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terça-feira, 2 de dezembro de 2008

No meu copo 217 - Montes Claros Reserva 2004

Eis que finalmente tive oportunidade de provar o vinho da polémica. Pontuado com 18 pela Blue Wine, foi alvo de variadas apreciações na blogosfera por parte dos comparsas eno-bloguistas. A maioria em sinal de discordância.

E o que posso eu dizer sobre o dito cujo? Para não repetir o que já foi dito no Copo de 3 e no Pingas no Copo, no Pingamor, no Vinho a Copo, no Vinho da Casa e n’Os vinhos, prefiro remeter para os posts escritos por eles e dizer que não me parece que o vinho justifique tamanha pontuação. Claro que a nota da Blue Wine é que trouxe o vinho para a ribalta e obrigou a que se falasse dele e fez com que muita gente o fosse provar, o que deve ter rendido uma boa maquia à Adega Cooperativa de Borba.

Medianamente encorpado, com boa persistência e aromas não muito exuberantes, bebe-se com agrado mas se o provarmos com a expectativa de valer 18 pontos vamos apanhar uma desilusão. Numa escala de 20 não lhe daria mais de 15. Assim dou-lhe 7,5 na minha escala de 10. E está tudo dito. Sim, é bom, mas não exageremos. Prefiro claramente o Reserva do rótulo de cortiça.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Montes Claros Reserva 2004 (T)
Região: Alentejo (Borba)
Produtor: Adega Coop. Borba
Grau alcoólico: 14%
Castas: Aragonês, Trincadeira, Cabernet Sauvignon, Tinta Caiada
Preço em feira de vinhos: 5,77 €
Nota (0 a 10): 7,5


Outras provas:
Copo de 3: 16 (em 20)
Os Vinhos: 15,5/16 (em 20)
Pingamor: 16,5 (em 20)
Pingas no Copo: 15,5 (em 20)
Vinho a Copo: 2 (em 5)
Vinho da Casa: 17 (em 20)

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Krónikas do Alto Alentejo (XXIII)

Adega Cooperativa de Borba




Foi a última visita aos produtores de vinho, já quase em fase de regresso definitivo a casa. Voltei a deslocar-me um pouco para sul e fui até Borba, visitar as instalações da Adega Cooperativa, uma das mais antigas do país e a mais antiga do Alentejo.
Fundada em 1955, tem cerca de 350 sócios que cultivam um total de 2200 hectares de vinha, sendo 65% são de uvas tintas e 35% de brancas, com destaque para Aragonês, Trincadeira, Castelão, Alicante Bouschet, Roupeiro e Rabo de Ovelha em termos de área plantada.
As instalações da Adega Cooperativa de Borba, situada junto à entrada vindo de Estremoz, ocupam cerca de 12.000 m2 e delas fazem parte a zona de fermentação em cubas, a linha de engarrafamento, a cave de estágio em garrafa e barricas e ainda uma loja de venda ao público, onde além da compra se pode ainda fazer a prova de alguns vinhos da casa. Sendo uma Adega Cooperativa, tal como em Portalegre, as vinhas não estão localizadas junto às instalações pelo que não foi possível visitar nenhuma vinha, ao contrário do que acontece com os restantes produtores onde me desloquei. Mas pude ver todo o circuito que o vinho percorre e onde repousa. A Adega Cooperativa recebe anualmente 18 milhões de quilos de uvas e produz 14 milhões de litros por ano. Esta enorme dimensão, completamente diferente dos patamares dos outros produtores que visitei, resulta não em uma mas duas linhas de engarrafamento, totalmente automatizadas desde a colocação das paletes com as garrafas até ao embalamento em caixas.
O portefólio da casa engloba uma vasta gama com mais de 30 marcas, entre brancos, tintos e rosés, que vão desde as de grande consumo como o Convento da Vila e o Galitos para comercialização em bag-in-box, até aos topos de gama Garrafeira e Cinquentenário (produzido para comemorar os 50 anos da Adega), passando pelos conhecidos Reserva com rótulo de cortiça (um dos mais equilibrados em relação qualidade/preço e talvez a grande referência da casa actualmente), o muito badalado Montes Claros Reserva, os mono e bi-varietais, os Borba DOC e AdegaBorba.pt. São ainda produzidos vinhos licorosos, aguardentes vínicas e bagaceiras. Muito trabalho para o enólogo da casa, Óscar Gato.
Os tintos AdegaBorba.pt, varietais, Reserva e Garrafeira têm estágios em madeira, que vão desde 3 a 18 meses, tendo ainda um posterior estágio em garrafa, que vai até 9 meses no Cinquentenário.
No final ainda me desloquei à loja onde pude fazer uma rápida prova do AdegaBorba.pt branco, tinto e rose. Antes de vir embora, como recordação adquiri uma garrafa do Cinquentenário e uma do Garrafeira. Reparei que os preços eram bastante competitivos em relação ao que se vê no mercado, estando o Reserva mais barato do que o mais barato que já encontrei nas grandes superfícies, mas parece que isto nem sempre acontece nos produtores. Neste caso pareceu-me que compensa ao visitante comprar os vinhos na casa.
E assim terminei as minhas incursões vitícolas por terras do Alto Alentejo. Dali ainda dei um salto ao Redondo e passei junto à Roquevale, mas já não houve tempo para entrar. Talvez numa próxima ocasião...

