Uma das habituais saídas de férias já vem de longa data. Trata-se do restaurante “O Galeão”, em Lagos, de que sou frequentador há cerca de 20 anos. A visita anual durante as férias algarvias é quase obrigatória, com raras excepções.
Este é um restaurante no centro de Lagos que ao longo dos anos tem mantido sempre o mesmo nível, sem que os preços tenham subido excessivamente. Há um padrão que não se tem alterado e por isso dá sempre garantias.
A ementa tem um toque de internacionalismo a par com alguns pratos regionais. Temos opções variadas para as entradas, os peixes e as carnes. Nas entradas destaca-se o “abacate com camarão” e os “espargos com molho holandês”. Servem muito bem para entreter enquanto se espera pelo prato principal. Para quem prefere os regionalismos há uma excelente “sopa de peixe”, feita com aletria, com um ligeiro toque picante que torna a refeição mais quente, mas é muito bem apaladada.
Passando aos pratos mais substanciais, nos peixes há as opções de cataplana, “linguado ao meunier” e até a “lagosta à thermidor”, esta a um preço fora do comum. Mas é nas carnes que se atinge o esplendor: “tornedó Rossini”, com um molho espesso e uma noz de paté por cima, “tornedó com molho bearnês”, “entrecote café-Paris”, com um molho feito à base de muitas especiarias, “strogonoff”, “lombinhos de porco com ervas aromáticas”, enfim, a escolha é imensa. Em todas as minhas visitas, divido-me sempre entre o “tornedó Rossini” e o “entrecote café-Paris”, quanto a mim os expoentes máximos das carnes. São normalmente acompanhados com batatas fritas e legumes salteados, nomeadamente cenouras e feijão-verde.
Os pratos são confeccionados à vista, pois a cozinha fica ao fundo da sala e é aberta para os clientes verem. Assim se pode apreciar a confecção das sobremesas, onde o grande destaque é o “crepe Copacabana”, que cobre duas bolas de gelado e é “flambeado” em rum, vindo para a mesa com um molho caramelizado daí resultante. Normalmente é uma sobremesa que vale a pena pedir para dividir por dois, depois da lauta refeição que os pratos nos proporcionam. Estando no Verão, quem quiser uma opção mais fresca pode sempre pedir a “taça Dinamarca”, uma taça de gelado com chocolate derretido por cima.
A carta de vinhos não é muito ampla mas dá para as necessidades. Optou-se por um Evel tinto, que estava um pouco acima da temperatura ideal e se pediu para arrefecer, mas com a distracção da conversa acabou por arrefecer demais, pelo que deixamos a sua apreciação para outra altura.
O ambiente é acolhedor, quase familiar, pois a sala não é muito grande: cerca de 40 lugares. À entrada há um pequeno balcão que serve como bar, para quem se quiser entreter enquanto espera por mesa. Mas no pino do Verão é obrigatório reservar, sob pena de só conseguir mesa lá para as 10 da noite...
Para mim continua a ser visita quase obrigatória, mesmo que seja anual. Por aquele tornedó e aquele entrecote vale a pena ir lá.
Kroniketas, enófilo esclarecido
Restaurante: O Galeão
Rua da Laranjeira, 1
8600-697 Lagos
Telef: 282.763.909
Preço médio por refeição: 25 €
Nota (0 a 5): 4,5
segunda-feira, 18 de setembro de 2006
Na minha mesa 59 - O Galeão (Lagos)
Publicada por Krónikas Vinícolas à(s) 01:31
Etiquetas: Algarve, Restaurantes
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