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sexta-feira, 5 de outubro de 2007

No meu copo, na minha mesa 138 - Quinta da Alorna rosé, Touriga Nacional 2006; Restaurante Al Dente (Alvor)




Os brancos e rosés de férias (V)

Uma das incursões de férias, como já vem sendo habitual, foi a um restaurante italiano (também houve uma a um restaurante indiano, mas essa não é para aqui chamada; aliás, não saberia o que dizer...). Já tínhamos ficado de olho nele o ano passado, numa passagem por Alvor, e desta vez fomos mesmo lá.
O espaço é amplo e frondoso, numa espécie de esplanada interior, a dar para uma varanda que pode ser destapada nas noites mais quentes (não foi o caso deste Verão, certamente), salpicada por várias pequenas árvores espalhadas pelo recinto. Como é habitual na época, mesmo com mesa marcada espera-se... e espera-se... e espera-se... até nos podermos sentar e até sermos atendidos e poder começar a refeição. Mas quanto a isso, já percebi que não há nada a fazer. É ir preparado para começar às 10 da noite.
De qualquer modo, acabou por valer a pena a espera. A ementa é bastante variada, com várias carnes para além da enorme profusão de massas e pastas. E assim se pediram coisas tão variadas como macarrão tostado, regina gratinata, bifinhos de porco panados, bife Veneza, involtini e se terminou com tiramisu, crepe com chocolate e crepe com mel e nozes. E toda a gente ficou agradada com a qualidade da confecção.
O atendimento também é simpático e eficiente, descontado o tempo de espera já referido.
E para acompanhar tão variadas iguarias, a pedido de várias famílias fomos para o rosé. Porque era Verão, porque era comida italiana. As opções não eram muitas e resolvi estrear este Quinta da Alorna, que não conhecia. Agora que os rosés estão na moda e que se faz vinho rosé um pouco por todo o país, já quase não há um produtor conceituado que não tenha o seu rosézito. E este saiu muito bem. Bastante aromático, ligeiramente floral e com predominância de frutos vermelhos no aroma e no paladar (sente-se ali um toque a morangos ou framboesa), medianamente encorpado e muito fresco na prova de boca, com alguma persistência a marcar um final suave e seco. Uma boa surpresa para primeiras impressões.
Claro que saindo das mãos do enólogo Nuno Cancella de Abreu só podia ser bom. Não o tenho visto por aí à venda, mas vou ficar atento.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Quinta da Alorna 2006 (R)
Região: Ribatejo (Almeirim)
Produtor: Quinta da Alorna Vinhos
Grau alcoólico: 13%
Casta: Touriga Nacional
Preço no restaurante: 12 €
Nota (0 a 10): 7,5

Restaurante: Al Dente (italiano)
Quinta da Praia, Lote 4 - Loja 16
8500 Alvor
Telef: 282.457.555
Preço médio por refeição: 20 €
Nota (0 a 5): 4

terça-feira, 22 de agosto de 2006

No meu copo, na minha mesa 58 - Trebbiano, Sangiovese; Pizzeria “Le Delizie”