Kroniketas, enófilo itinerante

Adega Cooperativa de Borba
Rossio de Cima
7151-913 Borba
Telef: 268.891.660

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Prova à Quinta - O quarto


A. C. Borba, Alfrocheiro 2002

Para o desafio lançado pelo Elixir de Baco, de apreciar um vinho varietal de uma casta portuguesa fora das habituais Aragonês/Tinta Roriz, Baga, Touriga Nacional e Trincadeira, escolhemos para a prova um Alfrocheiro da Adega Cooperativa de Borba, provado num jantar no restaurante Alqueva.
Não temos provado muitos monocasta de Alfrocheiro, mas os últimos deixaram-nos encantados. Já tínhamos provado o da Herdade do Peso, que por sinal também teve a companhia de um Aragonês, e agora bebemos novamente um Alfrocheiro seguido de um Aragonês, e o primeiro voltou a ganhar.
O Alfrocheiro 2002 da A. C. Borba mostrou um aroma exuberante logo no primeiro contacto, apresentando depois um corpo cheio e bem suportado por taninos sólidos mas não agressivos. Contrariando a moda, não tem um teor alcoólico excessivo (12,5%, uma raridade nos tempos que correm, principalmente no Alentejo), o que realça ainda mais os aromas e a estrutura do vinho, assim como o fim de boca bem prolongado. Não é um vinho excepcional mas está muito acima da vulgaridade e merece, seguramente, uma nova apreciação.
Não deixa de ser curioso que nesta segunda comparação que fazemos entre o Alfrocheiro e o Aragonês da mesma casa, a casta menos famosa supere a sua congénere em todos os parâmetros. Donde se pode concluir que temos muito boas castas fora daquelas quatro e com potencialidades para fazer grandes vinhos. Este Alfrocheiro, parece-nos, tem tudo para se tornar mais uma casta de referência no panorama nacional, pois até há pouco tempo estava sempre ofuscada pelas outras com que era misturada, o que prova a importância de conhecer os vinhos varietais para melhor apreciar as potencialidades de cada casta “de per si”.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Alfrocheiro 2002 (T)
Região: Alentejo (Borba)
Produtor: Adega Cooperativa de Borba
Grau alcoólico: 12,5%
Casta: Alfrocheiro
Preço no restaurante: 12,75 €
Nota (0 a 10): 8

quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

No meu copo, na minha mesa, 77 - A.C. Borba 2002, Aragonês e Alfrocheiro 2002; Alqueva (Amadora)



Confessamos que foi uma segunda escolha. Na semana anterior ao Natal muitos restaurantes já estão esgotados todos os dias e o primeiro da nossa lista estava nessa situação. Acabámos por não ficar penalizados com esta escolha, pois o Alqueva revelou-se acolhedor, farto e saboroso.
Apesar de o restaurante se situar num prédio moderno da Amadora, a porta em madeira velha, obviamente transplantada para ali, deu o tom para a decoração interior, à base de utensílios de lavoura e de peças de artesanato típico do Alentejo. Mesas ataviadas com toalha e guardanapos de pano, espaçosas o suficiente, completavam este ambiente acolhedor.
Na mesa já se encontravam diversas entradas, dos enchidos fatiados ao queijo, dos torresminhos a uma espécie de rancho (grão, massa e enchidos guisados), deu e sobrou para nos entreter até chegarem os pratos principais.
Os três convivas (o núcleo duro dos “Comensais dionisíacos”, porque houve 2 desistências de última hora) escolheram: bochechas de porco preto com migas de espargos verdes, mista grelhada de porco preto com as mesmas migas e uma mista de caça com feijão branco.
As migas estavam irrepreensíveis, bem como a mista grelhada de porco preto, composta por três generosos pedaços de diferentes partes do reco. As bochechas, que também provei, têm um gosto demasiado acentuado para o meu paladar, mas estavam também bem confeccionadas.
Não provei a caça guisada com o feijão, mas o Kroniketas, principal deglutidor desse prato, não se mostrou desagradado com o dito cujo, pelo contrário.
As sobremesas eram mais do que suficientes e à base de doces conventuais. Escolheram-se uma encharcada, uma sopa dourada e um torrão da rainha. A encharcada cumpriu, a sopa dourada estava um pouco seca e o torrão da rainha surpreendeu: gila e ovos com uma cobertura de canela, mas sem ser demasiado doce ou enjoativa.
Além dos cafés, ainda se provou uma aguardente da Vidigueira, que se revelou suave e saborosa, boa para finalizar uma refeição.
Para ajudar a empurrar os sólidos bebeu-se primeiro um Alfrocheiro, vinho varietal da Adega Cooperativa de Borba, seguido de um Aragonês da mesma proveniência. O Alfrocheiro bateu o Aragonês em toda a linha, provando as grandes potencialidades desta casta (descrição mais detalhada nos próximos dias).
Concluindo, o Alqueva mostrou-se com merecimento para nos receber por lá outra vez, porque da comida ao ambiente tudo se conjugou para nos proporcionar um bom jantar pré-natalício.

