Um vinho difícil é a primeira coisa que se pode dizer deste, que segue um pouco a moda actual de fazer vinhos deste género, em que as uvas são colhidas em Outubro ou Novembro, em estado de sobrematuração, normalmente naquilo que se convencionou chamar de podridão nobre.
Estes vinhos resultam muito concentrados de corpo e muito doces, com elevado grau alcoólico, dando-lhes um perfil quase de vinhos generosos, adequados para acompanhar sobremesas. Dada a sua elevada concentração e doçura, normalmente são apresentados em garrafas de meio litro e não de 7,5 dl.
Este Quinta da Alorna segue essa linha, com uma cor quase de mel, a tender para o caramelizado. No nariz, a primeira sensação parece realmente de algo apodrecido, o que estranha quem não está habituado. Depois prova-se e vamos tentando habituar o paladar àqueles sabores adocicados fora do vulgar. Aqui a sensação tende para as compotas ou mais para o mel, mas sempre com um certo travo de fungos ou bolor lá no fundo.
Como experiência é interessante, mas confesso que não fiquei fã do género. É necessária bastante habituação a estes aromas, o que, dada a pouca frequência com que se prova um vinho destes, não deve ser fácil de conseguir.
Kroniketas, enófilo esclarecido
Vinho: Quinta da Alorna, Colheita tardia 2003 (B)
Região: Ribatejo (Almeirim)
Produtor: Quinta da Alorna Vinhos
Grau alcoólico: 14%
Casta: Fernão Pires
Preço em feira de vinhos: 8,5 €
Nota (0 a 10): 6,5
quarta-feira, 29 de novembro de 2006
No meu copo 71 - Quinta da Alorna branco, Colheita tardia 2003
Publicada por Krónikas Vinícolas à(s) 01:40
Etiquetas: Almeirim, Alorna, Brancos, Colheita tardia, Fernao Pires, Ribatejo
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