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quinta-feira, 10 de março de 2011

No meu copo 277 - Quinta da Leda 2007; Herdade das Servas 2008



As coisas por aqui têm estado tendencialmente paradas. No passado dia 11 de Dezembro fizemos 5 anos de existência neste blog e 7 no seu irmão mais velho, o Krónikas Tugas, sem que, contrariamente a todos os outros anos, a efeméride tivesse sido assinalada. Outros interesses, outras solicitações, mudanças na rotina, o entusiasmo e o apelo para a escrita que já não são os mesmos do início, são tudo factores que têm contribuído para o decréscimo de publicações nestes blogues. É a vida. Mas a intenção, muitas vezes, ainda existe. A vontade é que nem tanto.
Desta vez, contudo, não quisemos deixar de partilhar com quem ainda nos vai visitando uma experiência que tivemos recentemente com um vinho de eleição e um dos nossos preferidos desde há alguns anos: o Quinta da Leda 2007, o terceiro vinho no topo da hierarquia dos vinhos da Casa Ferreirinha, a seguir ao Barca Velha e ao Reserva Especial.
A última vez que aqui escrevemos sobre este vinho, relativamente à colheita de 2001, as nossas expectativas saíram um pouco defraudadas. Daí para cá tivemos oportunidade de conhecer outras colheitas deste vinho e do Callabriga (que está no patamar imediatamente abaixo), sobre as quais nada escrevemos. Esta, contudo, é incontornável.
Aproveitando uma promoção da Garrafeira Nacional, que baixou o preço em 5 euros em relação ao actual, adquirimos duas garrafas a partilhar por cinco comparsas, e um destes fins-de-semana bebemo-las com umas costeletas de novilho.
Começámos por provar um branco que o Politikos adquiriu no Egipto, cujo rótulo é indecifrável. Não fazemos, por isso, a menor ideia das castas que o compõem, mas não foi mau. Alguma mineralidade, frescura e acidez quanto baste, não brilhou mas não desagradou de todo.
Enquanto petiscávamos uns acepipes como entrada bebericando o branco, tratámos do Quinta da Leda de duas formas diferentes: decantámos uma garrafa e deixámos a outra apenas aberta para comparar os dois. Quando passámos às costeletas atacámos então a primeira garrafa, a que estava decantada.
O resultado foi encantador; sentimo-nos esmagados por este vinho. Primeiro que tudo, a extrema elegância e um aroma profundo, com um ligeiro toque a caramelo e fruta adocicada. No prolongamento da prova de boca aparece a madeira muito ligeira e discreta, taninos de seda a envolverem um conjunto de grande harmonia. Finalmente surge a estrutura e persistência a dar um final longo e firme. No confronto com as costeletas de novilho mal passadas, a elegância marcou pontos com o suculento da carne enquanto a estrutura aguentou o tempero com um molho algo condimentado. Apesar de ainda jovem mostrou-se um vinho maduro e plenamente capaz para ser bebido. Poderia degustar-se por várias horas. Um dos comparsas chamou-lhe um Rolls Royce.
Ao passar à segunda garrafa, percebeu-se como foi avisado decantar a primeira. Esta estava com os aromas muito mais fechados que a primeira, sem a mesma exuberância. À medida que se foi esvaziando e arejando foi-se aproximando da anterior, sem nunca atingir o mesmo esplendor. A conclusão é que para usufruir deste vinho em toda a sua plenitude convém dar-lhe tempo para se libertar.
Finalmente, abrimos um Herdade das Servas 2008 que o mais recente comparsa quis partilhar com os restantes comensais. Depois dum Rolls Royce era difícil brilhar, mas ainda deu para perceber uma boa estrutura e um vinho potente e poderoso, capaz de se bater com pratos fortes. Um vinho a rever a solo e uma aposta interessante por um preço aceitável.

Kroniketas, enófilo preguiçoso

Vinho: Quinta da Leda 2007 (T)
Região: Douro
Produtor: Casa Ferreirinha - Sogrape
Grau alcoólico: 14%
Castas: Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz
Preço: 24,90 €
Nota (0 a 10): 9,5

Vinho: Herdade das Servas 2008 (T)
Região: Alentejo (Borba - Estremoz)
Produtor: Herdade das Servas
Grau alcoólico: 15%
Castas: Alicante Bouschet, Touriga Nacional, Aragonês, Syrah
Preço: cerca de 8 €
Nota (0 a 10): 8

quinta-feira, 20 de maio de 2010

No meu copo 274 - Douro Sogrape Reserva 2002; Casa de Santar Reserva 2005

(continuação)

Já com o almoço, composto por uns bifinhos de carne Angus à moda do Kroniketas passada no ponto, acompanhados por batatas fritas, tomaram assento à mesa os tintos em prova paralela com os quais fomos acompanhando a carne. O Douro Sogrape Reserva 2002, velho conhecido das nossas lides, cumpriu com brilhantismo a função, como aliás se esperava. É um daqueles jogadores que não sabe jogar mal e uma aposta segura para qualquer treinador. No copo mostrou uma cor granada límpida e no palato apresentou-se encorpado, pujante para a idade que tem e persistente na boca. Simultaneamente, os seus taninos, arredondados pela idade, conferem-lhe elegância e distinção. Bebeu-se agora mas poderia seguramente ficar mais uns anos que iria adquirir charme sem decair. Aliás, vai ficar, porque a garrafeira do Kroniketas tem lá mais de uma dúzia... São os restos desta excelente colecção de Reservas que a Sogrape detinha até há pouco tempo, com produções no Douro, Dão, Bairrada e Alentejo, e que tantas belas provas nos proporcionaram durante muitos anos.
Deixámos para o fim o Casa de Santar Reserva 2005, também um velho conhecido das nossas garrafeiras, que claramente nos convenceu. Apesar de ser um vinho de 2005, apresentou-se no copo com uma cor algo acobreada. Inicialmente fechado no nariz e algo concentrado na boca, foi evoluindo ao longo da refeição. Fomos conversando entre nós mas também com ele, como um velho amigo que se reencontra e com o qual vamos engrenando a conversa. Foi-nos evocando no nariz adegas velhas e vinhos antigos e na boca apresentou-se estruturado e elegante, sem, contudo, perder a personalidade típica do Dão. Um Dão clássico que, pela maior elegância, agradou mais ao Politikos do que um Cabriz Reserva 2006 bebido recentemente. A recuperar e confirmar as impressões de ambos em prova comparada num destes dias, à semelhança de experiências anteriores.
Um gelado de natas coberto com chocolate quente fechou a contenda com chave de ouro.

