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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

No meu copo 267 - Domingos Soares Franco Colecção Privada: Verdelho branco 08; Moscatel Roxo rosé 08

Domingos Soares Franco (DSF)tem sido um precursor e um inovador no estudo das castas portuguesas. Nas vinhas plantadas na Quinta de Camarate, que acolhe uma colecção ampelográfica de cerca de 500 castas, o enólogo-chefe e vice-presidente da empresa José Maria da Fonseca – produtora do vinho de mesa mais antigo em Portugal, o Periquita, criado em 1850 – tem levado a cabo amplas experiências na caracterização de inúmeras castas, aproveitando os conhecimentos adquiridos para a modelagem dos seus vinhos.

Foi um dos primeiros a introduzir a minhota Alvarinho no sul do país, introduziu o Verdelho, juntamente com aquela, no Quinta de Camarate branco seco, e recuperou a quase desaparecida Moscatel Roxo. É precisamente de duas destas castas que falamos agora, a propósito dum branco de Verdelho e dum rosé de Moscatel Roxo.

No contra-rótulo das garrafas, Domingos Soares Franco conta em poucas palavras as motivações que o levaram a criar estes dois monocastas que incluiu numa nova linha que baptizou como Colecção Privada. O Verdelho, casta branca até há poucos anos quase só conhecida na Madeira, já chegou à Austrália e foi lá que DSF encontrou o estilo que mais lhe agradou para moldar este excelente branco. Marcadamente seco e aromático, com boa persistência e algumas notas cítricas, revelou-se um excelente companheiro de mesa para pratos requintados de peixe mas também para acompanhar uns acepipes de entrada ou ser bebido a solo.

Quanto ao rosé de Moscatel Roxo, apareceu pela primeira vez na colheita de 2007, causando alguma celeuma pela utilização duma casta quase esquecida e mais habitual no Moscatel de Setúbal para elaboração de um rosé, que como se sabe ainda é um tipo de vinho mal-amado em Portugal. A verdade é que logo no primeiro ano o sucesso foi tal que o vinho desapareceu rapidamente do mercado.

Devo dizer, no entanto, que este não me encheu as medidas como o Verdelho. É um rosé com uma cor salmão desmaiada, leve como gosto num rosé mas achei-lhe falta de mais algum corpo e estrutura. Curiosa a descrição do contra-rótulo, referindo a “fineza e exuberância aromática das flores de jasmim”. É recomendado para refeições ligeiras ou pratos orientais, mas parece ser mais adequado para beber no Verão como aperitivo do que para acompanhar a refeição.

De qualquer modo, com sensações diferentes causadas por estes dois vinhos originais, não deixa de ser uma experiência que vale a pena. E no caso do Verdelho, fiquei fã incondicional.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Região: Terras do Sado
Produtor: José Maria da Fonseca

Vinho: Domingos Soares Franco Colecção Privada, Verdelho 2008 (B)
Grau alcoólico: 13%
Casta: Verdelho
Preço em feira de vinhos: 7,95 €
Nota (0 a 10): 8,5

Vinho: Domingos Soares Franco Colecção Privada, Moscatel Roxo 2008 (R)
Grau alcoólico: 13%
Casta: Moscatel Roxo
Preço: 10,95 €
Nota (0 a 10): 7

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

No meu copo 266 - Periquita branco 2008


Na linha duma certa renovação que a José Maria da Fonseca tem vindo a empreender na sua gama de vinhos, ao clássico Periquita tinto - a marca de vinho mais antiga produzida em Portugal - juntou-se o Periquita rosé e também este Periquita branco, que alarga o portefólio de brancos onde se incluem o Quinta de Camarate seco e doce, o BSE, o Pasmados e mais recentemente um Verdelho monocasta.

O Periquita branco, seguindo uma certa linha da casa, é um vinho eminentemente fresco e com boa acidez, uma certa leveza e boa intensidade aromática, resultando num bom casamento do tradicional Moscatel com o indispensável Arinto, com a frescura e acidez deste a equilibrar a maior doçura daquele.

Um bom branco para acompanhar pratos leves de peixe ou entradas, ou mesmo para funcionar como aperitivo. Mais uma boa aposta do enólogo Domingos Soares Franco, na linha de outras de que falaremos proximamente.

Kroniketas, enófilo esclarecido


Vinho: Periquita 2008 (B)
Região: Terras do Sado
Produtor: José Maria da Fonseca
Grau alcoólico: 12%
Castas: Moscatel, Arinto
Preço em feira de vinhos: 3,69 €
Nota (0 a 10): 7

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

No meu copo 262 - Dona Ermelinda 2006

Não temos passado muito pelos vinhos desta produtora, que estão um pouco na moda, principalmente desde que um Syrah de 2005 ganhou um primeiro prémio num concurso mundial (o que levou logo a uma extrapolação exagerada para expressões como “o melhor vinho do mundo”!). Como não podemos ir a todas, mesmo que quiséssemos, acabamos por ir dando mais atenção a outros produtores, mas chega sempre a ocasião em que a ocasião chega.

Um dia destes tive oportunidade de almoçar com um amigo num restaurante já aqui referido, o Estrela do Bico, em Massamá, onde a carta de vinhos não é muito vasta e por isso as opções também não permitem grande criatividade. Como lá estava o vinho da Ermelinda, resolvi experimentá-lo com os habituais bifinhos.

Tinha mais curiosidade do que expectativas, por falta de referências. Mas o vinho saiu-se bem da prova. Estando posicionado na gama dos vinhos próximos dos 4 €, cumpriu o que se esperava. Encorpado e aromático quanto baste, de cor carregada e aroma predominante a fruto maduro, madeira discreta (6 meses de estágio) e bem casada, final com boa persistência, é um vinho bem feito e que tem tudo para agradar à primeira sem encantar e que pode ser competitivo nesta gama. Pelo preço que custa, é um dinheiro que se pode considerar bem empregue. O mesmo se pudesse dizer do que foi referido no post anterior.

Kroniketas, enófilo em recolha de inverno

Vinho: Dona Ermelinda 2006 (T)
Região: Terras do Sado (DOC Palmela)
Produtor: Casa Ermelinda Freitas
Grau alcoólico: 13,5%
Casta: Castelão
Preço em feira de vinhos: 3,49 €
Nota (0 a 10): 7

