sábado, 7 de junho de 2008

Na Wine O’Clock 4 - Brancos e rosés





Mais uma prova na Wine O’Clock a um sábado, desta vez subordinada aos vinhos de um distribuidor. Tivemos a presença unicamente de vinhos brancos e rosés, com os produtores Companhia das Quintas, Herdade Grande e Quinta do Casal Branco.
A prova começou pelos rosés da Herdade Grande e da Quinta do Cardo, ambos de 2007. Este mais leve e aromático, proveniente duma quinta situada a 700 metros de altitude em Figueira de Castelo Rodrigo, uma das 7 pertencentes à Companhia das Quintas (as outras são a Quinta da Romeira, em Bucelas; a Quinta de Pancas, em Alenquer; a Quinta de Pegos Claros, em Palmela; a Herdade da Farizoa, em Elvas; a Quinta da Fronteira, no Douro; e as Caves Borlido, na Bairrada); aquele mais encorpado e com mais estrutura, proveniente da planície alentejana, na zona da Vidigueira.
Seguiram-se os brancos, onde tivemos oportunidade de voltar a provar o Herdade Grande, o Falcoaria, da Quinta do Casal Branco, e três brancos fermentados em madeira da Companhia das Quintas: o Quinta de Pancas Chardonnay Reserva, o Quinta do Cardo Síria Reserva e o Morgado de Sta. Catherina Reserva, todos de 2006. Estes brancos reserva têm a curiosidade de terem os seus rótulos homogeneizados para transmitir a imagem que daquilo a que a Companhia das Quintas chamou “The Quinta Collection”.
Pessoalmente não sou grande fã dos brancos fermentados em madeira pelo que o que mais me agradou foi o Falcoaria, muito suave e aromático e não fermentado em madeira, feito à base da casta Fernão Pires. Não deixa de ser interessante o Quinta do Cardo Síria, o mesmo nome da casta Roupeiro no Alentejo, um branco com a frescura da altitude. O Morgado de Sta. Catherina tem aquela força da acidez do Arinto de Bucelas e esta nova versão do Quinta de Pancas Chardonnay tem aquela untuosidade habitual no Chardonnay mas mantém uma certa frescura, talvez mais do que o de 2005 que tinha provado no Hotel da Penha Longa, tal como o Herdade Grande. Este último foi, assim, uma repetição, pelo que não trouxe novidades.
Em conjunto foi um painel interessante que nos trouxe alguns produtos que vale a pena conhecer e que de certa forma representam a retoma dos brancos em Portugal e o crescente apelo que os rosés têm vindo a transmitir. Pelo meio algumas conversas com os produtores presentes (o próprio António Manuel Lança esteve lá e falou-nos da sua Herdade Grande na Vidigueira) e com o director comercial da Companhia das Quintas, que ainda nos apresentou uma comparação entre o panorama dos vinhos nos anos 80 e agora a partir dum documento que encontrou com a referência aos vinhos vendidos há cerca de 25 anos. Como as coisas mudaram...

Kroniketas, enófilo esbranquiçado