Politikos e Kroniketas, enófilos em libações intercalares por via da visita papal

Vinho: Douro Sogrape Reserva 2002 (T)
Região: Douro
Produtor: Sogrape
Grau alcoólico: 13%
Castas: Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta Barroca
Preço: 10,98 €
Nota (0 a 10): 8,5

Vinho: Casa de Santar Reserva 2005 (T)
Região: Dão
Produtor: Sociedade Agrícola de Santar - Dão Sul
Grau alcoólico: 14%
Castas: Touriga Nacional, Tinta Roriz, Alfrocheiro
Preço em feira de vinhos: 8,97 €
Nota (0 a 10): 8

sábado, 13 de junho de 2009

No meu copo 247 - Dão Pipas 96

Outro clássico do Dão, que também anda algo perdido. Vem dos primeiros tempos da Sogrape na região, com o nome Vinícola do Vale do Dão, ainda antes do projecto da Quinta dos Carvalhais. Na minha fase de descoberta provei muitas colheitas da década de 80 e 90 a par com os primeiros Reservas Sogrape.
Esta garrafa magnum foi encontrada na Makro e tentei reencontrar nela memórias de outros tempos. Também já tivemos outras provas magníficas com garrafas magnum dos anos 70. Tivemos oportunidade de fazer algumas provas de confronto com o Reserva Sogrape e este Dão Pipas mostrou-se sempre um pouco mais macio que o Reserva. Este magnum de 96 mostrou-se ainda em boa forma, com um bouquet bastante pronunciado, bom corpo e boa persistência mas sempre marcado pela elegância. Vai-se espraiando no copo ao longo do tempo mas, dada a idade, já não sobe mais alto por muito tempo.
Ainda andam por aí umas garrafas de 99 mas começam também a reaparecer colheitas mais recentes, pelo que será também uma marca a revisitar proximamente.

Kroniketas, enófilo esclarecido



Vinho: Dão Pipas 96 (T) (garrafa magnum)
Região: Dão
Produtor: Sogrape
Grau alcoólico: 12,5%
Preço em hipermercado: 16,49 €
Nota (0 a 10): 8

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

No meu copo 223 - Quinta dos Carvalhais 2002

Devo estar com azar. Ainda não acertei com um destes novos vinhos da Quinta dos Carvalhais que me enchesse as medidas. Com esta colheita de 2002 voltou a acontecer. Achei alguma falta de intensidade aromática, de estrutura, de persistência, em suma desiludiu-me.
De um vinho da Sogrape espera-se sempre mais e melhor e tratando-se do Dão espera-se principalmente um aroma profundo e elegância. Mas aqui não encontrei nada de especial. Achei-o demasiado simples e linear. Vamos aguardar por outros produtos. Decididamente, este não faz esquecer o desaparecido Dão Sogrape Reserva.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Quinta dos Carvalhais 2002 (T)
Região: Dão
Produtor: Sogrape
Grau alcoólico: 13%
Castas: Touriga Nacional, Tinta Roriz, Alfrocheiro
Preço com a Revista de Vinhos: 5,95 €
Nota (0 a 10): 7

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

No meu copo 220 - Reservas Sogrape: o adeus


Foram cerca de 15 anos e quase 30 colheitas diferentes provadas entre 4 regiões: Douro, Dão, Bairrada e Alentejo (talvez não por acaso, um dos vinhos da Sogrape que nos encantou e que referimos mais de uma vez chamava-se precisamente Quatro Regiões). Foi um caso de amor à primeira vista e de paixão duradoura e correspondida, daquelas “até que a morte nos separe”. Neste caso, a separação foi decidida pelo produtor ao decretar a morte destes vinhos.

Ao longo dos 3 anos que este blog hoje completa (e por isso agendámos a publicação deste post para esta data, por uma questão de simbolismo), os vinhos da Sogrape, e estes Reservas em particular, foram os que tiveram direito a mais posts publicados. A nossa paixão pelos vinhos da Sogrape começou precisamente pela descoberta destes Reservas, já referida nos posts 99 e 100.

Desde o Dão 85 e o Douro 87, procurámos sempre ir acompanhando com regularidade as colheitas lançadas, e daí partimos para o alargamento dos nossos conhecimentos dos vinhos da empresa. Quando comecei a constituir uma garrafeira em casa, o Douro Reserva e o Dão Reserva sempre estiveram presentes. Pelo meio foram aparecendo, de forma mais esparsa, alguns Reservas da Bairrada e já no dealbar do século XXI apareceram os Reservas do Alentejo, após o começo da produção de vinho na Herdade do Peso.

Com a diversificação da gama de vinhos nas várias regiões, a empresa decidiu acabar com estes Reservas, um fim que vi anunciado pela primeira vez num dos guias de João Paulo Martins. A princípio custou-me a acreditar mas depois confirmou-se numa das provas de vinhos Sogrape na Wine o’clock. Os Reservas do Douro vão ficar sob a alçada da Casa Ferreirinha, sendo o Vinha Grande o seu sucessor natural (embora, insisto, o ache inferior), os Reservas do Dão são substituídos pela gama da Quinta dos Carvalhais e os Reservas do Alentejo ficam naturalmente integrados na nova linha da Herdade do Peso. Os Reservas da Bairrada sempre foram mais escassos e actualmente a empresa apenas investe na marca Terra Franca e ainda há um garrafeira por aí.

É claro que esta nova gama, bastante alargada, teoricamente substitui com vantagem cada um dos vinhos referidos. No entanto, daqueles que já tive oportunidade de provar, nenhum tem o mesmo perfil dos Reservas. São novos e são mais, mas são diferentes, por isso vou sentir a falta daqueles.

Estando o nosso stock a chegar ao fim, os Comensais Dionisíacos reuniram-se à mesa a pretexto de um Benfica-Sporting para degustar os últimos exemplares do Douro 2001, Dão 2000 e Alentejo 2001.

Já aqui falámos do Douro 2001 e do Dão 2000 noutros posts. Mantiveram aquilo que se esperava e, na minha opinião (que não foi unânime), o Douro continuou a mostrar-se o melhor, com um bouquet profundo e exuberante a fruto maduro, grande elegância e boa estrutura na prova de boca.

O Dão continua com um perfil um pouco menos polido mas mesmo assim bastante redondo e adequado para pratos de carne requintados mas com alguma pujança.

Finalmente o Alentejo, com duas colheitas algo diferentes. O 2001 com bom corpo mas com o aroma algo discreto, talvez a colheita menos conseguida das que provámos. Esquecida estava a última garrafa de 2000, já consumida noutra ocasião, que confirmou a prova anterior: uma grande estrutura e aromas exuberantes, um vinho com tudo no sítio. A primeira vez que provei um destes Reservas, no fim-de-ano de 2003, foram duas garrafas de 1999 e a primeira sensação foi precisamente essa: um vinho com tudo no sítio certo. Pena que tenha tido uma vida tão curta.
Em comum entre estes vinhos está o facto de todos terem um estágio de um ano em madeira seguido de mais algum tempo em garrafa, no mínimo 6 meses. Daí resulta saírem para o mercado já com alguns anos de existência e com os aromas bem casados. Não nos vamos repetir nas apreciações feitas anteriormente, pelo que quem quiser ler mais considerandos pode encontrá-los nos posts indicados:

- Douro Sogrape Reserva 2001
- Douro Sogrape Reserva 2000
- Dão Sogrape Reserva 2000
- Dão Sogrape Reserva 99
- Bairrada Sogrape Garrafeira 99
- Alentejo Sogrape Reserva 2000
- Quatro Regiões 97 (1) e (2)

Para perpetuar a memória, guardei uma garrafa do último Dão e do último Alentejo como recordação do rótulo algo “sui generis”. E para contrariar o destino, ainda me deparei com umas garrafas do Douro Reserva 2002 no Jumbo e na Makro (deve ser mesmo a última colheita à venda), e tratei de abastecer a garrafeira antes que acabem. Assim ainda posso prolongar o prazer por mais algum tempo, bebendo-as com parcimónia e com a companhia adequada. E entretanto encontrei um restaurante com uns restos de colecção, mas não vou dizer qual é. Pode ser que ainda consiga ir lá gastá-las...

