Confessamos que foi uma segunda escolha. Na semana anterior ao Natal muitos restaurantes já estão esgotados todos os dias e o primeiro da nossa lista estava nessa situação. Acabámos por não ficar penalizados com esta escolha, pois o Alqueva revelou-se acolhedor, farto e saboroso.
Apesar de o restaurante se situar num prédio moderno da Amadora, a porta em madeira velha, obviamente transplantada para ali, deu o tom para a decoração interior, à base de utensílios de lavoura e de peças de artesanato típico do Alentejo. Mesas ataviadas com toalha e guardanapos de pano, espaçosas o suficiente, completavam este ambiente acolhedor.
Na mesa já se encontravam diversas entradas, dos enchidos fatiados ao queijo, dos torresminhos a uma espécie de rancho (grão, massa e enchidos guisados), deu e sobrou para nos entreter até chegarem os pratos principais.
Os três convivas (o núcleo duro dos “Comensais dionisíacos”, porque houve 2 desistências de última hora) escolheram: bochechas de porco preto com migas de espargos verdes, mista grelhada de porco preto com as mesmas migas e uma mista de caça com feijão branco.
As migas estavam irrepreensíveis, bem como a mista grelhada de porco preto, composta por três generosos pedaços de diferentes partes do reco. As bochechas, que também provei, têm um gosto demasiado acentuado para o meu paladar, mas estavam também bem confeccionadas.
Não provei a caça guisada com o feijão, mas o Kroniketas, principal deglutidor desse prato, não se mostrou desagradado com o dito cujo, pelo contrário.
As sobremesas eram mais do que suficientes e à base de doces conventuais. Escolheram-se uma encharcada, uma sopa dourada e um torrão da rainha. A encharcada cumpriu, a sopa dourada estava um pouco seca e o torrão da rainha surpreendeu: gila e ovos com uma cobertura de canela, mas sem ser demasiado doce ou enjoativa.
Além dos cafés, ainda se provou uma aguardente da Vidigueira, que se revelou suave e saborosa, boa para finalizar uma refeição.
Para ajudar a empurrar os sólidos bebeu-se primeiro um Alfrocheiro, vinho varietal da Adega Cooperativa de Borba, seguido de um Aragonês da mesma proveniência. O Alfrocheiro bateu o Aragonês em toda a linha, provando as grandes potencialidades desta casta (descrição mais detalhada nos próximos dias).
Concluindo, o Alqueva mostrou-se com merecimento para nos receber por lá outra vez, porque da comida ao ambiente tudo se conjugou para nos proporcionar um bom jantar pré-natalício.
tuguinho, enófilo esforçado
Restaurante: Alqueva
Rua Dom João I, 4B - Amadora
2700-248 Amadora
Telef: 21.492.14.81
Preço médio por refeição: 30 €
Nota (0 a 5): 4
Vinho: Alfrocheiro 2002 (T)
Grau alcoólico: 12,5%
Casta: Alfrocheiro
Preço no restaurante: 12,75 €
Nota (0 a 10): 8
Vinho: Aragonês 2002 (T)
Grau alcoólico: 13%
Casta: Aragonês
Preço no restaurante: 12,75 €
Nota (0 a 10): 7
Região: Alentejo (Borba)
Produtor: Adega Cooperativa de Borba
quarta-feira, 27 de dezembro de 2006
No meu copo, na minha mesa, 77 - A.C. Borba 2002, Aragonês e Alfrocheiro 2002; Alqueva (Amadora)
Publicada por Krónikas Vinícolas à(s) 00:38
Etiquetas: AC Borba, Alentejo, Alfrocheiro, Aragonez, Borba, Lisboa, Restaurantes, Tintos
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