quarta-feira, 27 de maio de 2009

No meu copo 242 - Quinta do Peru branco 2008; Dão Borges, Touriga Nacional 2005

Uma surtida com o tuguinho e o Politikos levou-nos aos Arcos, já um lugar obrigatório pela excelência do serviço e da culinária, para repetir o saboroso robalo no capote e o bife Wellington, desta vez complementados com um delicioso e suculento bife pimenta. Tal como nas visitas anteriores, 5 estrelas.
Para os líquidos, com uma vasta escolha à disposição, estivemos algo indecisos. O objectivo, como fazemos muitas vezes nestas ocasiões, era experimentar vinhos que não conhecêssemos, e assim acabámos por seguir a sugestão do escanção de serviço, quer para o acompanhamento do peixe quer da carne.
Deste modo travámos conhecimento com um Quinta do Peru branco de 2008, produzido em Azeitão, que fomos bebericando enquanto esperávamos pacientemente pela confecção do robalo no capote. Apresentou-se um vinho com bom aroma como é habitual nos brancos da península de Setúbal que, apesar dos seus 13,5 graus de álcool, não se mostrou pesado nem com o teor alcoólico excessivamente marcado. Uma pouco habitual combinação de duas castas que começam a impor-se um pouco por todo o lado, Viosinho e Verdelho, resultou neste branco em que uma acidez correcta, boca fresca, corpo e final medianos, cor entre o citrino e o palha e algumas notas de frutos brancos foram as características mais evidentes. Acompanhou com agrado o robalo e os entreténs-de-boca, de tal modo que ainda tivemos que pedir um reforço antes de passarmos aos substanciais bifes.
Para os bifes, seguindo novamente a sugestão do escanção, apontámos ao Dão para um Touriga Nacional da Borges de 2005 que foi uma belíssima revelação. Era um vinho debaixo de olho há muito tempo mas ainda não tinha calhado cruzar-me com ele. Veio na melhor altura, batendo-se em grande estilo com os bem temperados bifes. Tivemos aqui um exemplar da Touriga Nacional ao melhor nível, fugindo um pouco ao habitual floral e marcado por uma evidente robustez e taninos bem firmes. Ganhou com a decantação e foi-se revelando em aromas frutados ao longo da refeição, mantendo sempre uma admirável persistência. Ficámos rendidos a este belíssimo representante do novo fôlego do Dão.
Ainda deixámos umas gotas para o misto de sobremesas que encerrou o magnífico repasto, onde fomos reencontrar algumas já provadas nas anteriores visitas. O preço foi bem puxado (53 € por cabeça), mas caramba, para aquele nível até não se pode considerar chocante.

Kroniketas, com tuguinho e Politikos em trânsito pela marginal

Vinho: Quinta do Peru 2008 (B)
Região: Terras do Sado
Produtor: Sociedade Agrícola Ribeira da Várzea
Grau alcoólico: 13,5%
Castas: Viosinho, Verdelho
Preço em hipermercado: 9,46 €
Nota (0 a 10): 7

Vinho: Borges, Touriga Nacional 2005 (T)
Região: Dão
Produtor: Sociedade dos Vinhos Borges
Grau alcoólico: 13,5%
Casta: Touriga Nacional
Preço em hipermercado: 22,90 €
Nota (0 a 10): 8,5

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Perdizes por um, perdizes por mil

No meu copo 238 - Hexagon 2000; Cartuxa 2006; Porto Taylor’s Vargellas Vintage 2005

Os Comensais Dionisíacos, braço político gastro-etilista que integra os escribas das KV, além dos repastos “oficiais” entre membros celebra também refeições não menos bem regadas, mas mais alargadas em termos de mastigantes, sendo estes supranumerários geralmente os familiares mais próximos.
Sendo caçador um dos associados, é normal que por vezes nestas refeições intervenham como mastigados espécimes das nobres raças abatidas pelo dito cujo ou pelo grupo de caçadores a que se junta na função, geralmente perdizes, lebres ou javalis. Fomos portanto reunidos em casa do Kroniketas (que não é o membro caçador – é mais deglutidor) para degustar um grupo de perdizes incautas, cozinhadas pela consorte do caçador de formas simples mas saborosas: umas com um molho à base de natas e whisky com cogumelos, outras envolvidas em couve lombarda acolitada por tirinhas de bacon.
Outro objectivo que se mantém nestes repastos alargados é acompanhá-los de bons néctares – também conhecido no meio como “desbaste da garrafeira”! Para este em particular escolheram-se, além de alguns brancos sortidos e fresquinhos – provenientes da sempre bem recheada garrafeira do anfitrião (Alvor 2007, Quinta de Camarate branco seco 2007, Murganheira 2007) – para acompanharem as entradas, um Esporão Reserva de 2006, um Hexagon de 2000 em formato magnum (o tal vinho das 6 castas e 6 gerações) e um Cartuxa de 2006 que apareceu à última hora pela mão de um dos convivas. Para as sobremesas abriu-se um Porto Taylor’s Vargellas Vintage de 2005.
Coleccionando as reacções dos presentes, poderá dizer-se que o Esporão Reserva, após a recente experiência, re-deslumbrou, depois de uma travessia do deserto em algumas colheitas anteriores, com o Alicante Bouschet a dar-lhe um toque muito especial. Definitivamente um regressado aos mais altos lugares da nossa consideração vínica. O Hexagon, completamente diferente do anterior, mostrou-se um vinho de alto gabarito, com um perfil austero, ainda mais depois da festa que o Esporão tinha provocado no nariz e na boca dos beberrões, mas com uma estrutura extraordinária e a deixar-nos desconfiados de que ainda havia por ali muita coisa escondida. Comprem e bebam, porque é assim que um vinho excelente deve ser (uma das maneiras de o ser, como é óbvio). (Mete aqui a colherada o Kroniketas para ser mais generoso mas sucinto nos encómios. Só uma palavra: extraordinário!).
Ficou o Cartuxa para o final – uma ou outra ordem teria sempre justificação ou recusa – e não se deixou diminuir perante os outros dois. Sendo mais novo que o Hexagon e da mesma colheita que o Esporão, justificou-se plenamente a vivacidade exuberante, mostrando-se mais corpulento, mais fechado e mais robusto que o seu compadre alentejano, disse bem alto que estava ali para lutar: um vinho excelente que seria o centro das atenções se estivesse só. Teve um pouco de azar com os competidores.
Enfim, para não vos causar mais inveja, direi que, embora pessoalmente prefira os Vintage com um perfil como o utilizado pela Ramos Pinto, o Porto Vintage Vargellas cumpriu em pleno. Um festival de aromas a frutos vermelhos, de grande exuberância na boca e no nariz, pleno de vigor e juventude, a mostrar que está ali pronto para altos voos e longa vida na garrafa. O nosso único problema é comprá-lo e esperar uns 10 ou 20 anos até voltar a prová-lo. A verdade é que nem os morangos, nem a mousse de chocolate ou o bolo rançoso se queixaram.
Em resumo, um repasto que se pautou pela delícia gastronómica e pela excelência vínica. Para recordar.

tuguinho, enófilo impenitente e bloguista intermitente

Vinho: Hexagon 2000 (T) (garrafa magnum)
Região: Terras do Sado
Produtor: José Maria da Fonseca
Grau alcoólico: 14%
Castas: Trincadeira, Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinto Cão, Syrah e Tannat
Preço em supermercado: 53,89 €
Nota (0 a 10): 9,5

Vinho: Cartuxa 2006 (T)
Região: Alentejo (Évora)
Produtor: Fundação Eugénio de Almeida - Adega da Cartuxa
Grau alcoólico: 14,5%
Castas: Aragonês, Trincadeira, Alfrocheiro, Alicante Bouschet
Preço em feira de vinhos: 13,95 €
Nota (0 a 10): 8,5

Vinho: Porto Taylor’s Vargellas Vintage 2005
Região: Douro/Porto
Produtor: Taylor’s
Grau alcoólico: 20%
Preço em hipermercado: 33,48 €
Nota (0 a 10): 9

sábado, 22 de novembro de 2008

No meu copo 214 - Quinta da Bacalhôa 2003

Aqui está um vinho famoso que nunca me convenceu. Sempre achei que tinha excesso de madeira, aliás um traço que é muito comum em variadíssimos vinhos da região de Setúbal. O vinho estagia 11 meses em barricas novas de carvalho francês e talvez o balanço entre a madeira e os aromas não seja o ideal, pelo menos para o meu gosto.