Kroniketas, enófilo saudoso

Produtor: Sogrape

Vinho: Douro Sogrape Reserva 2001 (T)
Região: Douro
Grau alcoólico: 13,5%
Castas: Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta Barroca
Último preço: 10,74 €
Nota (0 a 10): 8,5

Vinho: Dão Sogrape Reserva 2000 (T)
Região: Dão
Grau alcoólico: 12,5%
Último preço: 9,89 €
Nota (0 a 10): 8

Vinho: Alentejo Sogrape Reserva 2001 (T)
Região: Alentejo
Grau alcoólico: 13,5%
Castas: Aragonês, Alfrocheiro
Último preço: 11,16 €
Nota (0 a 10): 7,5

Vinho: Alentejo Sogrape Reserva 2000 (T)
Região: Alentejo
Grau alcoólico: 14%
Castas: Aragonês, Alfrocheiro
Último preço: 8,19 €
Nota (0 a 10): 8,5

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Na Wine O’Clock 6 - Brancos da Sogrape


A última prova antes das férias foi novamente com a Sogrape, agora subordinada ao tema dos brancos, de acordo com a época do ano. Foram provados todos os brancos actualmente produzidos pela casa, de norte a sul, mais uma vez apresentados pela simpática Marta Mimoso, representante da empresa já nas provas anteriores.
Começámos pelos verdes, o Quinta de Azevedo e o Morgadio da Torre, um Alvarinho de grande elegância e finura, muito suave, um vinho esplêndido para acompanhar umas boas mariscadas mas também para beber a solo. O Quinta de Azevedo, feito com uma mistura de Arinto e Loureiro, também é bastante elegante e embora com um perfil um pouco mais simples é igualmente muito agradável e versátil para este tempo estival.
Seguiu-se pelo Dão, com o Duque de Viseu e o Quinta dos Carvalhais Encruzado, que já tínhamos provado na sessão dedicada à Quinta dos Carvalhais. Depois passámos pelo Alentejo com o Vinha do Monte, da Herdade do Peso, que me pareceu um pouco pesado, na linha habitual dos brancos alentejanos, para terminar com o Vinha Grande, que supostamente seria o ponto alto da prova, mas que continua a perder para o extinto Sogrape Reserva. Continuo a achá-lo não totalmente conseguido, parece-me faltar-lhe alguma frescura e alguma elegância. Enfim, nem sempre se pode acertar totalmente.

E assim nos despedimos até às provas da próxima temporada.

Kroniketas, enófilo visitante

quinta-feira, 17 de julho de 2008

No meu copo 191 - Planalto 2007; Diálogo 2005


A primeira passagem pel'Os Arcos agradou, pelo que resolvemos voltar à carga, desta vez para um prato de carne. Como o tempo estava quente, resolvemos começar por refrescar com meia garrafa de Planalto, o branco seco do Douro da Sogrape que é sempre uma aposta simpática. À semelhança de outros brancos relativamente leves e secos, este é sempre agradável de beber, com uma boa acidez e notas florais, corpo médio e um final persistente e refrescante. Nota-se a presença da Malvasia Fina a dar um perfil mais arredondado ao vinho dentro do seu carácter predominantemente seco. Neste caso acompanhámo-lo apenas com uns entreténs-de-boca enquanto aguardávamos a “pièce de résistance” que neste caso eram duas, divididas a meias: uma posta à mirandesa e um bife Wellington. Ela na sua tradicional disposição, ele acoitado em massa folhada, muito tenro e suculento.
Para a carne escolhemos um Diálogo, uma das recentes criações de Dirk Niepoort já divulgada por alguns comparsas da blogosfera, como o Vinho da casa e Os Vinhos. Este vinho tem a particularidade de apresentar um rótulo ilustrado pelo cartoonista Luís Afonso, sobejamente conhecido pelos cartoons que faz há muitos anos quer no jornal A Bola quer no Público, com o célebre Bartoon. É aliás nas personagens do Bartoon que este alentejano de Serpa se inspira para ilustrar o diálogo do rótulo entre o barman e um cliente.
Quanto ao conteúdo líquido, encontrámos um vinho macio, pronto a beber, tal como o produtor anuncia adequado “para todos os dias e não apenas para momentos especiais”. Apresenta-se com uma cor carregada, aroma a frutos vermelhos, redondo na boca sem deixar de mostrar alguns taninos bem amansados e um leve toque a especiarias. Apenas 20% da produção estagiou em barrica, pelo que a madeira passa aqui quase despercebida.
Enfim, o que se pode dizer é que é um vinho relativamente despretensioso e que nesse registo cumpre bem a sua função, sem deixar de mostrar uma qualidade apetecível. A macieza e frescura que apresenta podem torná-lo um bom tinto de Verão.

tuguinho e Kroniketas, enófilos e gastrónomos e etc.

Vinho: Planalto 2007 (B)
Região: Douro
Produtor: Sogrape
Grau alcoólico: 12,5%
Castas: Malvasia Fina, Gouveio, Viosinho, Códega
Preço em feira de vinhos: 4,59 €
Nota (0 a 10): 7,5

Vinho: Diálogo 2005 (T)
Região: Douro
Produtor: Niepoort Vinhos
Grau alcoólico: 13%
Castas: Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinta Roriz, Tinta Amarela, Tinto Cão
Preço: cerca de 7,5 €
Nota (0 a 10): 7

sábado, 14 de junho de 2008

No meu copo 182 - Bairrada Sogrape Garrafeira 99



Este prometia ser outro clássico, mas acabou por decepcionar. No início revelou aquele aroma profundo tão típico da casta Baga, mas na prova mostrou-se delgado em demasia, sem a pujança e o corpo que normalmente os Bairrada clássicos apresentam. Talvez a mistura com as mais típicas do Dão, Alfrocheiro e Jaen, lhe tenha retirado alguma tipicidade e descaracterizado o vinho.

A evolução no copo foi favorável, mas não tanto como seria de esperar. O final foi curto e os aromas terciários que esperávamos dum Bairrada com esta idade... não estavam lá. Em tempos mais recuados este Bairrada da Sogrape fazia jus ao nome da empresa. Esperemos que esta tenha sido apenas uma colheita menos feliz. Ou então já passou o tempo de beber, mas tendo em conta as provas anteriores deveria ter outra duração.

