Alvarinho 06; Alvarinho 07; Alvarinho-Loureiro 08; Loureiro-Trajadura 07; Chardonnay-Maria Gomes 06
A Quinta da Aveleda é conhecida desde há muito pelos seus vinhos verdes, de que o mais conhecido é um branco de combate com o nome da Quinta que se bebe com facilidade. Por altura da Expo 98, um dos pavilhões presentes no certame era do G7, que englobava as 7 maiores empresas vinícolas do país, uma das quais era a Aveleda.
Nos últimos anos a empresa alargou o leque de produtos a partir do conceito de Follies, que foi buscar à arquitectura. Segundo a informação do site da empresa, “a Folly coincide com uma estrutura decorativa, não funcional, excêntrica e simbólica, erguida por alguém que se alimenta pela simples paixão de construir.”
Assim, foram lançados brancos e tintos de várias regiões do país que celebram, através de cada um dos seus rótulos, as Follies da Aveleda, dos quais já tivemos oportunidade de provar alguns brancos.
Começamos pelos Alvarinhos, cuja Folly é a Fonte das Quatro Irmãs. Voltando à informação constante no site, “a Fonte das Quatro Irmãs representa a dinâmica da Vida em constante mutação, o fim que retorna ao princípio, renascendo para uma dimensão nova. Erguida na década de 1920, a fonte foi finalizada pelo Mestre João da Silva ao gravar nela os perfis em mármore das quatro irmãs Guedes, filhas do proprietário da Quinta, Fernando Guedes da Silva da Fonseca. Cada Senhora personifica uma das Quatro Estações do ano ou, noutra perspectiva, as diversas fases na dança perpétua da vinha e do vinho, sempre igual mas simultaneamente sempre diferente.”
Dos Alvarinhos já tivemos a oportunidade de provar o 2006 e o 2007. Não se nota grande diferença entre as colheitas. Trata-se de um vinho bem estruturado e muito equilibrado, que prima pela elegância, com a acidez característica dos Alvarinhos e boa intensidade aromática. Mais um bom Alvarinho para juntar a outros recomendáveis.
Temos em seguida duas combinações de Loureiro com outra casta, representados por uma janela manuelina do século XVI. Passemos à História. “Foi numa casa da Ribeira, no Porto, que a Rainha D. Filipa de Lancastre deu à luz o seu filho Infante D. Henrique, o mesmo local onde muitos reis haviam pernoitado aquando das suas visitas à cidade Invicta. Havia uma janela especial onde, segundo a tradição, D. João IV terá sido aclamado Rei de Portugal. A janela foi doada, mais tarde, a Manoel Pedro Guedes da Silva da Fonseca, que a transportou para os jardins da Quinta da Aveleda, sua propriedade.”
O Alvarinho-Loureiro de 2008 apresenta-se com aroma intenso, elegante e com final prolongado, com aquele perfil arredondado e a frescura do Loureiro, uma casta que não costuma ser muito badalada na região dos Vinhos Verdes mas que nos últimos anos tem vindo a ser cada vez mais valorizada. Temos aqui, sem dúvida, um bom casamento com o Alvarinho.
Noutra combinação surge um lote Loureiro-Trajadura de 2007, menos exuberante no aroma mas igualmente muito fresco e apelativo. Menos encorpado, não deixa de ser um vinho bastante agradável que se recomenda para refeições de Verão.
Da região dos Vinhos Verdes passamos agora para a Bairrada, donde vem um lote de Chardonnay e Maria Gomes, representado pela Torre das Cabras. “Numa ode à natureza e às antigas gerações da Quinta da Aveleda, foi edificada uma torre de três andares, com uma rampa em espiral de madeira para albergar cabras anãs. Símbolo da fertilidade e da abundância, a cabra protagoniza o mito de uma terra que soube sempre dar o seu melhor fruto.”
Este Chardonnay-Maria Gomes de 2006 acabou por ser o mais surpreendente de todos estes brancos, e aquele de que mais gostei. Tem perfil para pratos de peixe mais exigentes que os outros brancos, pois apresenta uma boa estrutura na boca, final persistente e delicado e muito equilíbrio. Fermentado em cascos de carvalho, o Chardonnay aparece bem contrabalançado pela Maria Gomes que dá ao conjunto um toque mais floral e aromático que contraria a habitual untuosidade do Chardonnay. Um bom branco de Inverno.
E assim terminamos este primeiro périplo pelos Follies da Aveleda, deixando já na calha futuras visitas aos tintos e às novas colheitas de brancos que for possível encontrar. Não são vinhos que se vejam muito à venda e estes brancos agora provados foram quase todos encontrados no Verão passado numa garrafeira de Alvor, contando com a prestimosa colaboração do confrade Politikos que assegurou a aquisição e o transporte dos mesmos. A excepção foi o Alvarinho-Loureiro, adquirido com a Revista de Vinhos de Julho de 2009.
