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quinta-feira, 4 de março de 2010

No meu copo 270 - Vinha da Nora, Syrah 2005

Nem de propósito: o último programa da Hora de Baco, transmitido no passado fim-de-semana (e a nossa querida RTP continua na prática ancestral de mudar constantemente o horário dos programas sem aviso prévio), esteve à conversa com José Bento dos Santos na Quinta do Monte d’Oiro, onde o produtor falou dos seus vinhos, da nova imagem dos rótulos do vinho, sobre as tendências actuais da culinária e do vinho e deu mais uma magistral lição de ligações entre o vinho e a comida.
Por coincidência, há poucos dias eu tinha provado a última colheita do Vinha da Nora, talvez o vinho emblemático da casa. Nas anteriores colheitas já era feito exclusivamente com Syrah mas só agora a casta teve direito a menção específica no rótulo.
Tal como das vezes anteriores, ficou-me a sensação (e ocorreu-me novamente a mesma expressão) de estar perante um vinho aristocrático. É duma suavidade extrema, elegante sem deixar de ser bem estruturado e persistente, com notas de fruta madura e compotas, adequado para pratos requintados.
A primeira vez que ouvi falar do Vinha da Nora foi há bastantes anos num debate na RTP, em que foi referido que era o vinho recomendado num dos melhores restaurantes de Paris. Provando-o percebe-se porquê. E o preço é bastante convidativo, pelo que é um vinho sempre a revisitar.
Curiosamente, no portefólio de vinhos apresentado este não foi referido. Será para desaparecer? Esperemos que não.

Kroniketas, enófilo esclarecido


Vinho: Vinha da Nora, Syrah 2005 (T)
Região: Estremadura (Alenquer)
Produtor: José Bento dos Santos - Quinta do Monte d’Oiro
Grau alcoólico: 14%
Casta: Syrah
Preço em feira de vinhos: 9,24 €
Nota (0 a 10): 8,5

terça-feira, 25 de novembro de 2008

No meu copo 215 - Vinha da Nora 2001

Não tenho sido um consumidor assíduo dos vinhos de José Bento dos Santos. Até agora só bebi o Vinha da Nora 2002 e o Clarete 2003. De resto, só algumas provas anuais no Encontro com o Vinho.
Este Vinha da Nora 2001 estava guardado há vários anos e receei que já estivesse em declínio ao fim de tanto tempo. Para grata surpresa apareceu bastante saudável, sem denotar quaisquer sinais de cansaço e a dar a sensação de estar no ponto ideal para ser bebido (curiosamente, espreitando o contra-rótulo este indicava que deveria atingir o auge 6 a 7 anos depois da colheita, pelo que o momento pareceu ter sido bem escolhido).
Apresentou-se com uma cor rubi ainda bastante concentrada, muito elegante e aromático mas ao mesmo tempo persistente e bem estruturado, com fruta madura bem presente, grau alcoólico elevado (superior ao de 2002) mas bem integrado numa boa acidez, a madeira muito discreta a conferir apenas maior complexidade ao conjunto e os taninos muito redondos. Depois de ter provado a colheita de 2002 e esta de 2001, quase me apetece classificá-lo como vinho “aristocrático”. Todo ele é elegância e sem dúvida recomendado para refeições requintadas e quiçá com o seu quê de exóticas. Um vinho que se destaca por estar desalinhado das modas.
Nas últimas feiras de vinhos tive oportunidade de adquirir ainda a colheita de 2002 por um bom preço (outra vez o Jumbo…) mas no Encontro com o Vinho já encontrei a colheita de 2005 que, pelo que me foi dado perceber e pela informação obtida, mudou o perfil para ser um vinho de consumo mais fácil. Não sei se terá sido uma boa ideia... Será que a moda também já chegou ali?

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Vinha da Nora 2001 (T)
Região: Estremadura (Alenquer)
Produtor: José Bento dos Santos - Quinta do Monte d’Oiro
Grau alcoólico: 14%
Casta: Syrah
Preço em feira de vinhos: 9,24 €
Nota (0 a 10): 8,5


PS - uma pergunta a quem possa interessar: para quando a remodelação do site com informção actualizada? Quem lá entrar não encontra informação posterior a 2003 nem vinhos posteriores a 2000.

quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Prova à Quinta - O segundo


