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domingo, 6 de junho de 2010

No meu copo 275 - Veuve Clicquot Ponsardin; Quinta de Sant’Ana Sauvignon Blanc 2008; Colares Fundação Oriente branco 2008; Aneto branco 2009

A final da Champions League, que (re)consagrou o português José Mourinho e que desta vez teve lugar a um sábado ao final da tarde, foi ouro sobre azul para mais um encontro do núcleo duro dos Comensais Dionisíacos composto por Kroniketas, Mancha, Politikos e tuguinho. Apesar do oiro e do azul, a contenda iniciou-se com uma evocação vermelha, a vitória do Benfica na Super Liga 2009-2010. Resta dizer, para os que ainda não sabem, que no núcleo duro dos Comensais há um empate entre cores: dois vermelhos – Kroniketas e tuguinho – e dois verdes – Mancha e Politikos. Os vermelhos pagaram o champagne, um Veuve Clicquot Ponsardin, com o qual se iniciou a refeição, brindando os primeiros à vitória do SLB e os segundos «à nossa», não sem deixarem de reconhecer com fair-play que o SLB foi um justo vencedor. Fomos debicando umas lascas de presunto e de queijo e ao mesmo tempo beberricando o champagne que se revelou um excelente companheiro das entradas e confirmou as qualidades que já lhe eram conhecidas de outros prélios. É que o champagne vai bem com tudo. Primeiro estranha-se mas depois entranha-se. Bolha fina e persistência na boca fazem deste Veuve Clicquot sempre uma boa escolha.

O tempo estava quente, pelo que se havia acertado previamente uma refeição só com brancos. Alinharam à mesa: um William Fevre Sauvignon Blanc 2004, um Quinta de Sant’Ana Sauvignon Blanc 2008, um Colares D.O.C. Fundação Oriente 2008 e um Aneto 2009.

O primeiro a vir à liça, o William Fevre Sauvignon Blanc 2004, estava passado, pelo que foi de imediato dispensado. Acontece algumas vezes, felizmente poucas. O vinho é um produto orgânico, um ser vivo, que vive, cresce e morre. E este, ainda que anteriormente provado com excelentes resultados, já havia dado a alma ao Criador!

Passámos ao segundo, uma aquisição muito recente e que nem sequer chegou a ganhar pó na garrafeira comunitária, o Quinta de Sant’Ana Sauvignon Blanc 2008, que se revelou de grande qualidade. É um vinho regional da Estremadura, proveniente da Quinta de Sant’Ana, na aldeia do Gradil, perto de Mafra. Apresenta-se com uma cor dourada, fresco e mineral no nariz, com ligeiro toque floral. Na boca, mostra uma estrutura média, uma acidez domada e no ponto e uma assinalável persistência. Algumas notas vegetais no palato conferem-lhe alguma diferença em relação a outros brancos. Não conhecíamos e foi uma agradável surpresa, das melhores da noite. Tanto que lhe atribuímos a melhor das notas: 8,5. O rótulo e o logótipo da Quinta sendo simples e depurados são também elegantes, como o vinho, aliás. Roupa e produto casam assim na perfeição.

Importa dizer que este e os outros que se lhe seguiram tiveram de se bater com um arroz de tamboril muito malandrinho e caldoso confeccionado por mestre Mancha, com o qual procuramos mostrar-nos menos carnívoros do que habitualmente. E já que estávamos na Estremadura, passámos, sem fugir muito, a um Colares D.O.C. Fundação Oriente 2008, um vinho produzido em chão de areia. Apresenta uma cor de água, quase transparente no copo e um aroma de grande frescura, com notas vegetais. Na boca apresenta-se algo delgado, alguma acidez e um final de boca curto. É um vinho diferente, mais suave, mesmo na graduação alcoólica, 12,5º, com alguma personalidade, não deixando de ser gastronómico, recomendável para pratos simples e despretensiosos.

O último a tomar assento à mesa foi o Aneto 2009, um blend bastante blend que combina as castas Viosinho, Rabigato, Gouveio e Malvasia Fina. É um vinho pujante nos aromas a fruta tropical. No contra-rótulo não se refere a permanência em cave e por consequência em madeira, mas mesmo assim mostra estrutura, carácter e complexidade. A acidez está lá mas não em excesso, o que muitas vezes descaracteriza os brancos. É claramente uma boa aposta para branco e com uma boa relação preço/qualidade. De notar que o enólogo deste vinho, Francisco Montenegro, é o mesmo do Bétula, de que tivemos oportunidade de degustar duas garrafas generosamente oferecidas pelo produtor, e que muito nos agradaram tal como este Aneto.