Kroniketas, enófilo esclarecido
Produtor: Sociedade Agrícola e Comercial Quinta da Aveleda
Vinho: Follies Alvarinho 2006 (B)
Região: Vinhos Verdes
Grau alcoólico: 12,5%
Casta: Alvarinho
Preço em feira de vinhos: 6,72 €
Nota (0 a 10): 8
Vinho: Follies Alvarinho 2007 (B)
Região: Vinhos Verdes
Grau alcoólico: 12,5%
Casta: Alvarinho
Preço: 8,99 €
Nota (0 a 10): 8
Vinho: Follies Alvarinho-Loureiro 2008 (B)
Região: Regional Minho
Grau alcoólico: 12%
Castas: Alvarinho, Loureiro
Preço com a Revista de Vinhos: 5,95 €
Nota (0 a 10): 7,5
Vinho: Follies Loureiro-Trajadura 2007 (B)
Região: Vinhos Verdes
Grau alcoólico: 11,5%
Castas: Loureiro, Trajadura
Preço: 5,19 €
Nota (0 a 10): 7
Vinho: Follies Chardonnay-Maria Gomes 2006 (B)
Região: Bairrada
Grau alcoólico: 13%
Castas: Chardonnay, Maria Gomes
Preço: 5,19 €
Nota (0 a 10): 8
sábado, 27 de fevereiro de 2010
No meu copo 269 - Os Follies da Aveleda
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
No meu copo 265 - Champanhe Germain Brut Réserve
De vez em quando sabe bem variar, e pelo menos uma vez por ano é altura de experimentar champanhes e espumantes. O ano passado, na época das compras, resolvi provar um champanhe que estava a um preço um pouco inferior ao habitual. Chama-se Germain Brut e é produzido a partir de três castas, com mistura de brancas (Chardonnay) e tintas como acontece frequentemente.
Este não fugiu muito do habitual, embora estivesse alguns furos abaixo de outros como o Veuve Clicquot, que é escolha habitual. Com bolha fina e elegante na boca, aroma frutado não muito exuberante, boa persistência, cumpriu o que se esperava dum champanhe genuíno. Tendo em conta o preço não fiquei mal servido.
Kroniketas, enófilo borbulhante
Vinho: Germain - Champagne Brut Réserve (B)
Região: Champagne (França)
Produtor: Champagne Vranken - Tours-sur-Marne
Grau alcoólico: 12%
Castas: Pinot Noir, Pinot Meunier, Chardonnay
Preço em feira de vinhos: 26,90 €
Nota (0 a 10): 8,5
Publicada por
Krónikas Vinícolas
à(s)
23:24
|
Etiquetas: Champanhe, Chardonnay, Estrangeiros, França, Germain, Pinot Meunier, Pinot Noir
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Perdizes por um, perdizes para dez
No meu copo 251 - Veuve Roth, Pinot Gris 2007; Delicato, Chardonnay 2005; Delicato, Zinfandel 2005 rosé; Herdade do Pinheiro 2007 rosé; Herdade do Perdigão Reserva 2005; Quinta da Viçosa 2003; Herdade do Meio Garrafeira 2003; Vieux Magon 2001
E pronto, para assinalar o fim do ano de trabalho e ajudar a esgotar o stock de perdizes do caçador de serviço, juntando mais uma operação da missão nunca terminada de “desbaste da garrafeira”, o plenário dos Comensais Dionisíacos reuniu-se em versão familiar para o que já começa a ser um “must” na primeira metade do Verão: o “jantar de fim de época”, desta vez em versão caseira com o Politikos e respectiva consorte e descendência a servirem de anfitriões para o repasto. Compareceram à chamada quase todos os membros efectivos, só havendo faltas por impossibilidade justificada.
Enquanto as senhoras se dedicavam à confecção das aves, os homens entretinham-se com a selecção das garrafas. Para começar optou-se por um Veuve Roth, Pinot Gris 2007, um branco francês que tinha provado há algum tempo na Wine O’Clock. Muito macio, delicado e de grande suavidade, ligeiramente adocicado mas com uma excelente acidez que o torna muito fresco e equilibrado, já me tinha conquistado na prova anterior e voltou a fazê-lo. Não é um vinho para grandes refeições mas como aperitivo ou entrada ou com pratos delicados vai francamente bem.
Seguiu-se um Delicato Chardonnay 2005, desta vez um branco californiano que apareceu mais suave do que a maioria dos Chardonnay, mais frutado e sem aquele amanteigado que marca muitos dos vinhos da casta, com aromas tropicais e sem a habitual marca da madeira que o torna demasiado pesado para o meu gosto.
Passou-se depois para os rosés. O anfitrião insistiu em que experimentássemos outro Delicato que não fez o pleno das opiniões. Um verdadeiro rosé de esplanada, adocicado e não muito gastronómico. No entanto algumas das senhoras preferem os mais doces pelo que ainda houve aproveitamento do conteúdo da garrafa. Passou-se imediatamente a outro rosé que já estava preparado, um Herdade do Pinheiro 2007. Mais seco, persistente e com maior acidez, agradou à generalidade dos presentes.
Quando as perdizes vieram para a mesa, confeccionadas em duas variedades já experimentadas com sucesso (estufadas com couve lombarda e com cogumelos em molho de natas de soja) passou-se então ao painel dos tintos, constituído por belos vinhos do Alentejo. A escolha para início das hostilidades recaiu num Herdade do Perdigão Reserva 2005. Foi um sucesso. Alvo dos maiores encómios, mostrou-se um vinho de grande carácter, pujante, persistente, muito vivo mas arredondado, a mostrar que está para durar. Sem dúvida um vinho a repetir.
