação de origem se refere.
O mais notável nas centenas de vinhos presentes nas prateleiras foi o nível de preços praticados. Em todas as regiões, com excepção de Champagne, existem vinhos a 2, 3, 4, 6 euros. Brancos, tintos e rose. São poucos os que ultrapassam os 10 euros e ainda menos os que ficam acima dos 20 euros.
Não sei se a imensa galeria de vinhos que encontrei é representativa dos vinhos franceses, pois certamente, lá como cá, haverá garrafeiras especializadas onde se encontram as raridades a preços mais caros. Mas o que mais me surpreendeu foi ver que a percentagem de vinhos acima dos 5 euros é muitíssimo inferior ao que vemos por cá. Ora sabendo-se que se trata do país vinícola mais famoso do mundo, não deixa de espantar que essa fama não seja usada para inflacionar os preços. Pelo menos é a isso que estamos habituados por cá, onde basta um vinho ganhar fama para duplicar o preço, e às vezes já é caro antes de ter fama.
Deste modo, parece-me que não será apenas pelos maiores volumes de produção que os preços são mais baixos, mas antes pela política de preços praticada quer pelos produtores quer pelos revendedores. Sempre me pareceu que em Portugal se exagera nos preços de modo injustificado e não deixa de ser um pouco amargo verificar que para lá dos Pirinéus se pode comprar vinho mais facilmente a preços acessíveis. Talvez os nossos produtores devessem ir lá aprender alguma coisa.
Dadas as limitações agora existentes para o transporte de líquidos nos aviões, e com muita pena minha, não podendo trazer vinho como bagagem de mão limitei-me a comprar duas garrafas de vinho branco da Alsácia, um da casta Riesling e outro da casta Gewurztraminer, a preços entre os 4 e os 6 euros. E vieram bem embrulhadas dentro da mala de roupa, felizmente chegando cá inteiras...
Quero ainda destacar aquilo que vi numa montra, algures por Montparnasse: uma caixa de vinhos com um champanhe Brut Premier e um vinho do Porto 10 anos da Ramos Pinto, por 60 euros. Noutra caixa estão várias bebidas entre as quais um Porto Dow’s 10 anos. É verdade, estão ali as fotos a confirmá-lo. Os franceses consideram o vinho do Porto ao mesmo nível do seu próprio champanhe. É notável.

Kroniketas, enófilo viajante

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Prova à Quinta - O quinto


Encostas de Paderne, Alvarinho 2004; Loureiro Ponte de Lima 2005

Para este desafio, há alguns meses esquecido, lançado pelo Pingas no Copo, pedia-nos o Pingus Vinicus para avaliarmos um vinho branco monocasta. Depois de equacionar várias hipóteses, resolvi apresentar uma prova não de um, mas de dois vinhos brancos, neste caso dois verdes, um Alvarinho e um Loureiro, para percebermos que nem sempre os nomes, só por si, valem o que está dentro da garrafa.
Comecemos pelo Alvarinho, um Encostas de Paderne. Tratando-se de um Alvarinho, esperava-se muito melhor. Dum Alvarinho espera-se sempre. Mas a verdade é que este desiludiu. Falta-lhe a elegância e a frescura tão típicas da casta. Pareceu algo rústico, muito longe da generalidade dos Alvarinhos que há por aí. Se tivesse outro rótulo qualquer pensar-se-ia que se tratava de um qualquer verde vulgar.
Terá sido azar com a garrafa? Ficamos sem saber a resposta, mas esta prova não convenceu.
Por sua vez, o Loureiro é um Ponte de Lima. É um dos verdes que conheço há mais tempo e sempre me agradou. Aliás, a casta Loureiro é uma das mais conceituadas da região dos Vinhos Verdes, produzindo vinhos de grande frescura, com um bom equilíbrio entre o álcool e a acidez, predominantemente secos e muito agradáveis. Este mostrou uma bela cor citrina brilhante e um aroma entre o frutado e o floral, um ligeiro gaseificado com bolha muito fina e uma grande leveza na prova que o torna um excelente acompanhante para pratos de marisco. E como é barato, é sempre uma excelente aposta para uma compra rápida sem grande risco.
Esta dupla prova demonstra que há mais vida na região dos Vinhos Verdes para além do Alvarinho. Muitas vezes as outras castas são subalternizadas em favor do Alvarinho, mas é sempre preciso conhecer o produto final e, no caso de castas como a Loureiro e a Trajadura, também se obtêm excelentes vinhos, mais leves e menos alcoólicos mas caracterizados por uma grande frescura, pelo que podem constituir excelentes apostas. No caso vertente, dou preferência a este Loureiro que a este Alvarinho.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Encostas de Paderne, Alvarinho 2004 (B)
Região: Vinhos Verdes (Monção)
Produtor: Manuel da Rosa
Grau alcoólico: 12,5%
Casta: Alvarinho
Preço em feira de vinhos: 3,79 €
Nota (0 a 10): 5