Kroniketas, enófilo esclarecido



Vinho: Sogrape Garrafeira 99 (T)
Região: Bairrada
Produtor: Sogrape
Grau alcoólico: 12,5%
Castas: Baga, Alfrocheiro, Jaen

Preço em feira de vinhos: 5,19 €
Nota (0 a 10): 6,5

quinta-feira, 8 de maio de 2008

No meu copo 177 - Herdade do Peso Reserva 2002; Herdade do Peso Trincadeira 2000

Aproveitando uma folga de ambos, os bandalhos que fazem este blog resolveram fazer uns bifes a acompanhar umas garrafas. A escolha dos líquidos recaiu em dois vinhos da Herdade do Peso, a propriedade da Sogrape no Alentejo, na zona da Vidigueira, perto das Cortes de Cima e do novo projecto de Paulo Laureano.
Em provas anteriores já tínhamos apreciado o Alfrocheiro e o Aragonês e há algumas semanas estive numa prova de alguns destes vinhos na Wine O’Clock, na qual se destacou naturalmente o Reserva, que é feito precisamente com uma combinação daquelas duas castas e nesta prova mais demorada não nos decepcionou. Mostrou um aroma profundo com destaque a frutos vermelhos, alguma especiaria mas bastante discreta, bem estruturado na boca com a madeira muito bem casada e taninos muito firmes mas bem domados, terminando suave, longo e persistente.
De realçar que tratando-se dum vinho com 12 meses de estágio em madeira e 14% de grau alcoólico, nenhuma dessas características sobressaiu na prova, tendo-se apresentado muito equilibrado e prometendo alguma longevidade. No entanto, a pujança apresentada agora a par com o polimento de todas as arestas parece-nos indicar que está no ponto óptimo para ser bebido... e apreciado.
Passámos depois ao Trincadeira, já mais envelhecido e muito menos apelativo. Apresentou-se mais redondo mas também discreto, parecendo um pouco monocórdico quando comparado com o Reserva. Mostrou algum fundo vegetal típico da casta mas faltou-lhe algum corpo e aquela estrutura que muitas vezes suporta as outras castas mais exuberantes. Talvez demasiado linear e sem a complexidade que se esperava.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Região: Alentejo (Vidigueira)
Produtor: Sogrape

Vinho: Herdade do Peso Reserva 2002 (T)
Grau alcoólico: 14%
Castas: Aragonês, Alfrocheiro
Preço em feira de vinhos: 19,49 €
Nota (0 a 10): 8,5

Vinho: Herdade do Peso, Trincadeira 2000 (T)
Grau alcoólico: 14%
Casta: Trincadeira
Preço em feira de vinhos: 16,78 €
Nota (0 a 10): 7

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Na Wine O’Clock 2 - Com a Sogrape (Quinta dos Carvalhais)


Ultimamente temos andado numa de provas quando a ocasião se proporciona. No último sábado voltei a deslocar-me à Wine O’Clock de Lisboa, acompanhado do Politikos, para uma prova de vinhos da Quinta dos Carvalhais com a Sogrape. Há algumas semanas já tínhamos tido a oportunidade de participar numa prova com vinhos da Herdade do Peso. Agora a expectativa era um pouco maior porque a Quinta dos Carvalhais é quase um ex-libris da Sogrape e foi uma espécie de motor da reabilitação dos vinhos do Dão. Aí tive o prazer de reencontrar, mais de um ano depois, o nosso comparsa Pedro Rafael Barata, do blog Os Vinhos, que foi ficando por ali ao pé de nós durante a prova.
Há uns 10 anos conhecíamos dois vinhos da Sogrape no Dão: o Reserva e o Pipas, que entretanto foram sendo substituídos pela nova marca Quinta dos Carvalhais, só restando por aí à venda alguns exemplares dos antigos vinhos em locais esparsos. Agora há uma gama alargada de brancos, tintos e espumantes, que vão desde os vinhos para consumo imediato até aos reservas de grande qualidade.
Esta prova da Quinta dos Carvalhais começou com dois brancos, o Duque de Viseu e o Quinta dos Carvalhais Encruzado. Ambos mostraram alguma elegância e um ligeiro aroma floral, embora o Encruzado com um perfil um pouco mais austero e a mostrar-se capaz de ter alguma longevidade e bater-se com pratos com alguma pujança, características que lhe são conferidas pelo estágio em madeira.
Passando aos tintos, começámos pelo Quinta dos Carvalhais Colheita, seguindo-se três varietais (Alfrocheiro, Tinta Roriz e Touriga Nacional), sendo que o Alfrocheiro foi o que mais nos surpreendeu, voltando a mostrar, à semelhança das últimas provas, uma intensidade que não lhe tem sido reconhecida na generalidade das regiões. Parece-me ser uma casta injustamente mal-amada ou porventura não suficientemente valorizada. Após 4 tintos, chegou o Reserva de 2000, já um vinho para altos voos e ainda com uma frescura assinalável para a idade, para terminarmos com uma revelação que deixou todos os presentes rendidos: uma colheita única de 2005 que recebeu o nome de... Único. Difícil descrever o perfil deste vinho, mas uma palavra nos ocorre à mente: fabuloso! Com algumas notas licorosas no primeiro ataque aromático, para depois se abrir num perfume de frutos, flores, compotas, uma explosão de aromas e sabores que motivaram do Politikos o comentário de que daria um grande Vintage. De facto, este Único fez lembrar os melhores vinhos do Porto que já tive oportunidade de provar, e sugeriu-me que, se a Sogrape pretende criar nos Carvalhais uma espécie de Barca Velha do Dão, este único parece ser o predestinado para lá chegar. Assim tenha longevidade para tanto, mas o potencial parece estar lá todo.
No final da prova, ao compararmos os aromas que foram ficando nos copos, verificámos que o Reserva tinha desaparecido ao pé do Único. É o que nos ajuda a distinguir os vinhos excelentes dos sublimes. Este Único, de facto, é Único! Oxalá possa vir a deixar de ser o único produzido na Quinta dos Carvalhais.
E assim ficámos de apetite aguçado para a prova que se seguirá dentro de algumas semanas com os vinhos da Casa Ferreirinha. Lá estaremos seguramente. Obrigado à Wine O’Clock por estes momentos magníficos que nos tem proporcionado.

Kroniketas, enófilo embevecido

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Os vinhos da festa 2007-2008 (4)

No meu copo 166 - Tintos do Alentejo



Ainda continuamos com os vinhos provados durante a quadra festiva do Natal e Ano Novo. Tintos foram vários. Começamos pelos do Alentejo.

Dona Maria 2004 - Outro vinho que é “mais do mesmo”: muita concentração, muita fruta e álcool a mais. Começam a faltar-me palavras para caracterizar este tipo de vinhos, sobre os quais também já me falta paciência para escrever. Depois da saída dos vinhos da Quinta do Carmo das mãos de Júlio Bastos e do lançamento destes vinhos Dona Maria, não sei se com este perfil os novos vinhos irão fazer concorrência aos antigos... Nota: 6

Granja-Amareleja 2004 - Aconselhado no contra-rótulo a beber acompanhando pratos de caça. No entanto revelou um perfil pouco pujante para se bater de igual para igual com este tipo de comida. Talvez precise de uma segunda apreciação, mas apresentou-se com um corpo algo delgado para as pretensões anunciadas. Não deixando de se beber com agrado, ficou um pouco aquém das expectativas, com aroma algo discreto e sem grande persistência. Nota: 7

Herdade do Peso, Alfrocheiro 2000 - Já apreciado aqui, há algum tempo. Perdeu em exuberância aromática o que ganhou em elegância, mas continua a ser um belíssimo vinho. Alguém à mesa disse que seria um bom vinho para alguém que não aprecia vinho começar a provar. Juntamente com o Garrafeira dos Sócios e o Quatro Castas faz o triângulo dos vinhos de que ninguém fala e que fazem as nossas delícias sem custarem uma fortuna. E alguém disse que tem 14 graus? Nota: 9