Seguiu-se um Quinta da Viçosa 2003, um dos vinhos especiais de João Portugal Ramos. É feito com a melhor casta portuguesa e a melhor casta estrangeira da colheita de cada ano. Neste caso temos uma combinação algo “sui generis “de Touriga Nacional e Merlot, tal como já houve outras combinações improváveis como Aragonês e Petit Verdot ou Trincadeira e Syrah. Este 2003 apresentou-se essencialmente elegante e suave, em claro contraste com o Herdade do Perdigão. Um vinho mais aconselhado para pratos delicados e requintados, talvez pouco adequado para a caça que tínhamos no prato mas que também merece outra oportunidade.
Continuando no Alentejo, experimentámos depois um Herdade do Meio Garrafeira 2003, uma promoção da feira de vinhos do Continente de 2008. A prova anterior desta casa não agradou mas este mostrou outro nível. Muito bem estruturado, encorpado e persistente, com taninos firmes mas domados. Uma bela surpresa pelo preço que custou.
Por fim, o anfitrião ainda fez questão de nos brindar com uma garrafa de vinho da Tunísia, produzido na região da antiga Cartago. Contra as expectativas mais pessimistas, não defraudou. Apresentou-se elegante e suave na boca, medianamente encorpado, com boa concentração de cor e alguma persistência de madeira. Não sendo excepcional, não é de menosprezar.
Para fecho da noite, já atirados a uma mousse e a um gelado de chocolate, tivemos o ponto alto com a abertura duma relíquia que o Politikos tinha lá em casa: um Lacrima Christi sem data, mas com uma indicação de 1908 no contra-rótulo! Sublime! Não há palavras para descrevê-lo. E ainda houve tempo para os mais resistentes provarem uma aguardente de figo da Tunísia, Boukha Gold, com 36% de álcool.
Depois ainda se seguiram algumas baforadas de charuto e cachimbo para os mais aficionados, mas isso são outras histórias... Agora vamos a banhos.
Kroniketas, tuguinho, e os outros todos
Vinho: Veuve Roth, Pinot Gris 2007 (B)
Região: Alsácia (França)
Produtor: Les Caves de La Route du Vin
Grau alcoólico: 12,5%
Casta: Pinot Gris
Preço: 9,50 €
Nota (0 a 10): 8
Vinho: Delicato, Chardonnay 2005 (B)
Região: Califórnia (EUA)
Produtor: Delicato Family Vineyards - Manteca - Califórnia
Grau alcoólico: 13,5%
Casta: Chardonnay
Preço: 4,22 €
Nota (0 a 10): 7
Vinho: Delicato, Zinfandel 2005 (R)
Região: Califórnia (EUA)
Produtor: Delicato Family Vineyards - Manteca - Califórnia
Grau alcoólico: 10%
Casta: White Zinfandel
Preço: 3,96 €
Nota (0 a 10): 5,5
Vinho: Herdade do Pinheiro 2007 (R)
Região: Alentejo (Ferreira)
Produtor: Sociedade Agrícola Silvestre Ferreira
Grau alcoólico: 13,5%
Castas: Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon
Preço: 4,88 €
Nota (0 a 10): 7
Vinho: Herdade do Perdigão Reserva 2005 (T)
Região: Alentejo (Monforte)
Produtor: Herdade do Perdigão
Grau alcoólico: 14,5%
Castas: Trincadeira, Aragonês, Cabernet Sauvignon
Preço: 12,50 €
Nota (0 a 10): 8,5
Vinho: Quinta da Viçosa 2003 (T)
Região: Alentejo (Estremoz - Borba)
Produtor: João Portugal Ramos
Grau alcoólico: 14,5%
Castas: Touriga Nacional, Merlot
Preço: 22,10 €
Nota (0 a 10): 8
Vinho: Herdade do Meio Garrafeira 2003 (T)
Região: Alentejo (Portel)
Produtor: Casa Agrícola João & António Pombo - Herdade do Meio
Grau alcoólico: 14,5%
Castas: Trincadeira, Aragonês, Alicante Bouschet, Castelão
Preço em feira de vinhos: 7,99 €
Nota (0 a 10): 8
Vinho: Vieux Magon 2001 (T)
Região: Mornag (Tunísia)
Produtor: Les Vignerons de Carthage - Tunis
Grau alcoólico: 13%
Preço: 9 €
Nota (0 a 10): 7
Publicada por
Krónikas Vinícolas
à(s)
00:45
|
Etiquetas: Alentejo, Alicante Bouschet, Aragonez, Borba, Brancos, Cabernet Sauvignon, Castelao, Caves Route Vin, Chardonnay, Delicato, Estrangeiros, Estremoz, EUA, França, Herdade Meio, JP Ramos, Merlot, Perdigao, Pinot Gris, Rosé, Silvestre Ferreira, Tintos, Touriga Nacional, Trincadeira, Tunisia, Vignerons Carthage, Vinho do Porto, Zinfandel
quinta-feira, 16 de julho de 2009
No meu copo 249 - Brancos do Novo Mundo: Casa Silva Reserva, Sauvignon Blanc 06; Cono Sur, Sauvignon Blanc 08; Swartland Private Bin, Chardonnay 08


As garrafas eram mais que os convivas pelo que houve que fazer escolhas. Em destaque estiveram os monocasta do Novo Mundo, adquiridos numa das recentes visitas à Wine O’Clock. Começámos por um chileno que já tinha sido referenciado há alguns meses numa prova, um Casa Silva Reserva de Sauvignon Blanc (da região de Colchagua Valley, situada sensivelmente ao centro do país) e a escolha dificilmente seria melhor para início. Apresentou-se com cor citrina desmaiada com um aspecto límpido e brilhante, muito aromático com predominância de citrinos e com grande frescura, médio de corpo mas com bom fim de boca. Um vinho a repetir.