Vinha da Nora 2002

Nesta segunda Prova à Quinta, o desafio lançado pelo Vinho da Casa era o de provar um vinho português de 2002. Escolhi o Vinha da Nora, um vinho que já conhecia de nome, mas que nunca tinha provado a não ser no último Encontro com o vinho, depois e antes de muitos outros. Tal como dizia o anúncio do brandy Constantino há umas décadas, é fama que vem de longe. A primeira vez que ouvi falar neste vinho foi num programa da RTP, onde foi referido que era o vinho recomendado na carta dum dos mais prestigiados restaurantes de Paris.
Agora proporcionou-se bebê-lo à refeição, a acompanhar uma excelente empada de coelho no forno, e veio a calhar para esta prova por ser de 2002. Foi aberto com antecedência, mas teria valido a pena ser decantado para mostrar todo o seu potencial, pois foi melhorando ao longo da refeição. Os copos usados, infelizmente, não foram os melhores para o efeito, pois eram mais largos na boca, o que poderá ter prejudicado a prova, principalmente em termos aromáticos, mas mesmo assim não deixámos de apreciar este vinho.
Produzido exclusivamente com a casta Syrah, tem uma bela cor rubi aberta, é medianamente encorpado, mostrando um carácter frutado, com os taninos suaves e a madeira discreta, sem se sobrepor aos aromas. Inicialmente mostrou-se mais fechado mas depois foi libertando os aromas secundários e marcando um final de boca cada vez mais persistente, que com muita pena minha atingiu o auge quando a garrafa estava a acabar...
No seu conjunto, é um vinho de grande elegância, com um perfil bastante apelativo, sem ter excesso de álcool a impor-se e permitindo assim desfrutar dos seus sabores e aromas na plenitude, além de ser uma óptima companhia para pratos requintados e não excessivamente condimentados. Sem dúvida um vinho que no panorama actual parece “fora de moda”, pelo seu corpo aberto e grau alcoólico moderado, e ainda bem que assim é. Felizmente ainda há quem faça vinhos que se podem saborear. Não o coloco já na nossa lista de escolhas porque precisa de uma segunda oportunidade, com todas as condições de prova no ponto ideal, mas mesmo assim já mostrou muito daquilo que é.

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Vinha da Nora 2002 (T)
Região: Estremadura (Alenquer)
Produtor: José Bento dos Santos - Quinta do Monte d’Oiro
Grau alcoólico: 13%
Casta: Syrah

Preço em feira de vinhos: 11,95 €
Nota (0 a 10): 8

domingo, 12 de fevereiro de 2006

Reincidências - No meu copo 19 - Quinta do Monte D'Oiro Clarete 2003

Nem todos se recordarão do que vou referir a seguir: em tempos que já lá vão, as tabernas (espécie de antecessor do Café como ponto de encontro do povo, em que o mais servido era o copo três de vinho e não a bica) vendiam também carvão e petróleo. Este último alimentava máquinas manuais a vácuo, que serviam para cozinhar quando os fogões a gás não eram tão prosaicos como nos dias de hoje.
Perguntar-se-ão: e porquê este arrazoado aqui, nas Krónikas Vinícolas, que deviam tratar apenas de gargantas e estômagos e sua estimulação? Ora bem, tudo isto se deve ao facto de vos querer ilustrar correctamente a cor do vinho que foi vítima ao almoço deste dia nobre: o dito cujo era da cor do referido petróleo para consumo doméstico, uma cor vermelha aguada, mas de grande impacto visual.
O vinho em causa era nem mais nem menos do que o magnífico clarete da Quinta do Monte D’Oiro, situada na Estremadura, e produtora de alguns dos melhores vinhos de Portugal, incluindo o Homenagem a António Carqueijeiro 1999, a quem já teceram loas que cheguem do outro lado do Atlântico.
Este clarete, da colheita de 2003, referia no contra-rótulo que devia ser consumido de preferência nos 2 primeiros anos, o que significaria que eu já estaria atrasado um ano! Mas não. O vinho mostrou-se em plena pujança, com a magnífica cor já referida, uma ligeira sugestão gasosa e um sabor fresco, livre de taninos, mais do que adequado para o prato com que o consumi: a quase célebre cataplana de robalo e gambas!
Este vinho é proveniente da casta francesa Cinsaut, e foi sujeito a uma curta maceração de forma a manter a tal cor adequada a um rosé. Mas não se iludam! O néctar possui 13,5º e uma estrutura de fazer inveja a muitos tintos!
Em conclusão, “caiu que nem ginjas” com a tal cataplana, não abafando os sabores do prato e jogando muito bem com a sua leveza condimentada.
Fechou-se o repasto com uns morangos ao natural acompanhados por um LBV filtrado da Graham’s, de 1998, servido nos estupendos cálices desenhados por Siza Vieira (vá lá, deixem-me ser “gabarolas” só por um momento!).
O final verdadeiro tinha de ser executado por um café expresso, com açúcar, obviamente – aos puristas que só bebem café sem qualquer adoçante só digo uma coisa: não sabem o que perdem! –, secundado por um magnífico chocolate puro Solitaire da Guylian. Depois disto aquela história do paraíso e até as suas variações que incluem virgens e assim deixam de fazer muito sentido…
Tenham uma boa vida.

tuguinho, enófilo esforçado

Vinho: Quinta do Monte D'Oiro - Clarete 2003 (Rosé)
Região: Estremadura (Alenquer)
Produtor: José Bento dos Santos - Quinta do Monte D'Oiro
Grau alcoólico: 13,5%

Castas: Cinsault
Preço em feira de vinhos: cerca de 6 €
Nota (0 a 10): 8