José de Sousa 2003 - Um clássico do Alentejo, que há muitos anos se chamava “Casa Agrícola José de Sousa Rosado Fernandes - Tinto Velho”. Modernizou-se, perdeu algum excesso de madeira que por vezes se notava, está mais elegante e frutado. Mas talvez precisasse de um pouco mais de estrutura para se guindar de novo a outro patamar. Nota: 7,5

Singularis 2004 - Uma estreia deste vinho personalizado de Paulo Laureano, numa nova linha de produtos só com castas portuguesas, neste caso Aragonês e Trincadeira. Bom corpo e bastante fruto, alguma especiaria e boa persistência, com um toque de madeira a marcar o fim de boca. Um vinho equilibrado com potencial para acompanhar pratos condimentados. Nota: 7,5

Kroniketas, enófilo retinto

Vinho: Dona Maria 2004 (T)
Região: Alentejo (Estremoz - Borba)
Produtor: Júlio Tassara Bastos
Grau alcoólico: 14,5%
Castas: Aragonês, Alicante Bouschet, Syrah, Cabernet Sauvignon
Preço em feira de vinhos: 6,75 €
Nota (0 a 10): 6

Vinho: Granja-Amareleja 2004 (T)
Região: Alentejo (Granja-Amareleja)
Produtor: Coop. Agrícola da Granja
Grau alcoólico: 14%
Castas: Moreto, Alfrocheiro, Aragonês
Preço em hipermercado: 9,98 €
Nota (0 a 10): 7

Vinho: Herdade do Peso, Alfrocheiro 2000 (T)
Região: Alentejo (Vidigueira)
Produtor: Sogrape
Grau alcoólico: 14%
Casta: Alfrocheiro
Preço em feira de vinhos: 13,50 €
Nota (0 a 10): 9

Vinho: José de Sousa 2003 (T)
Região: Alentejo (Reguengos)
Produtor: José Maria da Fonseca
Grau alcoólico: 13%
Castas: Trincadeira, Aragonês, Grand Noir
Preço em feira de vinhos: 6,09 €
Nota (0 a 10): 7,5

Vinho: Singularis, Aragonês e Trincadeira 2004 (T)
Região: Alentejo (Vidigueira)
Produtor: Paulo Laureano
Grau alcoólico: 13,5%
Castas: Aragonês, Trincadeira
Preço em hipermercado: 5,99 €
Nota (0 a 10): 7,5

sábado, 24 de novembro de 2007

No meu copo 148 - 3 Douros de 2001: Sogrape Reserva, Duas Quintas, Vinha Grande

A propósito do Portugal-Arménia, juntámos alguns Comensais Dionisíacos à mesa (faltaram à chamada o Caçador, que foi para a caça, e o Pirata, retido em casa por constipações familiares) para fazer uma prova de 3 vinhos do Douro de 2001: o Sogrape Reserva, o Duas Quintas e o Vinha Grande. São três dos vinhos da nossa preferência que já apreciámos aqui noutras ocasiões, mas desta vez a intenção era prová-los em simultâneo por terem alguns pontos em comum e serem produzidos no mesmo ano. Vinhos abertos com a antecedência necessária, serviço à temperatura ideal e copos adequados, e passámos à função à volta duns bifes à café antes de a Selecção Nacional entrar em campo.
Começámos com o Sogrape Reserva e o começo não podia ser melhor. Como habitualmente, esteve à altura das expectativas. Mostrou uma fantástica cor rubi, brilhante e transparente, no nariz um bouquet profundo e intenso, marcado por fruto maduro, e na boca um corpo cheio com estrutura complexa, grande persistência, taninos firmes mas bem domados e uma boa acidez a envolver um grau alcoólico correcto, num todo equilibrado e harmonioso. Apetece dizer que este vinho não tem nada fora do sítio, está tudo no ponto certo. Alcandorou-se com destaque a melhor vinho da noite.
Comparativamente às anteriores provas da colheita de 2000, este apareceu muito mais saudável e pujante. Como já dissemos anteriormente, nunca nos desiludiu e sendo esta colheita a que está à venda no mercado, já com 6 anos de idade, está em plena forma e no ponto ideal para ser bebido. Para nós, continua a ser um vinho incontornável e que merece amplamente o preço que custa. Enquanto estiver no mercado, não deixaremos que desapareça das nossas garrafeiras.
Seguiu-se o Duas Quintas, para entrecortar os vinhos da Sogrape com um Ramos Pinto, e acabou por ser o mais penalizado, talvez prejudicado por se ter seguido ao Sogrape Reserva. Este foi comprado já em 2003, e pareceu ter ultrapassado o ponto ideal (actualmente já está à venda a colheita de 2005). Esperávamos um vinho mais pujante e mais robusto, como aliás é seu timbre, sendo normalmente mais adequado para pratos fortes de carne, mas este apareceu um pouco mais delgado do que é habitual, perdendo um pouco de complexidade e de corpo, embora a cor mais fechada estivesse lá. Requer-se, portanto, um consumo mais precoce, embora haja ainda outra garrafa desta colheita que nos irá permitir tirar as dúvidas.
Finalmente seguimos para o Vinha Grande, que dos três foi o mais elegante. Menos exuberante e menos complexo que o Sogrape Reserva, mais frutado e macio, também com uma cor rubi muito atractiva e uma boa persistência. Esteve acima do Duas Quintas mas sem fazer concorrência ao Sogrape Reserva. Dos três é o mais adequado para pratos requintados e delicados.
Em suma, três apostas sempre seguras a preços não excessivos, que não desiludem ninguém e nunca nos deixam ficar mal.

Kroniketas, enófilo esclarecido

PS: Também houve uns Portos mas essa já é outra conversa.

Região: Douro

Vinho: Sogrape Reserva 2001 (T)
Produtor: Sogrape
Grau alcoólico: 13,5%
Castas: Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta Barroca
Preço em feira de vinhos: 10,74 €
Nota (0 a 10): 8,5

Vinho: Duas Quintas 2001 (T)
Produtor: Ramos Pinto
Grau alcoólico: 13%
Castas: Tinta Roriz, Touriga Nacional
Preço em feira de vinhos: 8,69 €
Nota (0 a 10): 7/7,5

Vinho: Vinha Grande 2001 (T)
Produtor: Casa Ferreirinha - Sogrape
Grau alcoólico: 13,5%
Castas: Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta Barroca
Preço em feira de vinhos: 8,98 €
Nota (0 a 10): 8

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

No meu copo 145 - Dão Sogrape Reserva 99

O stock vai-se esgotando, com grande pena nossa. Já aqui dissemos que somos fãs de longa data dos Sogrape Reserva, primeiro no Dão e no Douro e mais tarde no Alentejo. Fizemos questão de escrever o 99º e o 100º post de prova neste blog sobre os Reservas do Douro e do Dão, de 2000. Agora tivemos à mesa uma garrafa de Dão 99 que tinha ficado guardada em casa de um amigo.
Abrimo-la com uns bifes à café, e estava excelente. Devido à idade podia apresentar alguns sinais de cansaço, como já tinha acontecido com outras com idades semelhantes. Mas a verdade é que se mostrou em plena forma, com todos os aromas bem presentes, aquela pujança elegante (se é que se pode dizer assim) que o caracteriza a mostrar-se na plenitude. De cor ainda muito carregada, os taninos presentes mas já bem arredondados, uma persistência notável para um vinho com 8 anos e um fim de boca longo.
Bebemo-lo, melhor, sorvemo-lo avidamente até à última gota, tentando guardar na memória as últimas lembranças dum vinho anunciado para acabar. Agora só nos resta uma de 2000 na garrafeira e já não encontramos nenhuma à venda. Ainda há uns restos do Dão Pipas, um clássico de que um dia falaremos, e a partir daí teremos que enveredar pelo Quinta de Carvalhais. Como a primeira experiência não foi famosa, ficámos um pouco de pé atrás, mas continuamos a esperar que a nova marca faça jus à tradição dos vinhos dali saídos.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Dão Sogrape Reserva 99 (T)
Região: Dão
Produtor: Sogrape
Grau alcoólico: 12,5%
Preço em feira de vinhos: 9,89 €
Nota (0 a 10): 8

sábado, 29 de setembro de 2007

No meu copo 137 - Terra Franca rosé 2005

Os brancos e rosés de férias (IV)

