quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

No meu copo 276 - Casa Silva Los Lingues Gran Reserva, Cabernet Sauvignon 2005; Quinta de Vale de Fornos Grande Escolha, Cabernet Sauvignon 2006


(continuação)

Finda a prova, rumámos à casa do Politikos. Umas batatas fritas, uns nacos de novilho e uma costeleta do mesmo animal, fritos em azeite, com alho, vinho branco e umas ervas de Provence, à moda do Mancha, que se revelou exímio com a frigideira, foram os comes.
Para os bebes, alinharam dois Cabernet Sauvignon: um Casa Silva los Lingues Gran Reserva 2005 que se revelou muito bom, aromático no nariz, sobressaindo com clareza mas sem excesso o pimento verde característico da casta, e cheio na boca, com frutos vermelhos e no final alguma especiaria. Um puro Cabernet Sauvignon.
Seguiu-se um Quinta de Vale de Fornos Grande Escolha Cabernet Sauvignon 2006, de que francamente gostámos muito menos. Sem estar passado e mostrando um nariz próximo do Casa Silva, defraudou na boca em que se mostrou rústico, com algo de adega e notas herbáceas muito pronunciadas, e porventura já em decadência. Já agradou, sem deslumbrar, em provas anteriores, mas desta vez ficou aquém, possivelmente muito prejudicado por ser servido a seguir ao Casa Silva.
Para sobremesa, um lokum com pistachios, resultado de uma viagem recente do Politikos à Turquia, cujos cubos se revelaram firmes e com todo o seu paladar intacto, resultado da embalagem em vácuo. Finalizámos com um Porto VZ 10 anos, escolha do Kroniketas, que se mostrou fechado e modesto. A escolha do Politikos teria sido um Quinta do Pasadouro Vintage 2000 da Niepoort, com outro perfil, é certo, mas que com certeza teria prestado melhores provas. Depois, ainda estivemos à conversa que esteve boa até quase às 4h00 por entre discos pedidos e recordações em vinil, sobretudo dos anos 80.
E assim, com recordações de tempos antigos, voltámos às lides neste blog após 6 meses exactos de interregno. Não prometemos nada, mas vamos tentar tornar a ser mais regulares, para que o aniversário deste blog, que se aproxima, não venha a ser um obituário...

Politikos e Kroniketas, enófilos monocasta, desta vez com Cabernet Sauvignon

Vinho: Casa Silva Los Lingues Gran Reserva, Cabernet Sauvignon 2005 (T)
Região: Colchagua Valley (Chile)
Produtor: Viña Casa Silva - San Fernando
Grau alcoólico: 14,5%
Casta: Cabernet Sauvignon
Nota (0 a 10): 8

Vinho: Quinta de Vale de Fornos Grande Escolha, Cabernet Sauvignon 2006 (T)
Região: Ribatejo/Tejo (Azambuja)
Produtor: Soc. Agric. Vale de Fornos
Grau alcoólico: 13%
Casta: Cabernet Sauvignon
Nota (0 a 10): 6,5

Vinho: Porto VZ 10 anos
Região: Douro/Porto
Produtor: Lemos & Van Zeller
Grau alcoólico: 20%
Nota (0 a 10): 6

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Na Wine O’Clock 8 - Vinhos do Esporão

Uma visita à Wine o’Clock para uma Prova Esporão foi o pretexto para, à última hora, uma fracção do núcleo duro dos Comensais Dionisíacos – composta por Kroniketas, Mancha e Politikos, à qual só faltou (como habitualmente, aliás) o tuguinho – acertar um repasto tardio.
Na Wine o’Clock a prova foi, como se esperava, excelente, passando em revista o portefólio da gama superior do Esporão:
- Esporão Reserva Branco 2009, um vinho moderno e fresco, com uns taninos finais que se sentem mas logo se recolhem;
- Private Selection Branco 2008, um branco de grande nível, complexo, amadeirado; que pode passar por tinto e acompanhar tudo à mesa;
- Quatro Castas Tinto 2009, que nesta colheita mudou o perfil e as castas – agora Alicante Bouschet, Aragonês, Touriga Franca e Touriga Nacional – quase podendo passar por Douro (nós preferimos o antigo, com verdadeiro perfil do Alentejo);
- Esporão Reserva Tinto 2008, um nosso velho conhecido, e que continua um excelente vinho e a dar cartas, numa boa escolha entre custo/qualidade;
- Private Selection Tinto 2007, excelentíssimo, elegantíssimo e complexo, que quase se mastiga, mas que todos nós achámos que para poder ser apreciado na sua plenitude é capaz de ganhar em ser bebido a solo e só com conversa, por se poder perder um pouco com a comida e sobretudo quando servido depois de outros, quando os estômagos já estão saciados e os palatos cansados.
- Rematámos em beleza com um Late Harvest 2009, bem feito e menos enjoativo do que outros que já provámos, sobretudo os do Novo Mundo. Não se aguenta com uma encharcada alentejana ou a acompanhar sobremesas muito doces, mas irá muito bem com uma salada de frutas, gelado ou tarte, por exemplo.
Em suma, a Herdade do Esporão continua a dar cartas.
(continua)

Politikos e Kroniketas, enófilos rendidos ao Esporão