Ao fim de muitos anos voltei a prová-lo. Tratei-o com todos os mimos, pu-lo à temperatura adequada e decantei-o cerca de uma hora antes. Não posso dizer que desta vez fiquei encantado mas também não fiquei desiludido. Fiquemo-nos pelo meio-termo. Apresentou-se com uma cor rubi intensa, algum aroma a frutos vermelhos misturado com a madeira e após a decantação libertou mais os aromas e apresentou-se mais macio e equilibrado.

No conjunto, considero-o um bom vinho mas acho que não justifica o preço que custa.

Kroniketas, enófilo esclarecido


Vinho: Quinta da Bacalhôa 2003 (T)
Região: Terras do Sado
Produtor: Bacalhôa Vinhos
Grau alcoólico: 13,5%
Castas: Cabernet Sauvignon, Merlot
Preço em feira de vinhos: 14,49 €
Nota (0 a 10): 7,5

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

No meu copo 207 - João Pires 2006; Adega de Pegões, Colheita Seleccionada branco 2006

Continuando na senda dos brancos, voltamos a dois das Terras do Sado da colheita de 2006. Dois clássicos, poderíamos dizer, daqueles que valem sempre a aposta e dos quais sabemos sempre com o que contar.
O João Pires é um dos meus brancos indispensáveis, sempre com aquela leveza e elegância que o caracterizam, muito bem equilibrado em todas as vertentes, de grande frescura e que cai bem com quase tudo e é quase imbatível em tempo quente. Mais uma presença obrigatória na garrafeira.
De Pegões vem o branco Adega de Pegões Colheita Seleccionada, outra aposta segura e com uma relação qualidade/preço absolutamente insuperável. Este, por seu lado, um branco de inverno que neste caso foi consumido ainda com tempo quente mas a acompanhar um prato de bacalhau no forno, com o qual se bateu galhardamente como se esperava. Algumas notas tropicais do Chardonnay e do Antão Vaz apresentam-se bem equilibradas com a acidez que lhe é conferida pelo Arinto. Os seus 14 graus de álcool a par com uma boa estrutura de boca e final persistente e complexo, ajudados pelo estágio de 4 meses em barricas de carvalho americano com batônnage, fazem dele um bom acompanhante de pratos mais arrojados. É igualmente uma aposta segura por um preço irrisório para o produto que está dentro da garrafa.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: João Pires 2006 (B)
Região: Terras do Sado
Produtor: José Maria da Fonseca
Grau alcoólico: 11%
Casta: Moscatel
Preço em feira de vinhos: 4,85 €
Nota (0 a 10): 8

Vinho: Adega de Pegões, Colheita Seleccionada 2006 (B)
Região: Terras do Sado
Produtor: Coop. Agrícola Santo Isidro de Pegões
Grau alcoólico: 14%
Castas: Chardonnay, Arinto, Pinot Blanc, Antão Vaz
Preço em feira de vinhos: 2,95 €
Nota (0 a 10): 7,5

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

No meu copo 206 - Cabriz rosé 2007; Periquita rosé 2007; Quinta da Alorna, Touriga Nacional rosé 2007

As férias de Verão também foram aproveitadas para provar alguns rosés dentre os muitos que têm aparecido. Neste caso foram duas repetições e uma estreia. Já temos falado do crescendo dos rosés entre nós e, tal como os brancos, a sua qualidade tem vindo a crescer o que tem ajudado (e de que maneira) ao aumento da procura por estes dois tipos de vinho ainda há poucos anos tão mal amados, principalmente este de que agora falamos, que alguns nem consideravam vinho. Aliás, parece que para alguns produtores isso ainda é verdade pois ainda fazem os seus rosés a partir de sangrias de cuba. Mas o panorama é, actualmente, francamente animador e dá aos enófilos um bom leque de escolhas variadas.
Começamos pelo Periquita rosé 2007, uma das recentes apostas da José Maria da Fonseca na renovação desta marca secular. É o típico vinho de Verão, de esplanada, com um toque adocicado, bom para entradas ou simplesmente para beber como aperitivo num dia quente.
O Cabriz rosé 2007, uma repetição depois de já ter provado o de 2006, mantém a mesma linha leve e suave, com aroma floral e de frutos vermelhos. Mais personalizado que o Periquita e também um pouco mais versátil porque é mais seco. Igualmente bom para entrada, aperitivo ou para beber a solo mas também com pendor gastronómico.
Finalmente, o Quinta da Alorna rosé, Touriga Nacional 2007, para mim um dos melhores rosés do momento. No Verão do ano passado já me tinha encantado com o de 2006, e agora tive oportunidade de provar o de 2007, que me pareceu ainda melhor. Muito aromático e elegante, com aroma pronunciado a morangos e framboesas, seco e elegante na boca mas bem estruturado, ou seja, tudo no sítio neste belo rosé ribatejano, onde se conjugam nas doses certas o fruto, o álcool, o corpo, a acidez e a frescura. Um rosé para ter sempre na garrafeira.

Kroniketas, enófilo rosado

Vinho: Cabriz 2007 (R)
Região: Dão
Produtor: Dão Sul, Sociedade Vitivinícola - Quinta de Cabriz
Grau alcoólico: 12%
Castas: Touriga Nacional, Alfrocheiro
Preço em feira de vinhos: 3,98 €
Nota (0 a 10): 7,5

Vinho: Periquita 2007 (R)
Região: Terras do Sado
Produtor: José Maria da Fonseca
Grau alcoólico: 11,5%
Castas: Castelão, Trincadeira, Aragonês
Preço em feira de vinhos: 4,25 €
Nota (0 a 10): 7

Vinho: Quinta da Alorna, Touriga Nacional 2007 (R)
Região: Ribatejo (Almeirim)
Produtor: Quinta da Alorna Vinhos
Grau alcoólico: 13%
Casta: Touriga Nacional
Preço em feira de vinhos: 4,49 €
Nota (0 a 10): 8