Este também foi aberto numa tarde de Verão com grelhados. Embora não seja desagradável, apresentou um aroma algo discreto e paladar ligeiramente frutado e seco. Não pareceu capaz de grandes voos. Mesmo pelo pouco preço que custou, acaba por não merecer o gasto e realmente parece não ter tido grande investimento por parte da empresa.
Enfim, não deixou memórias.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Terra Franca 2005 (R)
Região: Regional Beiras
Produtor: Sogrape
Grau alcoólico: 12%
Castas: Baga, Rufete, Tinta Barroca, Touriga Franca
Preço em feira de vinhos: 1,88 €
Nota (0 a 10): 5

terça-feira, 25 de setembro de 2007

No meu copo 136 - Portal do Fidalgo, Alvarinho 2005; Quinta de Azevedo 2005

Os brancos e rosés de férias (III)

Para uns grelhados ao ar livre com sardinhas, febras e costeletas levei dois verdes e alguns tintos, mas foram os verdes que tomaram a dianteira. Enquanto os comes iam saindo serviu-se primeiro um Portal do Fidalgo, Alvarinho de 2005 proveniente da sub-região de Monção. Foi muito bem recebido e de facto merece. Revelou-se muito equilibrado, suave e aromático, com aromas florais, acidez correcta a proporcionar uma grande frescura na boca, com um final persistente. Cor a tender para o amarelo palha, muito límpido e brilhante. Uma excelente aposta, que fez as delícias dos comedores de sardinhas, a um preço muito acessível. Dos melhores verdes que me lembro de ter bebido. Entrou para a lista dos obrigatórios.
Depois deste veio um Quinta de Azevedo de 2005, da quinta com o mesmo nome situada entre os rios Lima e Cávado, na freguesia de Barcelos. Claro que depois daquele Alvarinho, esta segunda prova ficou prejudicada (estas comparações podem ser injustas porque estamos a falar de dois vinhos completamente diferentes). De cor citrina muito clara, mais seco que o anterior e aroma menos exuberante, mas com uma mistura muito interessante de Loureiro e Pedernã, com um final muito suave e elegante. Um vinho mais discreto, indicado para pratos mais delicados, que foi um pouco abafado pela gordura das sardinhas. Merece uma nova oportunidade com prato mais adequado.
Cada um com o seu estilo próprio, duas boas companhias para as tardes de Verão.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Portal do Fidalgo, Alvarinho 2005 (B)
Região: Vinhos Verdes (Monção)
Produtor: Provam - Produtores de Vinhos Alvarinho de Monção
Grau alcoólico: 13%
Castas: Alvarinho
Preço em feira de vinhos: 4,98 €
Nota (0 a 10): 8,5

Vinho: Quinta de Azevedo 2005 (B)
Região: Vinhos Verdes (Ponte de Lima)
Produtor: Sogrape
Grau alcoólico: 10,5%
Castas: Loureiro, Pedernã
Preço em feira de vinhos: 2,97 €
Nota (0 a 10): 7,5

domingo, 1 de julho de 2007

No meu copo 125 - Casa Ferreirinha Reserva 96, Quinta da Leda 2001, Callabriga 2000


Estes estavam à espera duma oportunidade. Desde há cerca três anos, quando descobrimos o Callabriga e o Quinta da Leda, começámos a apostar na gama de vinhos da Casa Ferreirinha, mais propriamente naqueles que se situam nos patamares do meio para cima (acima do Esteva e do Vinha Grande e abaixo do Barca Velha).
Para estas provas reservámos duas garrafas de cada e fizemo-las separadamente ao longo dos últimos meses, reunindo os “Comensais Dionisíacos”, já com o Politikos, a aquisição mais recente, na equipa titular.

Comecemos por cima, pelo filho bastardo do Barca Velha, ou aquele que não chegou a sê-lo mas que poderia lá ter chegado: o Reserva 96, que já se chamou Reserva Especial, mais tarde só Reserva, e agora apenas Colheita. Tudo no ponto certo: os decanters limpos e arejados (um para cada garrafa), os copos de pé alto e boca larga, em forma de tulipa, a temperatura de serviço, os sedimentos deixados no fundo da garrafa. Para que nada falhasse. Afinal, o momento era solene e era a estreia absoluta nos nossos copos. À espera, um cabritinho do Alto Alentejo assado no forno com todos os requisitos e acompanhado com um belíssimo arroz de miúdos confeccionado especialmente pela senhora-mãe do Mancha Negra.
Começou por mostrar uma cor rubi ligeiramente atijolada e aromas discretos a fruta madura. Macio na boca, final de duração média, corpo na mesma. A primeira garrafa ainda teve alguma evolução no decanter, pelo que a segunda foi decantada com maior antecedência. Surpreendentemente, esta revelou-se menos exuberante e, longe de ganhar com o tempo de abertura, pareceu esvair-se. Dos três, este é o vinho mais suave (até pela idade), mas quando se esperava que desse o salto para cima… pareceu morrer nos copos. Declínio ou necessidade de esperar mais tempo? Também há mais duas garrafas, teremos que deixá-las esperar mais um ano, dois, cinco ou dez?
No final, o sentimento foi unânime: esperava-se mais deste vinho, que acabou por ficar aquém das expectativas. Sem dúvida que eram altas, mas não correspondeu de todo. Será que houve ali... preconceito?

Segue-se na escala o Quinta da Leda 2001. Foi a grande descoberta de há uns 3 anos no Encontro com o Vinho e logo ali o achámos excepcional. O preço também o é, mas é daqueles vinhos que nos enchem as medidas até mais não poder. Ou era...
O processo seguido foi o mesmo: decantado previamente, com antecedência suficiente para libertar os aromas mais profundos. Copos e temperatura adequados e a outra metade do cabrito assado no forno acompanhado com batatinhas e grelos, desta vez confeccionado pela senhora-mãe do tuguinho. A primeira garrafa foi decantada com duas horas de antecedência em relação à hora de consumo e foi uma completa decepção. Logo no aroma se verificou alguma falha, com o bouquet muito discreto e a prova a confirmá-lo, com um corpo surpreendentemente delgado e um final curto.
Não lhe tendo feito bem a decantação, optámos por não decantar a segunda garrafa, abrindo imediatamente antes de beber, para ver como se comportava. Igual. Ainda pareceu apresentar inicialmente algum vigor, mas rapidamente se esvaiu. A grande complexidade que lhe conhecíamos não estava lá de todo. Foi a grande decepção desta tripla prova. Perante isto, só nos resta esperar para provar a colheita seguinte de que dispomos, a de 2004. Pode ser que tenha sido apenas azar com o ano. Senão, os quase 20 € gastos em cada garrafa foram mal empregues.