No final, fechámos a refeição com a já tradicional mousse de chocolate preto com natas, decoradas com granulado de chocolate, e os mais aficionados das bebidas brancas ainda encontraram espaço para um golinho de uma aguardente húngara de nome Meggy feita a partir de cerejas ou ginjas. Suave e macia e com a cereja/ginja muito presente no nariz e na boca. Uma boa aposta em matéria de aguardentes. Para os interessados, o Mancha, que é fã de bebidas brancas, comprou-a no El Corte Inglés.

Politikos e Kroniketas, enófilos desta vez numa de brancos

Vinho: Veuve Clicquot - Champagne Brut (B)
Nota (0 a 10): 9

Vinho: Quinta de Sant’Ana, Sauvignon Blanc 2008 (B)
Região: Estremadura/Lisboa
Produtor: Quinta de Sant’Ana do Gradil
Grau alcoólico: 13,5%
Casta: Sauvignon Blanc
Preço: 16,45 €
Nota (0 a 10): 8,5

Vinho: Colares Fundação Oriente 2008 (B)
Região: Colares
Produtor: Quinta das Vinhas de Areia, Soc. Agrícola
Grau alcoólico: 12,5%
Castas: não mencionadas
Preço: 14,35 €
Nota (0 a 10): 7,5

Vinho: Aneto 2009 (B)
Região: Douro
Produtor: Sobredos – Produção e Comércio de Vinhos
Grau alcoólico: 13%
Castas: Viosinho, Rabigato, Gouveio, Malvasia Fina
Preço : 11,60 €
Nota (0 a 10): 8

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Os vinhos da festa 2007-2008 (1)

No meu copo 159 - Champanhes e espumantes



Na quadra festiva que há pouco terminou, entre jantares de Natal, réveillon e alguns aniversários tivemos oportunidade de provar um conjunto alargado de vinhos que seria fastidioso descrever em detalhe. Assim vamos apresentar algumas notas curtas agrupando-os por tipo de vinho (daqueles que ainda nos lembramos...)
Começamos pelos champanhes e espumantes.

Veuve Clicquot Champagne Brut - Um clássico do champanhe francês que já se tornou tradicional nos meus jantares de Natal. Foi uma das primeiras notas de prova aqui colocadas, precisamente após o fim-de-ano de há dois anos. Apreciação aqui. Nota: 9

Pol Carson Champagne Brut Rosé - Numa variação ao habitual, resolvi experimentar este champanhe rosé e foi uma bela aposta. Bastante aromático, seco, suave, bolha fina e com grande elegância. Excelente acompanhante de quase todo o tipo de iguarias, mas em particular entradas, peixes e mariscos. Uma boa aposta por um preço, apesar de tudo, não muito exagerado para o produto que é. Nota: 8,5

Tapada do Chaves Bruto 2002 - Resolvi experimentar este por estar agora em Portalegre, por ter visitado a Tapada do Chaves e por ainda não ter experimentado um espumante do Alentejo. Foi uma belíssima revelação. Bastante frutado e aromático, ainda com algum toque floral, muito elegante e com bolha fina. Bela combinação do Arinto, a dar uma bela acidez ao conjunto, com o Fernão Pires. Entrou directamente para a lista dos recomendados, até porque tem um preço bastante aceitável. Nota: 8

Cabriz Bruto 2005 - Igualmente equilibrado, aromático e elegante, com muita frescura na boca. A Malvasia Fina a expressar-se muito bem em combinação com a Bical. Nota: 8

Real Senhor Velha Reserva 2001 - Mais um bom exemplo duma feliz combinação de castas, neste caso a Malvasia Fina e o Arinto, duas excelentes castas brancas. Pareceu-me contudo menos suave que os dois anteriores. Nota: 7,5

João Pires Bruto - Este foi o que menos me agradou de todos os provados. Pareceu-me pouco elegante, exactamente ao contrário dos outros. Talvez uma segunda apreciação possa rectificar esta primeira impressão. Nota: 7

Kroniketas, enófilo espumantizado

Vinho: Veuve Clicquot - Champagne Brut (B)
Preço em hipermercado : 32,89 €
Nota (0 a 10): 9

Vinho: Pol Carson - Champagne Brut (R)
Região: Champagne (França)
Produtor: Sedi Champagne - Châlons en Champagne - França
Grau alcoólico: 12%
Preço em hipermercado: 19,49 €
Nota (0 a 10): 8,5

Vinho: Tapada do Chaves 2002 - Espumante Bruto (B)
Região: Alentejo (Portalegre)
Produtor: Tapada do Chaves, Sociedade Agrícola e Comercial
Grau alcoólico: 12%
Castas: Arinto, Fernão Pires
Preço em hipermercado: 8,99 €
Nota (0 a 10): 8