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

No meu copo 194 - Quinta de Camarate branco seco 2007

Não quis deixar de publicar este post antes mesmo de ir de férias, porque há dias tive um excelente e surpreendente reencontro com um velho conhecido que tem andado esquecido por aqui. Um dos brancos da José Maria da Fonseca, numa garrafa de imagem renovada, este Quinta de Camarate branco seco de que pouco se fala parece ter ganho novo fôlego.
Com uma bela cor amarela brilhante e alguma predominância de aromas citrinos não muito pronunciados, tem boa estrutura na boca e um final persistente e refrescante. Vinho muito aromático e suave, frutado e delicado, que combina muito bem a acidez e frescura do Alvarinho, aqui importado para a península de Setúbal, com a doçura do típico Moscatel e com o Verdelho, uma casta em ascensão em várias regiões e que começa a aparecer cada vez mais, a integrar-se bem no lote.
Uma boa experiência de Domingos Soares Franco, pioneiro em muitas inovações enológicas e no estudo aprofundado de castas em Portugal. Já ouviram falar dum rosé feito por ele com uvas de Moscatel Roxo?
Sem dúvida um belíssimo branco para o Verão e para todos os meses do ano. Nestas últimas semanas tenho provado alguns bons brancos, mas a verdade é que este branco seco está num patamar acima. Não há dúvida que os brancos estão em franca retoma e ainda bem, como o Pingus Vinicus já tinha previsto há mais de um ano quando intitulou como “Brancos, a vingança?”, um post que serviu para o Saca-a-rolha pegar no mote e lançar alguma discussão sobre o tema. Na altura eu não andava muito convencido mas tenho que dar a mão à palmatória, porque a qualidade melhora a olhos vistos e conseguem-se muito bons produtos a preços bastante simpáticos. Parece que os enólogos encontraram o mapa da mina e estão a fazê-los cada vez melhores, aliás tal como os rosés.
O consumidor agradece.

Boas férias para os eno-bloguistas e para todos os enófilos em geral, e boas provas.

Kroniketas, enófilo de malas aviadas para as praias algarvias

Vinho: Quinta de Camarate Seco 2007 (B)
Região: Terras do Sado
Produtor: José Maria da Fonseca
Grau alcoólico: 12,5%
Castas: Alvarinho, Moscatel, Verdelho
Preço em hipermercado: 6,44 €
Nota (0 a 10): 8,5


PS: este é mesmo o último post quase antes de me sentar no carro e rumar a Sul. Como sempre, por lá as provas são capazes de ser muitas mas os escritos poucos ou quase nenhuns. Se a oportunidade se proporcionar e a disposição ajudar, pode ser que se vá contando por aqui algumas deambulações gastronómicas. Só que agora o blogger proporciona-nos uma ferramenta que antes não tinha: podemos deixar os posts agendados para publicar quando quisermos mesmo sem lhes mexer. Por isso é possível que apareçam por aqui alguns artigos enquanto eu estou a banhos ou sentado nalguma esplanada... ou quem sabe numa patuscada. Maravilhas da tecnologia...

segunda-feira, 21 de abril de 2008

No meu copo, na minha mesa 174 - Ensaios Filipa Pato 2006; Soberana 2004; Casa da Dízima (Paço d'Arcos)




O centro histórico de Paço de Arcos organiza-se em torno de dois pólos: os antigos Fornos da Cal e a Rua Costa Pinto, que praticamente liga os citados fornos à zona do antigo porto fluvial, no término da qual também se encontra o Palácio dos Arcos e a antiga casa da alfândega que ao tempo cobrava impostos sobre as mercadorias que por ali passavam.
A Rua Costa Pinto actual, bem como a zona histórica envolvente, foi toda recuperada, ganhou novo empedrado e deixou de ter edifícios degradados. Mas já antes era conhecida por ter muitos restaurantes, tradição que mantém e que até foi reforçada com a abertura há alguns (poucos) anos da Casa da Dízima, restaurante que se acoita entre as paredes do antigo edifício da alfândega, e que manteve tudo o que podia da antiga edificação, o que concedeu um ambiente sui-generis à casa.
Foi nele que fomos cair num sábado à noite, as Krónikas Vinícolas completas e um compincha semi-ocasional. Dispensadas as entradas, porque dois terços dos amesendados vinham directos de uma prova de vinhos em Sintra, passou-se à escolha dos pratos principais e dos vinhos.
Eu, que não vinha de prova nenhuma e já conhecia o restaurante, tentei orientar um pouco os companheiros de mesa, mas nem precisava porque o serviço, além de eficiente, é conhecedor.
Os pratos vêm apresentados com esmero, mas não tão armados que nos impeçam de os comer, e tanto a carne de novilho de um, como a caça de outro e o bacalhau do terceiro se mostraram saborosos e bem confeccionados. O lombo de novilho foi servido acolitado por esparregado, legumes salteados e ligeiramente glaceados, queijo da serra derretido num chapeuzinho folhado e batata frita em palha (sempre incómoda de comer sem usar as mãozinhas…).
A codorniz recheada com alheira e acompanhada com um puré também com um ligeiro aroma a alheira e grelos atados num molho estava excelente, tenra e saborosa, ainda por cima já desossada. O bacalhau apresentou-se inserido num folhado, guarnecido com camarões e acompanhado por cenouras. Excelente aroma e uma combinação de sabores menos habitual tornam o prato invulgar e apetecível.
Para a sobremesa só as Krónikas se apresentaram à chamada, tendo deglutido em uníssono um “petit gâteau” de chocolate (sólido por fora, líquido por dentro) morninho, confrontado com uma bola de gelado de menta.
Passemos aos líquidos. Já se sabe que em antros de restauração a moderação tem de imperar, não tanto por motivos mais nobres, mas mais por motivos financeiros. Resolveu começar-se por um Bairrada dos modernos, para ver o que a filha de Luís Pato andaria a congeminar por aquelas bandas (sim, nós sabemos que o vinho é Regional Beiras; também os do pai o foram durante vários anos por causa das restrições da região, supomos que os da filha ainda o sejam por causa desse passado recente). O Ensaios Filipa Pato 2006 mostrou-se aberto, frutado, de taninos quase ausentes e cor violácea, corpo mediano para o delgado e gritava “bebei-me que fui feito para beber já e agradar a palatos cosmopolitas” – de Bairrada não vimos lá nada, de Baga quase também não porque além dessa casta o grosso do vinho era Touriga Nacional e Alfrocheiro. Não se pense que o vinho era mau! Até se mostrou bastante agradável e decididamente está bem feito mas pronto, nós esperávamos que fosse Bairrada…
Sinceramente, não sei se será por este caminho que os vinhos desta zona devem seguir, agora que se pode fazer quase tudo, desde que ainda seja vinho. Desde a ditadura da casta Baga até à quase total arbitrariedade na utilização de qualquer casta, passou-se do 8 para o 80 e hoje em dia ser um vinho da Bairrada pode não querer dizer absolutamente nada. Dizem por aí que os da casta Baga passaram a ter a denominação “Bairrada clássico”, mas a verdade é que até agora não os tenho visto. Quem gosta dos verdadeiros Bairradas não é com estes que se vai encantar, e quem não gostava dos outros também não vai ficar a saber o que é a Bairrada com os novos.
Para segundo vinho deslocámo-nos para sul, ainda nas Terras do Sado mas já a tresandar Alentejo por todo o lado. Estamos a falar do Torrão, ainda em pleno Alentejo e do Soberana 2004, marca intermédia do produtor, que já tínhamos tido a hipótese de provar há poucas semanas. Mais uma vez as questões burocráticas em que o nosso país é fértil obrigam-no a surgir com a denominação de Regional Terras do Sado, à semelhança do que já tinha acontecido com o Pinheiro da Cruz. Qualquer semelhança com os vinhos das Terras do Sado é mera coincidência.
Não há dúvida que é um grande vinho e merece bem os encómios que as revistas da especialidade lhe têm dedicado. Como referimos há algumas semanas, foi um dos destaques da Blue Wine no seu top 100 relativo a 2007. Confirmou o que já nos mostrara antes, um belo corpo e aromas complexos, um fundo leve de couro tanto no aroma como no sabor, cor profunda, final de boca longo e taninos ainda pungentes, apesar de dobrados. Um excelente trabalho de Paulo Laureano, num vinho que não será fácil para o iniciado mas que indicia uma provável boa evolução nos próximos tempos, apesar de já estar mais que bebível. É sempre a velha questão de qual será a melhor altura para os beber…
Também nesta área o serviço é atencioso, sem ser aborrecido, e sabedor do que sugerir e daquilo que tem na garrafeira. Tomáramos nós que fosse assim nos outros restaurantes!
Concluindo, boa comida, bons vinhos e bom serviço. Pois, não é barato mas também não é nenhum roubo, tendo em conta tudo o que mencionámos antes.

