E esta noite deu-se o grande acontecimento. Na York House, às Janelas Verdes, encontraram-se os autores de vários blogs vinícolas mais respectivos convidados e alguns independentes que se quiseram associar à iniciativa (e muito bem), o que proporcionou momentos de animado convívio e trocas de opiniões, a prova de algumas boas pingas e um jantar repleto de deliciosas iguarias.
Se não me falham as contas, registámos a presença do Copo de 3, do Saca-a-rolha, de Os vinhos, do Vinho a copo, além do promotor da iniciativa, o Pingas no Copo e os independentes Chapim, AJS, Pedro Sousa (PT) e Chicão (peço desculpa se me faltou alguém, mas no primeiro encontro é difícil fixar os nomes e as caras de toda a gente e associá-los desde logo aos pseudónimos usados nos blogs). O comparsa madeirense do Elixir de Baco também quis associar-se através de duas garrafitas de Verdelho da Madeira, que marcharam logo na prova, provocando algumas opiniões divergentes devido à discrepância entre o agrado da prova de boca e o seu final quase instantâneo. Mas valeu a pena a prova. Uma saúde para ti, companheiro. E que a próxima nos permita contar com a tua presença.
As Krónikas Vinícolas fizeram-se representar em peso, pois levaram 3 convidados que participam habitualmente nos repastos do Grupo Gastrónomo-Etilista “Os Comensais Dionisíacos” (entre eles o Politikos, do Polis&Etc), pelo que, juntamente com o Vinho a Copo, fomos o blog mais representado.
No meio de tantos vinhos degustados antes e durante o jantar, como não tirámos notas é difícil sistematizar tudo o que foi provado, mas salvaguardados os diferentes gostos e preferências de cada um, para mim houve um claro vencedor da noite: o Hexagon, da José Maria da Fonseca, numa garrafa de litro e meio, que me encheu as medidas mais que qualquer outro (devo dizer que esta opinião não é sequer unânime entre o grupo das Krónikas Vinícolas, é puramente pessoal). Grande corpo, grande estrutura, excelente exuberância aromática, este topo de gama criado, como sempre, sob a batuta de Domingos Soares Franco, que deve ter um preço proibitivo aí no mercado. Não me lembro quem levou o vinho, mas em boa hora o fez e tiro-lhe o meu chapéu.
Do lado contrário, a decepção da noite foi um Dão Casa de Santar Tinto Superior, de 2001. Dado o patamar de qualidade a que esta casa nos habituou, esperava-se que este Tinto Superior, que suponho estar situado num patamar acima do Reserva (que já é um vinho de superior qualidade), estivesse próximo do sublime, mas afinal acabou por revelar-se vulgar, sem encantar, ao que me pareceu, nenhum dos presentes. O meu comentário na hora foi que lhe faltava corpo... e alma, e está tudo dito.
No final da refeição houve dois vinhos do Porto para comparar, um Colheita de 91 (da Niepoort) e um LBV (da Warre's), e o meu veredicto é... X. Gostei de ambos, cada um com o seu perfil., embora não sejam comparáveis, mas não consigo pender para qualquer dos lados. Para mais pormenores, aconselho a leitura dos outros blogs presentes, onde certamente haverá uma descrição mais detalhada das muitas provas realizadas.
Quanto ao repasto, a entrada de folhado de pato estava saborosíssima, os filetes de linguado excelentes (marcharam enquanto o diabo esfrega um olho), e as presas de porco (que substituíram as costeletas de borrego devido a imponderáveis de última hora) também se comeram bem, embora fossem o prato mais vulgar dos três. Também a tarte estava muito boa, com um gelado e um toque de canela bastante agradáveis.
No final de tudo, o regresso processou-se de táxi, tal como a ida, para não arriscar, mas afinal não estávamos tão afectados como seria de supor, pois bebeu-se com moderação e sem exageros. Afinal, somos todos amantes dos néctares de Baco mas não alcoólicos.
Só me resta agradecer ao anfitrião da York House, José Tomaz de Mello Breyner, pela disponibilidade demonstrada para acolher esta iniciativa, ao Pingus Vinicus por ter dinamizado a coisa e concentrado a informação para os preparativos do acto, e a todos os comparsas que escrevem, lêem e comentam os nossos blogs, e que tive o prazer de conhecer neste encontro e com os quais troquei opiniões bastante interessantes, enriquecendo mais um pouco os meus conhecimentos sobre este mundo tão fascinante que é o do vinho. Faço votos para que esta tenha sido apenas a primeira de muitas iniciativas do género que se repitam pelo tempo fora. Um brinde a vocês todos.
À nossa!
Kroniketas, enófilo esclarecido e ainda sóbrio
sábado, 13 de janeiro de 2007
I Encontro de Eno-blogs - O evento
Publicada por Krónikas Vinícolas à(s) 02:28
Etiquetas: Brancos, Dao, Dao Sul, Encontros, JM Fonseca, Lisboa, Madeira, Niepoort, Restaurantes, Santar, Terras Sado, Tintos, Verdelho, Vinho do Porto
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