Uma das deambulações de férias trouxe-me a um local onde tinha estado há 2 anos, mas do qual não tinha guardado referências. Agora voltámos ao “local do crime” para recuperar impressões.
Trata-se dum restaurante italiano denominado “Le Delizie”, situado em Ferragudo, do outro lado do rio Arade. Para quem sai de Portimão pela ponte velha, junto ao cais, vira-se à direita no cruzamento para Ferragudo, estaciona-se (se se conseguir) na praça central da povoação, entra-se pelo largo e segue-se por uma ruela à direita. Uns 30 ou 40 metros à frente encontramos o dito restaurante.
O espaço não é muito amplo mas é acolhedor. Na época de verão convém marcar mesa senão é difícil arranjar lugar.
Embora o nome do restaurante indique “Pizzeria”, este é muito mais que uma simples pizzaria (aliás, se assim não fosse eu nem perdia tempo a ir lá, porque pizza é coisa que não me passa pelo estreito e acho o maior desperdício estar a perder tempo e dinheiro num restaurante para comer coisa tão desinteressante…). A oferta é variada em termos de massas e pastas, e é por aí que se deve seguir.
No grupo presente (4 adultos e 3 crianças) escolheu-se o “4 Crostino misto” para entrada. Eram umas tostas do tipo pão-de-alho com várias guarnições por cima. Provei 3 e só uma não consegui engolir, parece que era de anchovas. As outras eram óptimas.
Nos pratos, para além duma inevitável pizza-não-sei-de-quê (de que aliás sobraram 5 das 6 fatias…), escolhemos o “Ravioli al funghi porcini”, uma “Gratinata no forno com molho bolonhesa”, uma “Carbonara” e uma “Paglia e Fieno”. Como se vê, bem diferentes das tradicionais pizzas, lasanhas e esparguete à bolonhesa.
A “Gratinata no forno” é um prato de massa gratinada com molho bolonhesa que calha sempre bem (antepenúltima foto). O “Ravioli al funghi porcini”, com cogumelos, também estava saboroso. A Carbonara (esparguete, natas e bacon) não tem muito de novo mas come-se bem. Mas a surpresa da noite, escolhida já à última, foi a “Paglia e Fieno” (penúltima foto), com os espinafres a fazerem a diferença no panorama geral e desenjoando das natas e dos molhos.
Para finalizar apenas se pediu um magnífico crepe com gelado de chocolate e chantilly, que nunca deixa ninguém ficar mal (última foto)!
Para os líquidos, os adultos escolheram os dois vinhos italianos da casa, um branco e um tinto, ambos da Sicília. O branco, de nome Trebbiano, de 2005, estava na linha de muitos brancos que temos por cá, um pouco vulgar. Algum aroma floral mas pouco elegante na prova de boca. Poderá safar-se se estiver bem fresco, mas não é vinho para encantar.
O tinto, Sangiovese, também está na linha dos tintos italianos vulgares, com aquele aspecto meio aguado que os caracteriza, muito longe do corpo e da estrutura pujante dos tintos portugueses. É mesmo um vinho adequado para comida italiana, embora um Mateus Rosé não ficasse pior.
Em suma, nenhum deles era nada de especial, mas pelo preço que custaram (8 €) não se podia esperar mais. Há outras escolhas na carta de vinhos, como Chianti, o Lambrusco ou o Valpolicella, com preços na ordem dos 15, 20 e até 30 €, que talvez experimentemos noutra visita. Porque este é, sem dúvida, um local a revisitar. Para uma boa refeição à italiana vale a pena ir a Ferragudo. Foi a segunda vez que estive no local e pretendo voltar. O atendimento é simpático e o ambiente descontraído. Ou seja, sentimo-nos bem e comemos bem. É o que se deseja. Uma referência a anotar no panorama medíocre dos restaurantes para turistas no verão.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Pasqua, Trebbiano 2005 (B)
Região: Sicília (Itália)

Casta: Trebbiano
Nota (0 a 10): 5,5

Vinho: Pasqua, Sangiovese 2005 (T)
Região: Sicília (Itália)
Casta: Sangiovese

Nota (0 a 10): 6

Restaurante: Pizzeria “Le Delizie”
Rua Vasco da Gama, 25
8400 Ferragudo
Telef: 282.461.868
Preço médio por refeição: 12,5 - 15 €
Nota (0 a 5): 4,5