Vinho: Loureiro Ponte de Lima 2005 (B)
Região: Vinhos Verdes (Ponte de Lima)
Produtor: Adega Cooperativa de Ponte de Lima
Grau alcoólico: 11,5%
Casta: Loureiro
Preço em feira de vinhos: 2,78 €
Nota (0 a 10): 7

terça-feira, 1 de maio de 2007

Krónikas duma viagem a Paris - 1



As férias escolares da Páscoa foram aproveitadas para uma deslocação a uma das cidades míticas do mundo: Paris. Por sinal, a única onde já me desloquei mais de uma vez. Já lá fui solteiro, recém-casado, e desta vez o objectivo foi levar os filhos para conhecerem a Eurodisney.
As constantes deambulações pela cidade e as deslocações ao parque Disneyland não deixaram grande folga para repastos de nouvelle cuisine e muito menos para degustações vinícolas a condizer. A primeira abordagem ocorreu logo no dia da chegada, já para lá das 3 da tarde, hora local.
Cansados da viagem e esfomeados, fora de horas para almoçar, demos uma volta pelo 17ème arrondissement à procura da salvação, e esta apareceu-nos num restaurante chinês tipo self-service, depois de conduzidos de táxi por um motorista chinês. Esta coincidência viria a revelar um padrão que se repetiu nos dias seguintes: em Paris, os chineses são os trabalhadores e os japoneses são os turistas...
No dito chinês, onde ainda voltaríamos num dos regressos da Disney, depois de escolhermos todas as massas e arrozes mais o pato, a galinha e as gambas, vi umas garrafas na vitrina que me chamaram a atenção. Resolvi experimentar meia de Côtes du Rhône. O vinho estava ligeiramente refrescado e, para minha surpresa, não se saiu nada mal com a comida chinesa. Revelou-se um vinho aberto, muito suave e aromático, extremamente fácil de beber. Pareceu-me ser apropriado para refeições não muito condimentadas.
Noutra ocasião, depois dum dia cansativo a percorrer a cidade desde Montmartre até Pigalle, desde a Torre Eiffel ao Arco do Triunfo, usando todas as linhas de metropolitano possíveis e passando ainda por um passeio de Bateau Parisien, com frio e chuva à mistura, acabámos a jantar num restaurante libanês, sob alguma desconfiança. Mas o atendimento simpático ajudou-nos a escolher umas brochettes (espetadas) de carne de porco, vaca e frango, acompanhadas com um arroz e uma salada à moda do local, e um vinho também do país. Um Clos St. Thomas de 2002, com 14% de álcool mas sem ser agressivo. Um vinho de perfil moderno, feito com as castas omnipresentes onde quer que se vá: Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah e uma menos conhecida, Grenache. Bebeu-se bem, seguindo a tendência dos vinhos da moda.
Na segunda visita ao chinês ainda repeti o Côtes du Rhône e noutra ocasião experimentei um rosé barato. E por aqui ficou a experiência francesa no que toca a vinhos. Na véspera do regresso ainda fiz uma visita a um supermercado, de que darei conta na segunda parte desta croniqueta.

Kroniketas, enófilo viajante