tuguinho, enófilo esforçado

Restaurante: Casa da Dízima
Rua Costa Pinto, 17
2770-046 Paço de Arcos
Telef: 21.446.29.65
Preço por refeição: 40 €
Nota (0 a 5): 4,5

Vinho: Ensaios Filipa Pato 2006 (T)
Região: Regional Beiras
Produtor: Filipa Pato
Grau alcoólico: 13,5%
Castas: Baga, Alfrocheiro, Touriga Nacional
Preço em hipermercado: 7,50 €
Nota (0 a 10): 7

Vinho: Soberana 2004 (T)
Região: Terras do Sado (Torrão)
Produtor: Soc. Agro-Pecuária das Soberanas
Grau alcoólico: 14,5%
Castas: Aragonês, Trincadeira, Alicante Bouschet, Alfrocheiro
Preço em hipermercado: 15 €
Nota (0 a 10): 8,5

sábado, 9 de fevereiro de 2008

No meu copo 164 - Albis 2006

Experimentei-o pela primeira vez há dias num restaurante perto de Setúbal com uma caldeirada, e quase me atreveria a dizer que caiu que nem... ginjas! Ou seria, neste caso, que nem uvas?
Pois este Albis, um branco da José Maria da Fonseca mais recente que o conhecidíssimo BSE, foi uma agradável surpresa. Elaborado a partir das castas Moscatel e Arinto, obteve-se aqui um produto muito bem acabado em que se consegue tirar o melhor de cada uma delas: a doçura e suavidade do Moscatel equilibrada com a acidez e secura do Arinto, de que resulta um vinho equilibrado, muito fresco e aromático, com alguns aromas florais e uma certa predominância gustativa a citrinos, com alguma acidez a marcar o final.
O grau alcoólico moderado ajuda a torná-lo um vinho muito fácil de beber, que parece calhado para o tempo quente mas não deslustrou num dia de Inverno marcado pela chuva e bateu-se muito bem com a caldeirada.
Sendo barato, é um daqueles que podem ser recomendados para o dia-a-dia mas também não deve ficar mal com pratos mais elaborados e requintados, pois apresenta alguma elegância. Quanto a mim uma aposta muito bem conseguida de Domingos Soares Franco. Vai para a nossa lista de recomendáveis.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Albis 2006 (B)
Região: Terras do Sado
Produtor: José Maria da Fonseca
Grau alcoólico: 11,5%
Castas: Moscatel (82%), Arinto (18%)
Preço em hipermercado: cerca de 3,90 €
Nota (0 a 10): 7,5

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Os vinhos da festa 2007-2008 (1)

No meu copo 159 - Champanhes e espumantes



Na quadra festiva que há pouco terminou, entre jantares de Natal, réveillon e alguns aniversários tivemos oportunidade de provar um conjunto alargado de vinhos que seria fastidioso descrever em detalhe. Assim vamos apresentar algumas notas curtas agrupando-os por tipo de vinho (daqueles que ainda nos lembramos...)
Começamos pelos champanhes e espumantes.

Veuve Clicquot Champagne Brut - Um clássico do champanhe francês que já se tornou tradicional nos meus jantares de Natal. Foi uma das primeiras notas de prova aqui colocadas, precisamente após o fim-de-ano de há dois anos. Apreciação aqui. Nota: 9

Pol Carson Champagne Brut Rosé - Numa variação ao habitual, resolvi experimentar este champanhe rosé e foi uma bela aposta. Bastante aromático, seco, suave, bolha fina e com grande elegância. Excelente acompanhante de quase todo o tipo de iguarias, mas em particular entradas, peixes e mariscos. Uma boa aposta por um preço, apesar de tudo, não muito exagerado para o produto que é. Nota: 8,5

Tapada do Chaves Bruto 2002 - Resolvi experimentar este por estar agora em Portalegre, por ter visitado a Tapada do Chaves e por ainda não ter experimentado um espumante do Alentejo. Foi uma belíssima revelação. Bastante frutado e aromático, ainda com algum toque floral, muito elegante e com bolha fina. Bela combinação do Arinto, a dar uma bela acidez ao conjunto, com o Fernão Pires. Entrou directamente para a lista dos recomendados, até porque tem um preço bastante aceitável. Nota: 8

Cabriz Bruto 2005 - Igualmente equilibrado, aromático e elegante, com muita frescura na boca. A Malvasia Fina a expressar-se muito bem em combinação com a Bical. Nota: 8

Real Senhor Velha Reserva 2001 - Mais um bom exemplo duma feliz combinação de castas, neste caso a Malvasia Fina e o Arinto, duas excelentes castas brancas. Pareceu-me contudo menos suave que os dois anteriores. Nota: 7,5

João Pires Bruto - Este foi o que menos me agradou de todos os provados. Pareceu-me pouco elegante, exactamente ao contrário dos outros. Talvez uma segunda apreciação possa rectificar esta primeira impressão. Nota: 7

Kroniketas, enófilo espumantizado

Vinho: Veuve Clicquot - Champagne Brut (B)
Preço em hipermercado : 32,89 €
Nota (0 a 10): 9

Vinho: Pol Carson - Champagne Brut (R)
Região: Champagne (França)
Produtor: Sedi Champagne - Châlons en Champagne - França
Grau alcoólico: 12%
Preço em hipermercado: 19,49 €
Nota (0 a 10): 8,5

Vinho: Tapada do Chaves 2002 - Espumante Bruto (B)
Região: Alentejo (Portalegre)
Produtor: Tapada do Chaves, Sociedade Agrícola e Comercial
Grau alcoólico: 12%
Castas: Arinto, Fernão Pires
Preço em hipermercado: 8,99 €
Nota (0 a 10): 8

Vinho: Cabriz 2005 - Espumante Bruto (B)
Região: Dão
Produtor: Dão Sul, Sociedade Vitivinícola - Quinta de Cabriz
Grau alcoólico: 12%
Castas: Malvasia Fina, Bical
Preço em feira de vinhos: 6,40 €
Nota (0 a 10): 8