Continuando no Chile, uma marca também bastante referenciada nas provas da Wine O’Clock: um Cono Sur igualmente de Sauvignon Blanc, proveniente de Central Valley, também na zona central do país. Talvez um pouco menos exuberante nos aromas que o anterior, com um toque ligeiramente mineral, corpo médio e fruta discreta, ainda assim a fazer um bom casamento com o prato.
Da América do Sul demos um salto à África do Sul para terminar com um Swartland feito de Chardonnay (a região de Swartland fica situada na costa oeste da África do Sul, no lado do oceano Atlântico e a norte da Cidade do Cabo). Apesar dos encómios do portador da garrafa, não me convenceu grandemente, mas já é habitual esta minha relação difícil com os brancos de Chardonnay, porque quase sempre chocam com o meu gosto. Há algumas semanas fui a uma prova de Chardonnay para tentar entender-me melhor com esta variedade, mas não me encantaram. Na verdade até agora o único Chardonnay que me agradou verdadeiramente foi um francês de Chablis. Por isso não me vou deter muito em considerações, referindo apenas o habitual perfil encorpado e com alguma estrutura que marca os vinhos desta casta.
Há mais brancos do Novo Mundo para provar e para descobrir, e por estas amostras vale a pena continuar a experimentá-los.
Kroniketas, enófilo refrescado
Vinho: Casa Silva Reserva, Sauvignon Blanc 2006 (B)
Região: Colchagua Valley (Chile)
Produtor: Viña Casa Silva - San Fernando
Grau alcoólico: 13,5%
Casta: Sauvignon Blanc
Preço: 4,75 €
Nota (0 a 10): 8
Vinho: Cono Sur, Sauvignon Blanc 2008 (B)
Região: Central Valley (Chile)
Produtor: Cono Sur Vineyards & Winery - Santiago
Grau alcoólico: 13%
Casta: Sauvignon Blanc
Preço: 4,14 €
Nota (0 a 10): 7,5
Vinho: Swartland Private Bin, Chardonnay 2008 (B)
Região: Stellenbosch (África do Sul)
Produtor: Swartland - Malmesbury
Grau alcoólico: 13,5%
Casta: Chardonnay
Preço: 3,65 €
Nota (0 a 10): 7
Publicada por
Krónikas Vinícolas
à(s)
01:20
|
Etiquetas: Africa do Sul, Brancos, Casa Silva, Chardonnay, Chile, Cono Sur, Estrangeiros, Sauvignon Blanc, Swartland
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
No meu copo 229 - Champanhe Pommery
Na última quadra festiva estreei um champanhe que nunca tinha bebido. Para variar do habitual Veuve Clicquot comprei um Pommery, que se saiu muito bem da prova. Bolha muito fina, aroma floral e boca muito suave e elegante, com algumas notas tropicais e citrinas, bateu-se excelentemente no confronto com o Veuve Clicquot, colhendo mesmo opiniões mais favoráveis. São ambos excelentes, mas o Pommery consegue ser ainda mais elegante, mais fresco, ainda com mais finesse, um champanhe praticamente universal, para qualquer ocasião e qualquer refeição. Haverá melhor? Se há, não deve ser muito.
Kroniketas, enófilo esclarecido
Vinho: Pommery - Champagne Brut (B)
Região: Champagne (França)
Produtor: Pommery - Reims - França
Grau alcoólico: 12%
Casta: Chardonnay
Preço em hipermercado: cerca de 34 €
Nota (0 a 10): 9
Publicada por
Krónikas Vinícolas
à(s)
23:36
|
Etiquetas: Champanhe, Chardonnay, Estrangeiros, França, Pommery
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
No meu copo 207 - João Pires 2006; Adega de Pegões, Colheita Seleccionada branco 2006
Continuando na senda dos brancos, voltamos a dois das Terras do Sado da colheita de 2006. Dois clássicos, poderíamos dizer, daqueles que valem sempre a aposta e dos quais sabemos sempre com o que contar.
O João Pires é um dos meus brancos indispensáveis, sempre com aquela leveza e elegância que o caracterizam, muito bem equilibrado em todas as vertentes, de grande frescura e que cai bem com quase tudo e é quase imbatível em tempo quente. Mais uma presença obrigatória na garrafeira.
De Pegões vem o branco Adega de Pegões Colheita Seleccionada, outra aposta segura e com uma relação qualidade/preço absolutamente insuperável. Este, por seu lado, um branco de inverno que neste caso foi consumido ainda com tempo quente mas a acompanhar um prato de bacalhau no forno, com o qual se bateu galhardamente como se esperava. Algumas notas tropicais do Chardonnay e do Antão Vaz apresentam-se bem equilibradas com a acidez que lhe é conferida pelo Arinto. Os seus 14 graus de álcool a par com uma boa estrutura de boca e final persistente e complexo, ajudados pelo estágio de 4 meses em barricas de carvalho americano com batônnage, fazem dele um bom acompanhante de pratos mais arrojados. É igualmente uma aposta segura por um preço irrisório para o produto que está dentro da garrafa.