Vinho: Cabriz 2005 - Espumante Bruto (B)
Região: Dão
Produtor: Dão Sul, Sociedade Vitivinícola - Quinta de Cabriz
Grau alcoólico: 12%
Castas: Malvasia Fina, Bical
Preço em feira de vinhos: 6,40 €
Nota (0 a 10): 8

Vinho: Real Senhor Velha Reserva 2001 - Espumante Bruto (B)
Produtor: Sociedade dos Vinhos Borges
Grau alcoólico: 12,5%
Castas: Malvasia Fina, Arinto
Preço com a Revista de Vinhos: 6,25 €
Nota (0 a 10): 7,5

Vinho: João Pires - Espumante Bruto (B)
Região: Terras do Sado
Produtor: José Maria da Fonseca
Grau alcoólico: 12,5%
Preço em hipermercado: 6,99 €
Nota (0 a 10): 7

segunda-feira, 2 de janeiro de 2006

No meu copo 4 - Champanhe: Veuve Clicquot e Moët & Chandon



Para o jantar de Natal usou-se champanhe. Estou a falar do francês, o verdadeiro, e não do espumante a que muitos erradamente chamam também champanhe, que na realidade não o é. O nome champanhe só pode ser usado para os vinhos produzidos na região francesa com esse nome, Champagne, situada próximo de Reims, a nordeste de Paris. Em Portugal produzem-se alguns bons espumantes, que não envergonham, mas... champanhe é champanhe. E é desse que vos quero falar agora.
Devo dizer que quando provei espumante pela primeira vez (e nas vezes seguintes) não gostei nada e não percebia como é que as pessoas podiam gostar tanto daquilo. Mais tarde, quando provei champanhe francês, percebi a diferença. E ainda mais tarde, quando me tornei apreciador de vinhos, percebi uma outra diferença: é que o espumante que toda a gente bebia, um tal Raposeira, é um dos piores que se produz em Portugal. Quando provamos o Murganheira, o Vértice, o Danúbio, ou o Aliança Particular Bruto Zero, só para citar estes exemplos, percebemos porque é que o Raposeira não serve de exemplo para nada.
Pior exemplo ainda é o dos espumantes italianos que há por aí em festas, que são normalmente doces e até usam rolhas de plástico. O seu carácter doce só lhes permite servir (e mal) para acompanhar sobremesas, e qualquer semelhança com o produto verdadeiro será mera coincidência. Os Asti, Moscato e “tutti quanti” não passam, para mim, duma espécie de Seven-Up com álcool. Champanhe ou espumante a sério deve ser bruto, que é o que não tem adição de açúcar.
Voltando ao motivo deste post, os dois champanhes saboreados no Natal familiar são dois néctares de eleição. Para além de não serem excessivamente gasosos (não estamos a beber uma gasosa), têm bolha muito fina, paladar elegante e aromático, frescura e elegância. São, por isso, expoentes máximos da categoria e, para quem gosta do género, podem perfeitamente ser bebidos com qualquer refeição. Aliás, o seu uso é tão vasto que podem acompanhar uma refeição do princípio ao fim, do aperitivo à sobremesa.
O Veuve Clicquot é talvez um pouco mais aromático e encorpado, enquanto o Moët & Chandon (este é da mesma casa que produz o Don Pérignon, porventura o melhor champanhe do mundo que deve o seu nome ao frade criador desta bebida) é mais leve e mais aberto, embora seja difícil dar preferência a um deles. Curiosamente, são produzidos a partir das mesmas castas: Chardonnay, Pinot Noir (duas castas também cultivadas em Portugal, sendo esta última de uvas tintas) e Pinot Meunier.
Dado o seu elevado preço, são bebidas para serem consumidas em ocasiões festivas (a não ser que se tenha muito dinheiro para gastar) e, principalmente, por quem realmente aprecie aquilo que está a beber. Não se gasta dinheiro numa bebida destas só por exibicionismo!

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Veuve Clicquot - Champagne Brut (B)
Região: Champagne (França)
Produtor: Veuve Clicquot Ponsardin - Reims - França
Grau alcoólico: 12%

Preço em hipermercado: cerca de 35 €
Nota (0 a 10): 9

Vinho: Moët & Chandon - Champagne Brut (B)
Região: Champagne (França)
Produtor: Champagne Moët & Chandon - Épernay - França
Grau alcoólico: 12%

Preço em hipermercado: cerca de 35 €
Nota (0 a 10): 9