Vinho: Real Senhor Velha Reserva 2001 - Espumante Bruto (B)
Produtor: Sociedade dos Vinhos Borges
Grau alcoólico: 12,5%
Castas: Malvasia Fina, Arinto
Preço com a Revista de Vinhos: 6,25 €
Nota (0 a 10): 7,5

Vinho: João Pires - Espumante Bruto (B)
Região: Terras do Sado
Produtor: José Maria da Fonseca
Grau alcoólico: 12,5%
Preço em hipermercado: 6,99 €
Nota (0 a 10): 7

terça-feira, 11 de setembro de 2007

No meu copo, na minha mesa 133 - João Pires 2005; A Grelha (Armação de Pêra)

O jantar de férias da cambada



Uma rara coincidência de presenças no barlavento algarvio permitiu juntar à mesa uma delegação familiar do Grupo Gastrónomo-Etilista “Os Comensais Dionisíacos”, com a presença das respectivas (sim, porque tem de se deixá-las participar de vez em quando, para que elas percebam que quando dizemos que vamos jantar uns com os outros, vamos mesmo jantar uns com os outros...). De Alvor veio o Politikos, de Portimão o Kroniketas, da Senhora da Rocha o Mancha e de Armação de Pêra o Pirata e o Caçador. O bandalho do tuguinho, como não vai a lado nenhum, ficou algures entre a capital e a montanha.
Por questões de logística e transporte, o local escolhido foi Armação de Pêra e o restaurante A Grelha, numa rua perpendicular à que passa junto à praia, e onde já abanquei por mais de uma vez. Toda a gente foi para os pratos mais típicos, como o arroz de lingueirão, o bife de atum, cherne grelhado e, no meu caso, uma cataplana de amêijoas com carne de porco a meias com o Politikos. Por sinal estava óptima, em tomatada bem regada de molho apurado. O arroz de lingueirão não encantou, porque embora o arroz estivesse bom o dito lingueirão parecia borracha, enquanto o bife de atum apresentou algumas reservas acerca da genuinidade do animal.
Pelo meio ainda apareceram uns músicos a entreter o pessoal que no fim vieram com um chapéu pedir umas moedas, o que me deu vontade de lhes dizer que daria duas moedas se eles se calassem...
Excelente estava, como sempre, o João Pires de 2005, escolha unânime e que muito bem acompanhou a refeição. Entre todos, marcharam 4 garrafitas bem fresquinhas, mantidas à temperatura adequada dentro do inevitável frappé. Cada vez gosto mais deste vinho, que para mim é uma referência incontornável e está no topo das minhas preferências. Foi o branco de eleição nestas férias e é presença obrigatória nas nossas escolhas.
Ainda se comeram umas sobremesas que não tiveram relevância especial e quase passaram despercebidas no meio da conversa (sim, porque às vezes os sentidos estão mais virados para as pessoas que temos à mesa do que para o que está no prato ou no copo). No final, passeou-se longamente pela marginal e ainda se parou numa esplanada à beira-mar até quase às 2 da manhã. E assim se acabou uma agradável noite algarvia de Agosto...

Kroniketas, enófilo esclarecido

Restaurante: A Grelha
8365 Armação de Pêra
Telef: 282.312.245
Preço médio por refeição: 20 €
Nota (0 a 5): 3,5

Vinho: João Pires 2005 (B)
Região: Terras do Sado
Produtor: José Maria da Fonseca
Grau alcoólico: 11%
Castas: Moscatel
Preço em feira de vinhos: 4,89 €
Nota (0 a 10): 8

quinta-feira, 21 de junho de 2007

No meu copo 122 - Hexagon 2003

O fascínio por este vinho vem desde o 1º encontro de eno-blogs, realizado em Janeiro na York House. Na altura, para mim foi a grande surpresa da noite.
Um dia destes, numa visita à Makro deparámo-nos com este à venda, tendo sido adquirida uma singela garrafa para dividir por dois. E não perdemos muito tempo a bebê-la. Fizemo-lo a acompanhar umas costeletas de novilho grelhadas.
É curiosa a referência ao nome do vinho no contra-rótulo: os seis lados do hexágono relacionados com seis castas e seis gerações da família José Maria da Fonseca, onde agora predomina como enólogo Domingos Soares Franco. “Hexagon é a procura da excelência que tem marcado a minha geração e a minha família ao longo dos tempos”, diz Soares Franco. E com este vinho conseguiu-a.
Não decantámos o vinho, mas ele merecia. Fomo-lo degustando calmamente e ao longo de uma hora desenvolveu aromas fantásticos, apresentando um fim de boca que nunca mais acaba. Um vinho que nos enche a boca e que apetece ficar ali a saborear por tempo indeterminado. Taninos bem firmes mas redondos, madeira bem integrada num conjunto de grande complexidade de aromas e sabores. É o topo de gama da José Maria da Fonseca, e está lá muito bem.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Hexagon 2003 (T)
Região: Terras do Sado
Produtor: José Maria da Fonseca
Grau alcoólico: 14%
Castas: Touriga Nacional, Touriga Franca, Syrah, Tinto Cão, Trincadeira, Tannat
Preço em hipermercado: 33,04 €
Nota (0 a 10): 9

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Prova à Quinta - O sétimo


Pera-Manca branco 2003; Periquita 2004

Para este desafio lançado em tempo oportuno pelo Vinho da Casa, para encontrar vinhos produzidos por casas com mais de 20 anos, resolvemos seleccionar dois vinhos, a exemplo do que já fizemos nos dois desafios anteriores, em que apresentámos 4 na prova de Cabernet Sauvignon e 2 na prova de brancos varietais. Escolhemos um branco e um tinto com tradição secular: o Pera-Manca e o Periquita.

No caso do Pera-Manca, estamos perante um dos vinhos brancos mais famosos (e caros) do país. Já existe desde o século XV e obteve medalhas de ouro em Bordéus nos já longínquos anos de 1897 e 1898. Contudo, andei anos (não desde o século XV...) para me decidir a comprá-lo por duvidar que valesse o elevado preço que custa, até pela minha desconfiança em relação aos brancos alentejanos, que já tive oportunidade de referir em mais que uma ocasião. Mas como a vida também é feita de alguns mitos, por vezes é preciso ir ao seu encontro para sabermos da razão ou não da sua existência. No caso dos vinhos trata-se, tão-somente e na maior parte dos casos, de abrir os cordões à bolsa.
Este foi comprado numa feira de vinhos em 2004 e ficou à espera de uma oportunidade que justificasse abri-lo. Foi num almoço de família à volta dum pargo assado no forno, tendo havido o cuidado de o refrescar de véspera, para garantir que à hora de bebê-lo não íamos encontrar um vinho meio morno.
Perante tão grande expectativa, o mínimo que posso dizer é que o vinho não defraudou. De facto, apresenta alguma elegância que é raro encontrar nos brancos alentejanos, sem deixar de fazer prevalecer um corpo com alguma pujança, um aroma frutado e complexo em equilíbrio com uma boa acidez, que resultam num fim de boca fresco e prolongado. Sem dúvida um vinho adequado para pratos de peixe elaborados, como o pargo ou o bacalhau no forno. Feito com 85% de Antão Vaz e 15% de Arinto, a sua boa estrutura e acidez permitem uma boa ligação com os sabores intensos e a gordura destes pratos. Como ainda não o tinha provado, não sei se mudou o perfil ou não, mas não é, seguramente, um vinho da moda.
Continuo, contudo, a ser mais fã de outro tipo de brancos, mas não rejeito a hipótese de voltar a este Pera-Manca, porque estes brancos também fazem falta. E também podemos deliciar-nos com a arte do rótulo, que é uma coisa rara. Como entretanto mudaram o rótulo, esta garrafa ficou como recordação.