Kroniketas, enófilo esclarecido
Vinho: João Pires 2006 (B)
Região: Terras do Sado
Produtor: José Maria da Fonseca
Grau alcoólico: 11%
Casta: Moscatel
Preço em feira de vinhos: 4,85 €
Nota (0 a 10): 8
Vinho: Adega de Pegões, Colheita Seleccionada 2006 (B)
Região: Terras do Sado
Produtor: Coop. Agrícola Santo Isidro de Pegões
Grau alcoólico: 14%
Castas: Chardonnay, Arinto, Pinot Blanc, Antão Vaz
Preço em feira de vinhos: 2,95 €
Nota (0 a 10): 7,5
Publicada por
Krónikas Vinícolas
à(s)
00:40
|
Etiquetas: Antao Vaz, Arinto, Brancos, Chardonnay, JM Fonseca, Moscatel, Pegoes, Pinot Blanc, Terras Sado
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
No meu copo, na minha mesa 204 - Alvor Singular 2007 branco; Quinta do Barranco Longo Grande Escolha 2007 branco; A Ribeira (Alvor)
O grupo gastrónomo-etilista “Os comensais dionisíacos” teve o jantar de fim de época no Tó do Marisco, em Julho, o jantar de férias em Agosto e o jantar da rentrée em Setembro.
No jantar de Agosto juntaram-se os que estavam de férias no Algarve. Faltaram o tuguinho e o Mancha. Serviu de anfitrião o Politikos em Alvor, onde abancámos, com filhos e tudo (tarde e a más horas, já passava das 10 da noite) no restaurante A Ribeira, junto à ribeira de Alvor e lado-a-lado com o muito citado nos guias Àbabuja.
Dado o adiantado da hora começámos por entreter-nos com umas entradas e umas travessas de amêijoas. Entretanto o dono lá veio mostrar-nos umas postas de peixe enormes, que davam para umas 8 pessoas, e quase todos optaram pelo robalo e a dourada na brasa. Eu e o Politikos resolvemos partilhar uma cataplana de marisco enquanto os mais novos optavam pelo arroz de marisco. Delicioso, por sinal, e em abundância, que ainda deu para provar umas colheradas. A cataplana estava boa mas a do ano passado, em Armação de Pêra, estava melhor, mais apurada.
Para acompanhar os peixes, depois de darmos uma olhadela à carta de vinhos, escolhemos o vinho da terra: um branco de nome Alvor Singular, da Quinta do Morgado da Torre, cuja vinha está ali a 5 quilómetros, junto ao hotel da Penina e entre a estrada nacional 125, o desvio para Alcalar e a A22. Há mais de 10 anos que não bebia um vinho do Algarve e aproveitei para conhecer uma das novas produções que têm aparecido. A verdade é que este Alvor de 2007 foi uma agradável surpresa. Suave, aromático, moderadamente alcoólico, como felizmente se está outra vez a tornar hábito, acompanhou na perfeição os diversos pratos de peixe e marisco que foram chegando à mesa.
A certa altura o dono sugeriu-nos que provássemos outro produto da região, o branco da Quinta do Barranco Longo, ao pé de Algoz. Este não se portou mal mas mostrou aquelas características que não aprecio particularmente nos brancos: muito álcool (14,5%) e fermentado em madeira, torna-se algo áspero para o meu gosto. Claro que um vinho com esta estrutura na boca se aguenta bem neste tipo de refeição, mas depois de acabada esta garrafa… voltámos ao Alvor para encerrar o repasto.
Quase pela meia noite lá abandonámos o restaurante, quando já só os donos e empregados ceavam a uma mesa do canto. No balanço da noite foi uma bela refeição, com as condicionantes próprias da época no Algarve, mas em que apesar do muito movimento e do restaurante cheio fomos alvo de todas as atenções e não se pode apontar nada ao serviço prestado. Grande simpatia e prontidão a responder aos pedidos, recomenda-se preferencialmente em época mais calma.