Finalmente, o Callabriga 2000, que é o produto que está acima do Vinha Grande, sendo apontado como a aposta da casa para a exportação. Abrimos as duas garrafas com os já célebres (entre nós) bifes de novilho de raça Angus com ervas de Provence, que o mestre cozinheiro Kroniketas tem vindo a apurar. Mais uma vez, seguindo o conselho do contra-rótulo, foram previamente decantados para libertar os aromas e para nos livrarmos dos sedimentos da garrafa. Como já aconteceu algumas vezes, quando o líquido estava a acabar estava o vinho a atingir o seu máximo esplendor.
Revelou uma boa concentração de cor, com um aroma profundo algo frutado. Redondo na boca mas com boa estrutura, taninos discretos e acidez suave, madeira muito disfarçada, tudo muito equilibrado. Fim de boca suave mas prolongado. Com o passar da refeição foram-se libertando os aromas terciários, alguma especiaria a vir lá do fundo tornando o final mais persistente, mostrando que temos ali um vinho para altos voos e capaz de estar algumas horas a fazer-nos companhia. Foi pena ter acabado no melhor da festa, mas para a próxima decantamo-lo mais cedo (sim, porque ainda há umas garrafitas de reserva). Pena é que tenham mudado o formato da garrafa nas últimas colheitas (tal como ao Quinta da Leda, aliás), pois esta borgonhesa era a imagem de marca da casa e ficava-lhe muito bem.

Em suma, desta trilogia de Ferreirinhas, o balanço que se pode fazer é que as altas expectativas saíram globalmente defraudadas, sendo que foi o vinho no patamar mais baixo que melhor se comportou. Não encontramos explicação para o sucedido com o Reserva e o Quinta da Leda, pois ambos estavam em perfeitas condições de consumo, mas não apresentaram nem a estrutura, nem a persistência, nem a complexidade aromática que esperávamos de vinhos desta gama. Se as garrafas de que ainda dispomos confirmarem estas impressões, terão de ser apostas a esquecer... Infelizmente. Não estávamos habituados a estas decepções nos vinhos da Sogrape...

tuguinho e Kroniketas, os diletantes preguiçosos

Região: Douro
Produtor: Casa Ferreirinha - Sogrape

Vinho: Reserva Ferreirinha 96 (T)
Grau alcoólico: 12,5%
Preço em hipermercado: 39,99 €
Nota (0 a 10): 8

Vinho: Quinta da Leda 2001 (T)
Grau alcoólico: 13%
Castas: Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz
Preço em feira de vinhos: 17,86 €
Nota (0 a 10): 7

Vinho: Callabriga 2000 (T)
Grau alcoólico: 13%
Castas: Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz
Preço em feira de vinhos: 13,75 €
Nota (0 a 10): 9

quarta-feira, 21 de março de 2007

No meu copo 100 - Dão Sogrape Reserva 2000

Fazemos hoje o 100º post sobre vinhos e restaurantes neste blog, e atingimos a centena da melhor maneira, com mais uma prova da Sogrape. Um bom parceiro do Reserva do Douro, referido no post anterior, é o Reserva do Dão, outra das nossas referências incontornáveis desde há mais de uma década.
Habitualmente menos exuberante que o Douro em termos de aroma, um pouco mais frutado e, curiosamente, com a mesma idade o Dão apresentou-se com um perfil mais jovem, com uma cor mais fechada. Não deixa de ser igualmente curioso que os Reservas do Douro estejam a ser comercializados primeiro que os do Dão para colheitas do mesmo ano, o que significa que estão a evoluir mais depressa. Nesta dupla prova de reservas da Sogrape confirmou-se uma clara maior evolução do Douro, que foi adquirido em 2003, enquanto o Dão foi adquirido em 2006.
Comparativamente, este Dão Reserva sempre foi menos fino que o Douro Reserva, embora fizesse também uma boa parceria para a maioria dos pratos de carne. Nas variadas experiências que tivemos com este vinho, atingiu o seu esplendor com pratos requintados de carne como tornedó, faisão, perdiz, assados no forno e costeletas de novilho muito mal passadas. Um bom corpo, uma acidez correcta, frutado quanto baste, um grau alcoólico moderado e um bom fim de boca, fazem dele uma boa companhia para quase todas as ocasiões.
A Sogrape tem também, há muitos anos, outro Reserva no Dão conhecido por Dão Pipas, de que já apanhámos algumas relíquias com mais de 30 anos, que estão num patamar semelhante a este Reserva. Não sabemos se ambos irão desaparecer para dar lugar apenas aos Quinta dos Carvalhais, o que será uma pena. Se assim for, que a nova aposta supere a anterior, porque essa perspectiva para o Douro ainda está longe de lá chegar.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Dão Sogrape Reserva 2000 (T)
Região: Dão
Produtor: Sogrape
Grau alcoólico: 12,5%
Preço em feira de vinhos: 9,89 €
Nota (0 a 10): 8

segunda-feira, 19 de março de 2007

No meu copo 99 - Douro Sogrape Reserva 2000

Já havia saudades de um vinho assim. Conhecemos os Reservas da Sogrape há mais de uma década, praticamente desde que eles surgiram no mercado. Os primeiros Reservas que provámos foram o Douro de 1987 e o Dão de 1985, encontrados na feira de vinhos do Pingo Doce de 1992, ainda com o rótulo bege e recortado. Daí para cá fomos acompanhando a sua evolução e os lançamentos nas várias regiões, principalmente no Dão, onde é contemporâneo do Douro, depois na Bairrada e há cerca de 3 anos no Alentejo.
Há cerca de oito anos, os dois basbaques que fazem este blog tiveram uma refeição memorável (e cara, a cerca de 10 contos por cabeça) no desaparecido “Nobre” da Ajuda, regada por um não menos memorável Douro Sogrape Reserva de 95, um vinho de grande categoria que nos encheu verdadeiramente as medidas. Essa colheita viria, aliás, a merecer uma edição especial para a Expo 98 com um rótulo alusivo à expedição, vendido no pavilhão do G7, uma associação dos 7 maiores produtores nacionais de vinho, de que a Sogrape naturalmente faz (ou fazia) parte. Dessa colheita ainda comprámos várias garrafas, a preços entre os 1800 e os 2000 escudos. Poucos meses depois tivemos o grato prazer de degustar uma garrafa dessa colheita nesse célebre e único jantar.
Como sabem aqueles que nos visitam, somos fãs quase incondicionais dos vinhos da Sogrape, que nunca nos deixam ficar mal, a não ser nalgum caso excepcionalíssimo. Estes reservas têm mantido ao longo dos anos um padrão de qualidade uniforme e sempre elevado, por um preço que não sendo dos mais baratos consideramos, ainda assim, claramente merecedor do investimento.
Este Douro de 2000 foi apreciado recentemente na companhia de pratos diversos como um valente cozido à portuguesa, com todos os matadores, digamos, uns bifes com ervas de Provence, umas perdizes estufadas. E o menos que podemos dizer é que esteve bem à altura de todos. De cor púrpura, bem retinto, com um bouquet estupendo e um sabor a condizer, neste vinho de sete anos a fruta, como é óbvio, já tinha evoluído para outros sabores bem mais subtis, um fundo especiado, um ligeiro fumado e frutos vermelhos, mas tudo muito aveludado e de taninos domados a ligarem lindamente com os 13 graus de um álcool que nem se sentia. Boa estrutura sem ser pesado e um longo fim de boca completavam o quadro.
Já o provámos em diversas ocasiões com cabrito no forno, costeletas de novilho, bifes, assado misto, arroz de caça, perdiz, sei lá que mais... E fica bem com praticamente tudo. Em suma, o que se deseja mais de um vinho? Que voe?
Claro que este é presença obrigatória permanente nas nossas garrafeiras e nas nossas sugestões. E se for verdade que a Sogrape vai deixar de produzir estes Reservas, será uma grande perda e uma má decisão. Porque o Vinha Grande, que supostamente será o seu sucessor, ainda lhe fica uns furos abaixo.