No caso do Periquita, é apenas a marca de vinho mais antiga comercializada em Portugal, desde 1850, daí a razão da nossa escolha. Segundo a José Maria da Fonseca, é também o vinho tinto português mais vendido no estrangeiro. Também há algum tempo que não o consumia, mas o vinho modernizou-se um pouco, seguindo agora o perfil dos vinhos com muito álcool (embora sem exagero, apesar de tudo), com algum frutado. Na boca é medianamente encorpado com taninos suaves e bem integrados com um toque discreto de madeira e apresenta um fim prolongado, com bastante especiaria. É um vinho que pede pratos grelhados ou assados com algum condimento, embora sem exageros.
A garrafa também se modernizou, passando da tradicional borgonhesa que durante décadas marcou a imagem do vinho para a bordalesa que ostenta agora. Sendo agora um vinho mais moderno, não sei, contudo, se é melhor do que era. Se calhar tornou-se igual a muitos outros.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Pera-Manca 2003 (B)
Região: Alentejo (Évora)
Produtor: Fundação Eugénio de Almeida - Adega da Cartuxa
Grau alcoólico: 14%
Castas: Antão Vaz, Arinto
Preço em feira de vinhos: 12,89 €
Nota (0 a 10): 8

Vinho: Periquita 2004 (T)
Região: Terras do Sado
Produtor: José Maria da Fonseca
Grau alcoólico: 13%
Castas: Castelão, Aragonês, Trincadeira
Preço em feira de vinhos: 3,29 €
Nota (0 a 10): 6

segunda-feira, 9 de abril de 2007

No meu copo 103 - Catarina 2005

Um dos vinhos brancos mais conceituados da península de Setúbal tem este nome singelo, simplesmente Catarina, em homenagem a D. Catarina de Bragança.
Produzido na Quinta da Bacalhôa com as castas Fernão Pires e Chardonnay e fermentado parcialmente em barricas de carvalho, apresenta aquela acidez tão típica do Chardonnay combinada com a madeira que nos vinhos portugueses os torna por vezes um pouco difíceis de beber, perdendo um pouco a elegância.
Já aqui apreciei vários exemplares de Chardonnay portugueses e franceses e tenho sempre esta dificuldade com os Chardonnay portugueses. Em conversa com o tuguinho, comentava ele “tu e o Chardonnay…”. De facto, ainda não encontrei nenhum que me agradasse plenamente. Neste caso, a combinação com o Fernão Pires torna-o mais frutado e macio, mantendo-se uma boa estrutura na boca e um final prolongado.
Pelo que fica dito, não é dos meus brancos de eleição mas pode ser uma boa aposta com pratos de peixe algo complexos, entradas, patés, não tanto com comidas leves. No entanto, o preço justifica a compra.

Kroniketas, enófilo esclarecido


Vinho: Catarina 2005 (B)
Região: Terras do Sado
Produtor: Bacalhôa Vinhos
Grau alcoólico: 13,5%
Castas: Fernão Pires, Chardonnay

Preço em feira de vinhos: 3,18 €
Nota (0 a 10): 7

sexta-feira, 6 de abril de 2007

No meu copo 102 - Serras de Azeitão 2005


Foi este o vinho bebido na refeição descrita no post anterior. Produzido pela Bacalhôa Vinhos, é um vinho aberto, macio, com pouco corpo e ainda com muita juventude que lhe dá alguma frescura na prova, adequado para refeições mais simples. Com pratos de confecção complexa perde-se no meio de tantos sabores porque não tem estrutura nem aromas que possam enfrentar a riqueza daqueles pratos.

Sendo barato, posiciona-se no fundo da gama de vinhos da Bacalhôa. É um vinho simples e honesto, uma aposta para o dia-a-dia, sem pretensões a grandes voos e nesse patamar bebe-se bem, tanto assim que o incluímos nas nossas sugestões.

Bom para uns grelhados ao ar livre em tarde de sol, é o que o perfil deste vinho me traz à ideia. Provavelmente num dia de verão e ligeiramente refrescado.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Serras de Azeitão 2005 (T)
Região: Terras do Sado
Produtor: Bacalhôa Vinhos
Grau alcoólico: 13,5%
Castas: Touriga Nacional, Aragonês, Syrah, Merlot