Kroniketas (enófilo refrescado) mais os outros bandalhos todos e os bandalhos que não estiveram lá e deviam ter estado
Restaurante: A Ribeira
Ribeira de Alvor
Preço por refeição: 35 €
Nota (0 a 5): 4,5
Vinho: Alvor Singular 2007 (B)
Região: Algarve
Produtor: Quinta do Morgado da Torre
Grau alcoólico: 12%
Preço em garrafeira: 4,19 €
Nota (0 a 10): 7,5
Vinho: Quinta do Barranco Longo Grande Escolha 2007 (B)
Região: Algarve
Produtor: Rui Virgínia
Grau alcoólico: 14,5%
Castas: Arinto, Chardonnay
Preço no restaurante: 14 €
Nota (0 a 10): 6,5
Publicada por
Krónikas Vinícolas
à(s)
23:45
|
Etiquetas: Algarve, Arinto, Brancos, Chardonnay, Morgado Torre, Restaurantes, Rui Virginia
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
Os vinhos da festa 2007-2008 (3)
No meu copo 162 - Brancos
Ao longo da quadra festiva provámos mais uns quantos brancos que apreciámos assim:
Cabriz Colheita Seleccionada 2006 - Um branco despretensioso e agradável, na mesma linha do tinto com o mesmo nome. Bom acompanhante de peixe no forno, apresentando um bom equilíbrio entre corpo e estrutura, por um lado, e aroma e suavidade por outro. Feito com algumas das melhores castas brancas do Dão. Nota: 7
Prova Régia, Arinto 2005 - Do Prova Régia não há muito de novo a dizer. É sempre uma aposta segura, um dos meus brancos preferidos de Portugal. A frescura e acidez típicas do Arinto, com um aroma floral e notas de fruta tropical. Nota: 8
Quinta da Romeira, Chardonnay e Arinto 2005 - Em comparação com o Prova Régia, achei-o algo decepcionante. A mistura com o Chardonnay e a fermentação de 30% em barricas de carvalho dão-lhe aquele travo de que não sou grande fã, ligeiramente agreste para o meu gosto. Nota: 6,5
William Fevre, Sauvignon Blanc 2004 - Uma prova repetida de um excelente branco francês. É outra loiça. Já apreciado aqui. Nota: 8,5
Kroniketas, enófilo branqueado
Vinho: Cabriz, Colheita Seleccionada 2006 (B)
Região: Dão
Produtor: Dão Sul, Sociedade Vitivinícola - Quinta de Cabriz
Grau alcoólico: 12,5%
Castas: Malvasia Fina, Encruzado, Cerceal Branco, Bical
Preço em feira de vinhos: 2,79 €
Nota (0 a 10): 7
Vinho: Prova Régia, Arinto 2005 (B)
Região: Bucelas
Produtor: Companhia das Quintas - Quinta da Romeira
Grau alcoólico: 12,5%
Casta: Arinto
Preço em feira de vinhos: 2,97 €
Nota (0 a 10): 8
Vinho: Quinta da Romeira, Chardonnay e Arinto 2005 (B)
Região: Regional Estremadura (Bucelas)
Produtor: Companhia das Quintas - Quinta da Romeira
Grau alcoólico: 12,5%
Castas: Chardonnay, Arinto
Preço em feira de vinhos: 5,39 €
Nota (0 a 10): 6,5
Vinho: William Fevre, Sauvignon Blanc 2004 (B)
Região: Saint-Bris (França)
Produtor: William Fevre - Chablis
Grau alcoólico: 12%
Casta: Sauvignon Blanc
Preço em garrafeira: 14,90 €
Nota (0 a 10): 8,5
Publicada por
Krónikas Vinícolas
à(s)
00:50
|
Etiquetas: Arinto, Bical, Brancos, Bucelas, Cabriz, Cerceal, Chardonnay, Companhia Quintas, Dao, Dao Sul, Encruzado, Estrangeiros, Estremadura, França, Malvasia Fina, Qta Romeira, Sauvignon Blanc, W.Fevre
segunda-feira, 9 de abril de 2007
No meu copo 103 - Catarina 2005
Um dos vinhos brancos mais conceituados da península de Setúbal tem este nome singelo, simplesmente Catarina, em homenagem a D. Catarina de Bragança.
Produzido na Quinta da Bacalhôa com as castas Fernão Pires e Chardonnay e fermentado parcialmente em barricas de carvalho, apresenta aquela acidez tão típica do Chardonnay combinada com a madeira que nos vinhos portugueses os torna por vezes um pouco difíceis de beber, perdendo um pouco a elegância.
Já aqui apreciei vários exemplares de Chardonnay portugueses e franceses e tenho sempre esta dificuldade com os Chardonnay portugueses. Em conversa com o tuguinho, comentava ele “tu e o Chardonnay…”. De facto, ainda não encontrei nenhum que me agradasse plenamente. Neste caso, a combinação com o Fernão Pires torna-o mais frutado e macio, mantendo-se uma boa estrutura na boca e um final prolongado.
Pelo que fica dito, não é dos meus brancos de eleição mas pode ser uma boa aposta com pratos de peixe algo complexos, entradas, patés, não tanto com comidas leves. No entanto, o preço justifica a compra.
Kroniketas, enófilo esclarecido
Vinho: Catarina 2005 (B)
Região: Terras do Sado
Produtor: Bacalhôa Vinhos
Grau alcoólico: 13,5%
Castas: Fernão Pires, Chardonnay
Preço em feira de vinhos: 3,18 €
Nota (0 a 10): 7
Publicada por
Krónikas Vinícolas
à(s)
01:10
|
Etiquetas: Bacalhoa, Brancos, Chardonnay, Fernao Pires, Terras Sado
quarta-feira, 31 de janeiro de 2007
No meu copo 84 - Adega de Pegões, Colheita Seleccionada branco 2005
Na região da península de Setúbal, cujos vinhos têm a denominação habitual de Terras do Sado, para além dos monstros José Maria da Fonseca e Bacalhôa, nos últimos anos tem-se vindo a impor a Cooperativa Agrícola de Santo Isidro Pegões, com vinhos de boa qualidade a baixo preço, que têm ganho espaço junto dos consumidores por se apresentarem bastante apelativos pois aparentemente valem bem mais do que aquilo que custam.
