No meu copo 253 - Veuve Roth, Riesling 07; Château Sainte-Marie 06
Com todo este atraso de provas acumuladas, continuamos a tentar pôr a escrita em dia. Os posts que vão aparecendo não reflectem uma ordem cronológica nem sequer a época do ano em que são publicados. Vamos tentar recuperar algum do tempo perdido, referindo as provas mais relevantes. A que se segue foi a propósito de mais uma incursão gastrónomo-etílico-futebolística dos Comensais Dionisíacos. O relato volta a ser do Politikos, que perante a preguiça dos nossos escribas resolveu avançar para a escrita... que nós publicamos.
Ainda com um certo espírito de “rentrée”, após o defeso de Verão, reuniu mais uma vez o núcleo duro dos Comensais Dionisíacos, composto pelos quatro convivas mais assíduos. Era para ter sido uma reunião plenária da sociedade que se iria bater com um javali, mas impossibilidades supervenientes de alguns dos membros, relativas já à nova época de caça, goraram o intento.
O pretexto foi, mais uma vez, um jogo de futebol, no caso da selecção nacional. Embora, neste particular, a opinião dos comensais divirja. É que há quem pense que o pretexto é o vinho, sendo os jogos mero contexto, ou seja, meras balizas temporais! Seja como for, enquanto no campo alinhavam 22 jogadores, em casa alinharam 6 néctares na equipa principal: dois brancos, três tintos e um Porto.
Para o aquecimento, embora bem refrescados que o tempo ainda se apresentava quente, apresentaram-se à liça dois brancos, já conhecidos de outros prélios. Um Veuve Roth, Riesling 2007, um branco suave, com a acidez certa, o que lhe confere aquela delicadeza típica dos brancos franceses e da casta. Embora não fosse a combinação certa, para espanto meu, aguentou-se bem a acompanhar umas lascas de presunto serrano com pão de Mafra com que se iniciaram as hostilidades...
Dever-se-ia seguir um Château Sainte-Marie 2006, outro gaulês, que resulta do feliz casamento entre as castas Sauvignon Blanc, Sémillon e Muscadelle. Proveniente da região demarcada de Entre-Deux-Mers, que deve o seu nome ao facto de estar encravada entre os rios Dordogne e Garonne, e integra a grande região de Bordéus, é um vinho fresco e frutado, cuja igualmente bem domada acidez deixa vir ao de cima o doce e o sabor inconfundíveis do moscatel. Ficou aprovadíssimo em prova anterior, revelando-se um excelente branco. Mais uma vez os brancos franceses a brilhar e a marcar pontos nas nossas preferências. Mas desta vez, para nosso azar, nem chegou a ir a jogo. Dois dos convivas deram-lhe um gole e concluíram que estava passado. Acontece! Antes disso, e para comparação, ainda foi distribuído pelos comensais umas lágrimas – o que sobejava do consumo da semana – de um branco da Região do Sado de seu nome Lisa, 100% moscatel graúdo, para se poder aferir a diferença entre dois vinhos com moscatel. A intenção era boa…
Não era, porém, por falta de jogadores que em casa não se jogava, pelo que fizemos alinhar de imediato os tintos que se haviam de bater à mesa com umas gravatinhas de porco, muito bem temperadas, acompanhadas de batata frita, transportadas de Benfica duma sucursal do famoso David da Buraca em versão mais moderna e requintada, que neste caso dá apenas pelo nome de David.
(continua no próximo post)
Vinho: Veuve Roth, Riesling 2007 (B)
Região: Alsácia (França)
Produtor: Les Caves de La Route du Vin
Grau alcoólico: 12,5%
Casta: Riesling
Preço: 6,57 €
Nota (0 a 10): 7,5
Vinho: Château Sante Marie 06 (B)
Região: Entre-deux-mers - Borgonha (França)
Produtor: Château Sante Marie
Grau alcoólico: 12,5%
Castas: Sauvignon (62%), Sémillon (29%), Muscadelle (9%)
Nota (0 a 10): 8,5
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Pondo a escrita em dia... (1)
Publicada por Krónikas Vinícolas à(s) 00:35
Etiquetas: Brancos, Caves Route Vin, Entre-deux-mers, Estrangeiros, França, Muscadelle, Riesling, Sauvignon Blanc, Semillon
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