tuguinho e Kroniketas, enófilos e tudo

Vinho: Douro Sogrape Reserva 2000 (T)
Região: Douro
Produtor:
Sogrape
Grau alcoólico: 13%
Castas: Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta Barroca
Preço em feira de vinhos: 10,99 €
Nota (0 a 10): 8,5

sábado, 17 de fevereiro de 2007

No meu copo 89 - Adega de Pegões, Colheita Seleccionada 2001; Quatro Regiões 97

Uma peça de javali, generosamente oferecida pelo caçador de serviço, foi pretexto para uma reunião do plenário do Grupo Gastrónomo-Etilista “Os Comensais Dionisíacos”, 13 meses depois dum repasto épico copiosamente regado para acompanhar lebres e perdizes.
Como fiel depositário dos restos mortais do “senhor porco”, como diria o Pumba, mais uma vez abri as portas (e a mesa) para receber a cambada. O suíno foi cozinhado na panela com banha e azeite depois de marinar em sal, alho, cebola, limão, laranja, cravinho e vinho tinto. Deixou um abundante molho e uma carne suculenta e muito saborosa.
Pesquisando a garrafeira, resolvi fugir ao hábito dos vinhos alentejanos e lá fui buscar para a segunda fase da operação “O desbaste da garrafeira” uns exemplares de Terras do Sado, que ficaram de pé um dia antes, para assentar eventuais borras que os vinhos apresentassem. Ainda chegaram alguns reforços, como o Herdade da Figueirinha de que já falámos no post abaixo e abriu as hostilidades ainda antes de passarmos à mesa, mas perante a diversidade da escolha os outros ficaram de reserva para a próxima. Na hora de atacar o animal no prato foram previamente decantadas as duas primeiras garrafas escolhidas.
Começámos por um dos últimos exemplares que nos restam do Quatro Regiões 97, que foi alvo de várias provas ao longo do último ano. Quando comprámos este vinho, em várias levas entre Outubro de 2003 e Outubro de 2004, ficámos esmagados pela sua pujança, pela exuberância de aromas e sabores, pelo longo fim de boca. Passaram estes anos e o vinho perdeu a pujança e a frescura, mas esta garrafa revelou-se em muito melhor forma que as duas primeiras provadas em 2006, sem os sintomas de declínio e falta de acidez detectados anteriormente, o que mais uma vez confirmou que os vinhos guardados são sempre uma incógnita quando vamos bebê-los: tanto podemos ter uma boa surpresa como uma decepção. Neste caso ficámos pelo meio-termo.
Em seguida passámos a duas garrafas do “sui generis” Pinheiro da Cruz, que vão merecer um post autónomo, porque acerca deste vinho muito há para dizer.
Já com o javali a desaparecer dos pratos e da panela, ainda fomos buscar mais uma garrafa para compor o painel de Terras do Sado: um Adega de Pegões tinto, Colheita Seleccionada de 2001. Uma estreia absoluta por estes lados (no branco já somos repetentes) que, perante a surpresa geral, foi unanimemente considerado o melhor vinho da noite. De cor granada, corpo robusto que nunca mais acaba, daquele que quase se mastiga, algum frutado misturado com um toque a especiarias, final de boca longo, alguma adstringência na prova com os taninos bem presentes mas sem se tornarem excessivos, quase apetecia que este não acabasse. Sem dúvida um vinho adequado para pratos fortes de carne e principalmente caça, como este. A Cooperativa de Pegões a impor-se no panorama vitivinícola nacional com vinhos de qualidade e a baixo preço. A repetir.
Terminámos com um Porto LBV da Quinta do Infantado, que também vai ser alvo de post autónomo, a acompanhar um excelente pudim Molotof e o reincidente bolo rançoso. E assim resta esperar pela fase 3 da operação “O desbaste da garrafeira”.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Adega de Pegões, Colheita Seleccionada 2001 (T)
Região: Terras do Sado
Produtor: Cooperativa Agrícola Santo Isidro de Pegões
Grau alcoólico: 13,5%
Castas: Cabernet Sauvignon, Touriga Nacional, Trincadeira
Preço em feira de vinhos: 6,25 €
Nota (0 a 10): 8


Vinho: Quatro Regiões 97 (T)

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

No meu copo 83 - Vinha Grande branco 2005

O Vinha Grande 2005 é o primeiro branco da Casa Ferreirinha, actualmente propriedade do grupo Sogrape. Segundo informações apresentadas no guia de João Paulo Martins para 2007 (que naturalmente carecem de confirmação prática), este branco vem substituir o Douro Reserva Sogrape, à semelhança do que vai acontecer com os outros vinhos de reserva da marca, que serão substituídos por outras marcas já existentes na empresa.
Pela parte que me toca, para já acho que não ficamos a ganhar. O Douro Sogrape Reserva branco era um dos nossos brancos preferidos (aliás faz parte das nossas sugestões) e este Vinha Grande não me convenceu. Enquanto aquele apresentava uma boa estrutura e robustez na boca mas era equilibrado no seu conjunto, este Vinha Grande pareceu-me ainda pouco moldado e algo rústico.
Tem uma cor citrina carregada e algum frutado, mas como às vezes acontece nos brancos com madeira, esta pareceu-me um pouco sobreposta aos sabores do vinho. Tem alguma complexidade e poderá bater-se com peixes gordos ou mesmo com algumas carnes brancas, mas achei-o algo áspero.
Definitivamente, não sou grande fã dos brancos com madeira, mas curiosamente, por contraste, depois deste provei um outro branco de que falarei no próximo post e, embora com mais álcool e também com madeira, me pareceu mais bem conseguido.
Quanto a esta substituição dos Reservas Sogrape por outras marcas, a confirmar-se, vamos ver se a maior empresa de vinhos do país conseguirá apostas tão certeiras como foram ao longo de mais de uma década os Reservas Douro, Dão, Bairrada e Alentejo. Vou sentir falta deles. Tenho de fazer um reforço do stock antes que desapareçam.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Vinha Grande 2005 (B)
Região: Douro
Produtor: Casa Ferreirinha - Sogrape
Grau alcoólico: 13%
Castas: Malvasia Fina, Viosinho, Gouveio

Preço em feira de vinhos: 8,57 €
Nota (0 a 10): 6