terça-feira, 21 de fevereiro de 2006

No meu copo, na minha mesa 21 - Nero d’Avola 2002; La Campania
















Hoje vamos falar duma experiência um pouco diferente. Uma refeição italiana e um vinho italiano.
Não se trata duma dessas pizzarias que há por aí aos pontapés, muito menos a Pizza Hut. Trata-se dum restaurante digno desse nome, bem no coração de Lisboa (na Rua da Artilharia 1, junto ao famigerado túnel do Marquês), com um ambiente acolhedor e uma ementa a preceito. A sala não é muito grande mas está bem aproveitada, conseguindo albergar cerca de 60 pessoas. A iluminação é discreta e suave.
Passando à ementa, as escolhas são vastas, a começar pelas sugestões do chefe logo na primeira página. Depois vêm as inevitáveis massas, pastas e antipastas, numa variedade que passa pelas pizzas, lasanhas, spaghetti, canelloni, fetuccine, tagliatelle e “tutti quanti”. Além destes mais tradicionais ainda há várias alternativas em que se incluem uns “scalopini alla crema”, “osso buco” (uma especialidade), bifes do lombo e chateaubriand e, imaginem, até um bacalhau!
Vieram para a mesa umas lasanhas normais e verdes, um fetucine verde bolognese, um “scalopini alla crema” e um das sugestões do chefe, “scalopini alla marsala”. Depois de se provar estas variedades, ninguém mais tem vontade de encomendar lasanhas na Pizza Hut! As massas estavam excelentes, assim como os dois pratos de “scalopini”.
Na sobremesa comi bolo de chocolate recheado com camadas de chantilly, o que o torna extremamente fofo e apetecível, misturado com gelado de chocolate e baunilha. Experimentei misturar os dois e o resultado foi óptimo. Da próxima vez que lá for tenho que me lembrar desta! As escolhas também são variadas, não faltando o inevitável tiramisu, além de algumas tartes e bavaroises.
Para acompanhar a refeição optámos por vinho italiano. A oferta era enorme em termos de vinhos alentejanos, mais do que todos os outros vinhos portugueses, enquanto dos italianos havia apenas 6 ou 7 marcas, de que só reconheci o Chianti, o Barolo e o Valpolicella, que já tinha provado naquele mesmo local. Na dúvida pedimos ao mestre de serviço à mesa que nos aconselhasse um vinho italiano, ao que ele, curiosamente, torceu o nariz, “com tantos vinhos bons que temos cá”. Mas a refeição era para ser italiana em tudo, e depois de perguntar se tínhamos a certeza que era mesmo isso que queríamos aconselho-nos um vinho da Sicília, de seu nome Nero d’Avola, do ano 2002, por cerca de 10 euros.
Como é habitual nos vinhos italianos que tenho bebido, revelou-se um vinho aberto, de cor rubi clara, pouco encorpado e com pouca acidez, apesar dos 13% de álcool. Bebeu-se bem com os pratos italianos, ligando melhor com as massas que com os pratos de carne. Tal como também tenho notado, parece que falta a estes vinhos alguma estrutura que os torne mais cheios. Não se pode dizer que são vinhos maus, mas até hoje ainda não provei um vinho italiano que me encantasse, nem sequer que batesse claramente os vinhos portugueses. Pode ser que nos topos de gama isso aconteça, mas em termos de qualidade média, até prova em contrário, estou convencido que os vinhos portugueses são melhores.
Em resumo, um restaurante com um serviço rápido, atencioso e eficiente, onde vale a pena voltar para comer pratos italianos bem confeccionados, e uma carta de vinhos extensa onde os vinhos portugueses estão bem representados. O preço também não é nada de assustar, se não se exagerar nas entradas e nos digestivos come-se por cerca de 15 a 20 € por pessoa.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Zonin, Nero d’Avola 2002 (T)
Região: Sicília (Itália)
Produtor: Casa Vinícola Zonin - Gambellara
Casta: Nero d'Avola

Grau alcoolico: 13%
Preço no restaurante: cerca de 10 €
Nota (0 a 10): 6

Restaurante: La Campania (italiano)
Rua da Artilharia 1, 30 - Lisboa
Telef: 21.385.03.45
Nota (0 a 5): 4