Pela primeira vez vamos falar dum vinho desta casa, um branco com algumas semelhanças com o anterior que analisámos (o Vinha Grande), embora de região totalmente diferente, e bem mais barato que o anterior. Também com estágio em madeira, também com grau alcoólico elevado. No entanto, parece-me claramente um vinho mais equilibrado que o Vinha Grande branco.
Este Adega de Pegões branco, Colheita Seleccionada de 2005, apresenta-se com uma cor citrina e forte estrutura na boca bem equilibrada com uma boa acidez, que compensa os 14º de álcool. É tipicamente um branco de Inverno, que casa muito bem com peixes assados no forno, com molho, ou com pratos de bacalhau bem regados com azeite. A sua equilibrada acidez, conjugada com o corpo e o álcool vão bater-se muito bem com o paladar marcante e intenso destes pratos.
Uma referência que já tínhamos fixado e que tem lugar nas nossas escolhas, e que se apresenta como um dos bons representantes da Região de Terras do Sado, embora com um perfil bastante diferente dos mais elegantes e aromáticos João Pires ou BSE, mas que é uma escolha acertada por um preço extremamente convidativo.
Kroniketas, enófilo esclarecido
Vinho: Adega de Pegões, Colheita Seleccionada 2005 (B)
Região: Terras do Sado
Produtor: Cooperativa Agrícola Santo Isidro de Pegões
Grau alcoólico: 14%
Castas: Chardonnay, Arinto, Pinot Blanc, Antão Vaz
Preço em feira de vinhos: 2,87 €
Nota (0 a 10): 7,5
Publicada por
Krónikas Vinícolas
à(s)
01:30
|
Etiquetas: Antao Vaz, Arinto, Brancos, Chardonnay, Pegoes, Pinot Blanc, Terras Sado
quarta-feira, 10 de janeiro de 2007
No meu copo, na minha mesa 79 - Quinta do Sanguinhal 98; William Fevre 2004; Restaurante O Jacinto

Em tempos recuados tinha uma das melhores açordas de marisco da capital, senão a melhor. Valia a pena ir lá para comer a açorda. Também havia uns croquetes quentinhos para entrada que eram uma delícia. Na década de 80 atravessou uma crise que pode ter sido justificada por cortar nos ingredientes. Lembro-me duma açorda que em vez de marisco tinha apenas delícias do mar. Actualmente tem marisco, embora pouco e cortado ao meio, mas a açorda continua a ter aquele paladar que fez as minhas delícias há 30 anos. A verdade é que nas últimas visitas a casa estava cheia, e na última assim aconteceu.
Além da inevitável açorda de marisco, ainda vieram para a mesa um caril de gambas, uma picanha e uma perna de porco assada no forno. Destes só provei a picanha, porque fui lá de propósito para comer a açorda de marisco (isto porque ir ao Pap’Açorda no Bairro Alto nem sempre é prático). A picanha cumpriu como é habitual. A açorda também. Muito bem temperada, com muita salsa, bastante aromática, na consistência certa. Enfim, apesar de modesta na quantidade de marisco, soube bem comer e deixou-me plenamente satisfeito, assim como os restantes comensais que optaram pelo prato.
Para sobremesa vieram apenas duas encharcadas de ovo, talvez um dos melhores doces de ovos que existem. Tal como no Alqueva, comeu-se e ficou a apetecer mais.
O serviço é atencioso, simpático, rápido e eficaz, o ambiente acolhedor, a ementa variada. Não será o melhor restaurante de Lisboa, mas tem todas as condições para ser um dos melhores, e só não será se os responsáveis não quiserem.
Para os líquidos, como havia peixes e carnes, pediu-se um branco e um tinto, e tentámos fugir ao mais habitual, pedindo dois vinhos menos vistos. Apesar de uma carta de vinhos extensa (embora pobre nalgumas regiões), como é frequente nos restaurantes portugueses pede-se um vinho que está na carta e depois não existe na garrafeira. Assim voltou a acontecer por duas vezes, e acabámos por ficar por um William Fevre (branco) e um Quinta do Sanguinhal (tinto).
Foi a minha segunda experiência com um William Fevre. A primeira tinha sido no Chafariz do Vinho, com um Sauvignon Blanc de 2004. Desta vez não era mencionada a casta, mas no contra-rótulo vinha a indicação de ser apenas Chardonnay. Tinha uma bela cor amarelo palha, era frutado como quase todos os Chardonnay, mas desta vez sem ser enjoativo, com um toque floral e bastante equilibrado em termos de corpo e acidez, denotando bastante frescura no paladar. Agradou a todos os presentes, embora eu tivesse gostado mais do Sauvignon Blanc por ser mais suave.