Preço em feira de vinhos: 2,35 €
Nota (0 a 10): 6

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

No meu copo 90 - Pinheiro da Cruz


O primeiro contacto que tive com este vinho foi na já longínqua colheita de 1991, então através duma amiga que tinha contactos com alguém que adquiriu a garrafa directamente na produção. Tinha um carimbo no rótulo com o ano de colheita e a indicação original no brasão de que provinha da prisão de Pinheiro da Cruz, ali para os lados de Grândola e Melides.
Era um vinho surpreendente, com um perfil um pouco rústico, cheio de corpo e robustez, daqueles vinhos que se “mastigam” e nunca mais acabam. Rapidamente se revelou apropriado para se bater com pratos bem fortes e condimentados, e ao longo dos anos tive oportunidade de comprar e beber algumas vezes em restaurantes. Uma das melhores combinações que encontrei foi com um arroz de lebre muito condimentado, malandrinho e com um molho muito espesso que comia no Barrote Atiçado, na Pontinha, às portas de Lisboa (que entretanto mudou de nome para António do Barrote e de local para o Parque Colombo, em Carnide). “Aquele” Pinheiro da Cruz era perfeito para a pujança daquele prato.
Nessa altura era quase uma raridade e difícil de comprar fora da própria prisão, embora o Pingo Doce tivesse desde logo lançado a colheita de 1992 numa das suas feiras. Também por isso era caro quando aparecia. O exemplar de 1997 que aqui vos apresentamos foi um de 3 exemplares adquiridos por 2775$ (13,84 €) na feira de vinhos do Continente de 1999. Em 2005, no Corte Inglês, uma garrafa de 2002 custou 12,95 €.
Com a instauração de uma série de novas regiões vitivinícolas de norte a sul, nomeadamente a criação das DOC Alentejo, Ribatejo e Estremadura e ainda os vinhos regionais, o Pinheiro da Cruz, que entretanto alargara a produção, deixou de ser vinho de mesa como era originalmente e pretendeu também ser classificado com uma denominação de origem. Tinha todas as características do vinho alentejano, mas surpreendentemente começou a aparecer como Vinho Regional Terras do Sado a partir da colheita de 98. O rótulo estilizou-se, passou a haver informação no contra-rótulo e a indicação das castas utilizadas. E, para satisfazer as exigências da denominação de origem (certamente a burocracia impediu que fosse classificado como vinho alentejano), descaracterizou-se. A primeira colheita com o novo rótulo mostrou um vinho muito mais aberto e frutado que os anteriores, deixando de ser aquele vinho poderoso que fora até aí. Em suma, acabou por vulgarizar-se.
Deve ter sido também devido a isso que foi possível aumentar significativamente a produção e encontrá-lo agora à venda a uns módicos 6,44 € na feira de vinhos da Makro. É mais acessível, mas eu preferia o perfil antigo e mais caro.
Nos últimos meses fui à garrafeira buscar os exemplares que lá tinha, de 97, 99 e 2003. O primeiro e o último foram bebidos no recente jantar de javali com a “cambada”. O de 97 foi decantado com todos os cuidados para evitar a passagem de borras para os copos e para lhe dar tempo de respirar. Revelou-se ainda em excelente forma, a fazer lembrar os mais antigos, embora com esta idade tivesse já perdido a pujança inicial, mas ainda se bateu excelentemente com o javali. Já o de 2003, mais frutado e leve e sem aquela robustez anterior, ainda assim aguentou-se no balanço. Quanto à colheita de 99, bebida há algum tempo a acompanhar uma lebre, já não tinha a frescura inicial mas aproximava-se mais das características do de 97 e também se bateu bem com a caça.
Curioso é ver a informação do contra-rótulo, de que apresentamos aqui o de 2003 (clique na imagem para ampliar). O de 99 era composto pelas castas Periquita, Trincadeira, Alicante Bouschet e Aragonês, mas ao de 2003 ainda foram acrescentadas a Syrah e a Cabernet Sauvignon, ou seja, estamos perante as castas da moda para fazer um vinho que acompanhe a moda. Mais curioso ainda é observar a evolução do grau alcoólico de colheita para colheita: de 12,5% em 1997 para 13% em 1999 e 14% em 2003, a seguir a tendência da moda.
De realçar que deste último contra-rótulo desapareceu a frase assassina “A sua alma nasce do sentimento que os reclusos põem neste trabalho que os liberta”. Que o trabalho liberta era a frase que esperava os presos à entrada do campo da morte de Auschwitz. Há ideias que nunca se deviam ter.
Enfim, o Pinheiro da Cruz já não é aquele vinho que nos surpreende no primeiro impacto, mas ainda assim continuamos a achar que vale a pena tê-lo na garrafeira. Até porque agora se tornou bem mais acessível.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Pinheiro da Cruz 97 (T)
Região: Vinho de mesa
Produtor: Estabelecimento Prisional de Pinheiro da Cruz
Grau alcoólico: 12,5%
Preço em feira de vinhos: 2775$
Nota (0 a 10): 8

Vinho: Pinheiro da Cruz 99 (T)
Região: Terras do Sado (Grândola)
Produtor: Estabelecimento Prisional de Pinheiro da Cruz
Grau alcoólico: 13%
Preço: cerca de 12 €
Nota (0 a 10): 7

Vinho: Pinheiro da Cruz 2003 (T)
Região: Terras do Sado (Grândola)
Produtor: Estabelecimento Prisional de Pinheiro da Cruz
Grau alcoólico: 14%
Castas: Castelão, Trincadeira, Alicante Bouschet, Aragonês, Syrah, Cabernet Sauvignon
Preço em feira de vinhos: 6,44 €
Nota (0 a 10): 7

sábado, 17 de fevereiro de 2007

No meu copo 89 - Adega de Pegões, Colheita Seleccionada 2001; Quatro Regiões 97

Uma peça de javali, generosamente oferecida pelo caçador de serviço, foi pretexto para uma reunião do plenário do Grupo Gastrónomo-Etilista “Os Comensais Dionisíacos”, 13 meses depois dum repasto épico copiosamente regado para acompanhar lebres e perdizes.
Como fiel depositário dos restos mortais do “senhor porco”, como diria o Pumba, mais uma vez abri as portas (e a mesa) para receber a cambada. O suíno foi cozinhado na panela com banha e azeite depois de marinar em sal, alho, cebola, limão, laranja, cravinho e vinho tinto. Deixou um abundante molho e uma carne suculenta e muito saborosa.
Pesquisando a garrafeira, resolvi fugir ao hábito dos vinhos alentejanos e lá fui buscar para a segunda fase da operação “O desbaste da garrafeira” uns exemplares de Terras do Sado, que ficaram de pé um dia antes, para assentar eventuais borras que os vinhos apresentassem. Ainda chegaram alguns reforços, como o Herdade da Figueirinha de que já falámos no post abaixo e abriu as hostilidades ainda antes de passarmos à mesa, mas perante a diversidade da escolha os outros ficaram de reserva para a próxima. Na hora de atacar o animal no prato foram previamente decantadas as duas primeiras garrafas escolhidas.
Começámos por um dos últimos exemplares que nos restam do Quatro Regiões 97, que foi alvo de várias provas ao longo do último ano. Quando comprámos este vinho, em várias levas entre Outubro de 2003 e Outubro de 2004, ficámos esmagados pela sua pujança, pela exuberância de aromas e sabores, pelo longo fim de boca. Passaram estes anos e o vinho perdeu a pujança e a frescura, mas esta garrafa revelou-se em muito melhor forma que as duas primeiras provadas em 2006, sem os sintomas de declínio e falta de acidez detectados anteriormente, o que mais uma vez confirmou que os vinhos guardados são sempre uma incógnita quando vamos bebê-los: tanto podemos ter uma boa surpresa como uma decepção. Neste caso ficámos pelo meio-termo.
Em seguida passámos a duas garrafas do “sui generis” Pinheiro da Cruz, que vão merecer um post autónomo, porque acerca deste vinho muito há para dizer.
Já com o javali a desaparecer dos pratos e da panela, ainda fomos buscar mais uma garrafa para compor o painel de Terras do Sado: um Adega de Pegões tinto, Colheita Seleccionada de 2001. Uma estreia absoluta por estes lados (no branco já somos repetentes) que, perante a surpresa geral, foi unanimemente considerado o melhor vinho da noite. De cor granada, corpo robusto que nunca mais acaba, daquele que quase se mastiga, algum frutado misturado com um toque a especiarias, final de boca longo, alguma adstringência na prova com os taninos bem presentes mas sem se tornarem excessivos, quase apetecia que este não acabasse. Sem dúvida um vinho adequado para pratos fortes de carne e principalmente caça, como este. A Cooperativa de Pegões a impor-se no panorama vitivinícola nacional com vinhos de qualidade e a baixo preço. A repetir.
Terminámos com um Porto LBV da Quinta do Infantado, que também vai ser alvo de post autónomo, a acompanhar um excelente pudim Molotof e o reincidente bolo rançoso. E assim resta esperar pela fase 3 da operação “O desbaste da garrafeira”.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Adega de Pegões, Colheita Seleccionada 2001 (T)
Região: Terras do Sado
Produtor: Cooperativa Agrícola Santo Isidro de Pegões
Grau alcoólico: 13,5%
Castas: Cabernet Sauvignon, Touriga Nacional, Trincadeira
Preço em feira de vinhos: 6,25 €
Nota (0 a 10): 8


Vinho: Quatro Regiões 97 (T)