tuguinho, enófilo esforçado

Restaurante: Alqueva
Rua Dom João I, 4B - Amadora
2700-248 Amadora
Telef: 21.492.14.81
Preço médio por refeição: 30 €
Nota (0 a 5): 4

Vinho: Alfrocheiro 2002 (T)
Grau alcoólico: 12,5%
Casta: Alfrocheiro

Preço no restaurante: 12,75 €
Nota (0 a 10): 8


Vinho: Aragonês 2002 (T)
Grau alcoólico: 13%
Casta: Aragonês

Preço no restaurante: 12,75 €
Nota (0 a 10): 7


Região: Alentejo (Borba)
Produtor: Adega Cooperativa de Borba

domingo, 29 de janeiro de 2006

No meu copo 14 - Borba Reserva (Rótulo de cortiça) 2001

No panorama vinícola alentejano, quando se fala dos grandes vinhos alguns nomes saltam logo para o primeiro plano. Em Reguengos há a Herdade do Esporão, na Vidigueira há a Sogrape, em Évora a Herdade da Cartuxa, em Estremoz há João Portugal Ramos, isto para citar alguns dos exemplos mais conhecidos. Os especialistas dão habitualmente grande destaque aos vinhos de Portalegre.
Perante estes nomes dominadores, muitos outros ficam esquecidos. Em Borba, por exemplo, também há um excelente vinho da Adega Cooperativa. Embora os vinhos de Borba apareçam quase sempre posicionados na gama média-baixa, a Adega Cooperativa de Borba também tem o seu topo de gama, para além de alguns monovarietais e bivarietais: o Reserva com Rótulo de Cortiça.
Este também faz parte das nossas escolhas e já há algum tempo que não tinha oportunidade de bebê-lo. Experimentei-o com uma picanha e uma maminha na pedra e acompanhou na perfeição. Tem um aroma profundo, é encorpado quanto baste e tem aquele aveludado que torna os vinhos alentejanos “gulosos” e fáceis de beber. É feito a partir de duas castas tradicionais da região, Aragonês e Trincadeira, mais duas estrangeiras, a conhecidíssima Cabernet Sauvignon e a Alicante Bouschet, que tem vindo a ganhar espaço nos vinhos alentejanos. O resultado é excelente e traz-nos um vinho que, não sendo demasiado dispendioso, faz uma excelente figura se quisermos apresentar um produto de qualidade acima da média. Em suma, uma aposta segura e claramente ganha.
Pela estrutura que apresenta e pelo grau alcoólico (13%) pode ser um vinho para, segundo a informação do produtor, aguentar alguns anos na garrafa (falam em 10), mas no que respeita aos vinhos alentejanos é sempre melhor desconfiar e não os guardar por muito tempo, pois às vezes tem-se umas surpresas desagradáveis. Este 2001 estava perfeitamente pronto para beber.
Por último refiro que esta informação relativa às castas utilizadas, que aparece frequentemente nos vinhos alentejanos, devia ser obrigatória no contra-rótulo, pois escrever que foram utilizadas “as castas tradicionais da região”, como acontece com a maioria dos vinhos do Douro, não quer dizer rigorosamente nada. As castas tradicionais são variadíssimas e podem ter sido usadas duas, três, quatro, e essa informação não fica completa só pelo facto de se pôr lá que foram usadas as castas tradicionais.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Borba Reserva (Rótulo de cortiça) 2001 (T)
Região: Alentejo (Borba)
Produtor: Adega Cooperativa de Borba
Grau alcoólico: 13%
Castas: Aragonês, Trincadeira, Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon
Preço em feira de vinhos: 7,69 €
Nota (0 a 10): 8