Para o tinto escolhemos este da região de Óbidos, que em tempos já teve algum destaque com o Gaeiras (branco e tinto), mas que na última década tem andado mais ou menos desaparecida. A verdade é que este Quinta do Sanguinhal, de 1998, já com alguma evolução bem presente, revelou-se ainda em grande forma e foi uma agradável surpresa. Bom corpo, uma cor retinta e bons taninos, bom equilíbrio entre o carácter frutado e a madeira nova de carvalho francês, suave e elegante no paladar. Ficámos curiosos acerca deste vinho com menos dois ou três anos, poderá ser um caso a ter muito em conta. Sem dúvida um vinho a rever.
tuguinho e Kroniketas, enófilos esforçados e esclarecidos
Restaurante: O Jacinto
Av. Ventura Terra, 2 (Telheiras)
1600 Lisboa
Telef: 21.759.17.28
Preço médio por refeição: 25 €
Nota (0 a 5): 4
Vinho: William Fevre 2004 (B)
Região: Chablis (França)
Produtor: William Fevre - Chablis
Grau alcoólico: 12%
Castas: Chardonnay
Nota (0 a 10): 7,5
Vinho: Quinta do Sanguinhal 98 (T)
Região: Estremadura (Óbidos)
Produtor: Companhia Agrícola do Sanguinhal
Grau alcoólico: 12%
Castas: Castelão, Tinta Miúda, Carignan
Nota (0 a 10): 8
Publicada por
Krónikas Vinícolas
à(s)
02:32
|
Etiquetas: Brancos, Carignan, Castelao, Chardonnay, Estrangeiros, Estremadura, França, Lisboa, Obidos, Restaurantes, Sanguinhal, Tinta Miuda, Tintos, W.Fevre
quarta-feira, 1 de novembro de 2006
No meu copo 64 - Quinta de Cidrô Reserva, Chardonnay 2004
Já há bastante tempo que não bebia um vinho exclusivamente da casta Chardonnay. Este Quinta de Cidrô foi uma das promoções que acompanham a Revista de Vinhos, a 5,95 €.
Trata-se dum vinho fermentado em madeira, com 14% de álcool. Apresenta uma cor palha, um pouco carregada, e aromas amanteigados. Na boca o elevado grau alcoólico torna-se um pouco agressivo, ao mesmo tempo que a madeira o torna mais robusto do que é habitual nos vinhos brancos. O toque amanteigado faz-se também sentir na boca, formando um conjunto que se torna enjoativo para o meu paladar.
Só na segunda prova, com um prato de bacalhau no forno regado com azeite, é que o vinho se mostrou adequado para o prato. Trata-se, efectivamente, de um daqueles brancos que pedem um prato forte, como o bacalhau ou um pargo no forno, com uma boa dose de temperos, pois com pratos mais delicados o vinho sobressai em demasia, abafando os sabores do prato.
Em todo o caso, no conjunto não me encantou. Não é o meu género de branco, porque, seguindo a moda actual, tem álcool em excesso, a meu ver desnecessariamente. 14 graus de álcool para um branco parece-me francamente exagerado. Gosto de brancos mais suaves e delicados, necessariamente com menor grau alcoólico. No entanto, esta característica poderá ser compensada com o prato. O que menos me agradou, definitivamente, foi esta predominância da manteiga, típica do Chardonnay, de que já não me recordava e que é um dos aromas que não me agradam num vinho. Por isso estarei atento para evitar os vinhos desta casta vinificada isoladamente.
Kroniketas, enófilo esclarecido
Vinho: Quinta de Cidrô Reserva, Chardonnay 2004 (B)
Região: Trás-os-Montes (regional)
Produtor: Real Companhia Velha
Grau alcoólico: 14%
Casta: Chardonnay
Preço em feira de vinhos: 4,68 €
Nota (0 a 10): 6
Publicada por
Krónikas Vinícolas
à(s)
02:26
|
Etiquetas: Brancos, Chardonnay, Real C Velha, Tras-os-Montes
segunda-feira, 9 de janeiro de 2006
No meu copo 10 - Cimarosa (Chile)
Uma oferta trouxe ao meu copo este vinho branco chileno, para mim desconhecido. Feito a partir da casta Chardonnay e fermentado em madeira, segundo a indicação do contra-rótulo, juntamente com os 13,5º de álcool, revelou-se apropriado para carnes brancas ou peixes no forno, pois revelou uma estrutura robusta (para o que é habitual nos vinhos brancos), com corpo cheio e um paladar intenso.
Os vinhos brancos fermentados em madeira ganham uma intensidade e uma adstringência na boca que os torna apropriados para pratos bem apaladados, batendo-se perfeitamente com alguns pratos de carne. Por outro lado, a casta Chardonnay dá aos vinhos um corpo e um aroma (às vezes enjoativo) que se sobrepõe a pratos muito delicados.
Experimentei-o, por exemplo, com um prato de massa com carne do tipo italiano, e o sabor do vinho sobrepôs-se ao do prato.
Pessoalmente gosto mais dos brancos leves e abertos, mas para quem gosta deste género só é preciso acertar com o prato: peixe no forno, bacalhau, carnes grelhadas, poderão ser boas apostas para acompanhar este branco chileno.
Kroniketas, enófilo esclarecido
Vinho: Cimarosa, Chardonnay, Reserva Privada 2003 (B)
Região: Central Valley (Chile)
Produtor: Chaval, S. A. - Santiago - Chile
Grau alcoólico: 13,5%
Casta: Chardonnay
Preço: desconhecido
Nota (0 a 10): 6
Publicada por
Krónikas Vinícolas
à(s)
14:20
|
Etiquetas: Brancos, Chardonnay, Chaval, Chile, Estrangeiros